Por Davi Pascale
Novo documentário dos Beatles
resgata imagens de arquivo e apresenta entrevistas inéditas. Longa dá uma boa
repassada nos primeiros anos de banda.
Os 4 garotos de Liverpool se
aposentaram dos palcos em 1966. Embora tivessem tido alguns contratempos – como
a polêmica e mal compreendida declaração de John Lennon de que os Beatles eram
mais populares do que Jesus – sua popularidade continuava em alta. Entretanto,
a banda já apresentava sinais de desgaste e estavam cansados da falta de
estrutura das apresentações.
Em uma época onde retorno não
existia, o amplificador mais potente era de 100W e a mesa de som mais moderna
tinha 8 canais, apresentar-se em arenas e estádios não era algo muito
confortante. Muitas vezes, os músicos não conseguiam sequer ouvir o que estavam
tocando. Ringo Starr comenta no filme que quando apresentaram-se no Shea
Stadium ficava olhando para o pé dos rapazes para ter uma ideia de que parte
das musicas eles estavam. Tocar assim, diante de uma multidão, deve ser, no
mínimo, desesperador.
É exatamente esse primeiro
período que o filme retrata. Das turnês dos músicos. Desde quando se
apresentavam no Cavern Club, passando pela chegada aos EUA até sua apresentação
final. Quando resolvem se reunir depois de alguns anos para uma apresentação no
topo do edifício de Apple.
Está tudo bem documentado. O
inicio de tudo, a explosão da Beatlemania, as entrevistas bem humoradas dos
rapazes. Para quem acompanha a banda por um bom tempo, meu caso, nenhuma
declaração bombástica, nenhuma novidade fora do comum. Entretanto, o
documentário está muito bem montado e acaba agradando.
Há algumas revelações
interessantes. Como a da atriz Whoopie Goldberg contando sobre sua experiência em
um show dos Beates. No caso, o histórico Shea Stadium. E também dos músicos
comentando sobre a vez que se negaram a tocar para uma plateia segregada. “Não
tocamos para este tipo de pessoa ou aquele tipo de pessoa. Tocamos para as
pessoas”, explica Ringo.
Paul McCartney e Ringo Starr
concederam entrevistas exclusivas para o filme. Os falecidos John Lennon e George
Harrison tiveram imagens resgatadas de arquivos. A maioria dos fãs já as
conhecem, mas dentro da película causam impacto. E também seria uma enorme
falha não termos depoimentos dos 2 músicos. Há ainda algumas imagens ao vivo.
As musicas não estão inteiras, mas contam com um bom trecho e uma qualidade de
imagem muito acima da média.
Essa edição em bluray, que em
breve deve estar saindo no Brasil (a minha trouxe dos EUA), conta com um segundo
DVD apenas de extras, com mais entrevistas e com 5 musicas ao vivo na integra.
Para os fãs, material imprescindível. Dos documentários adicionais, o mais bacana é um que se chama Words And Music onde comentam um pouco mais a fundo sobre como funcionava o processo de composição dos Beatles.
Eight Days a Week é um belo documentário que te ajuda a entender
melhor a decisão de pararem de excursionar, te dá um bom panorama do que era o cenário
pop da época e de como funcionava a banda na época. Como disse, quem é
realmente dedicado à banda, já deve conhecer uns 90% das histórias, mas ainda
assim é um material obrigatório. Realmente muito bacana a ideia desse resgate
histórico. E que venham mais filmes como esse em um futuro próximo.
Nota: 9,0 / 10,0
Status: Bem produzido
Nenhum comentário:
Postar um comentário