Atenção: Em 2017, o Riff Virtual deixa de ser diário. A
partir de agora, postarei textos às segundas, quartas e sextas. Com isso, terei
mais tempo para descobrir coisas novas e também mais tempo para elaborar melhor
meus textos. Obrigado pelo apoio de todos vocês!
Por Davi Pascale
Não teria disco melhor para abrir
o ano de 2017. Certamente, o novo álbum do Metallica era um dos trabalhos mais
aguardados de 2016 e os caras compensaram a espera.
O grupo de Lars Ulrich mudou
muito no decorrer dos anos. Iniciou nos anos 80 como um forte representante do
thrash bay area. Mais do que um representante, foi um dos fundadores do gênero.
Os discos dessa fase são considerados clássicos da cena. Fizeram um trabalho
mais heavyrock em Load, um trabalho
mais experimental em Lulu... Tal
atitude fez com que seus fãs se dividissem ao longo dos anos. Há quem só goste
dos anos iniciais, há quem os prefira após a explosão do clássico Black Album. Aqui, devem resgatar
alguns velhos fãs.
Na verdade, as palavras Metallica
e polêmica sempre andaram de mãos dadas, desde muito antes de ampliarem suas
referências, de caírem de pau no napster ou até mesmo de cortarem seus cabelos.
Sim, isso foi um escândalo na época. Acredite se quiser, mas teve nego que
mandou carta para os músicos pedindo para que deixassem seus cabelos crescerem novamente.
Ah... os anos 90!!!! A primeira polêmica que me recordo, contudo, foi na época
do And Justice For All! E não foi
por conta das linhas de baixo inaudíveis de Jason Newsted. A razão foi que
vários fãs os taxaram de traidores do movimento por terem criado um videoclipe
para “One”. Parece zoeria, né? É, mas não é...
Hardwired... to Self-Destruct é uma continuação óbvia de Death Magnetic. Ou seja, os músicos
buscam inspiração no passado para criarem sua nova sonoridade. Há vários riffs
aqui que te recordarão do Metallica dos anos 80. “Moth Into Flame” é um ótimo
exemplo. A introdução dela poderia ter sido utilizada tanto pelo Metallica
quanto pelo Testament em seus 4 primeiros álbuns. Sim, a banda de Chuck Billy,
se inspirava bastante no Metallica na sua fase de ouro (The Legacy – Souls of Black).
As velhas características do
Metallica continuam dando as caras por aqui. Faixas, em sua maioria, com mais
de 6 minutos de duração. Os solos de wah-wah do Kirk Hammett, as linhas
criativas e eficazes de Lars Ulrich, além do vocal característico de James
Hetfield. Segue tudo intacto.
O novo trabalho é duplo, mas não
chega a ser tão longo quanto imaginava. São 6 músicas em cada disco.
Provavelmente, não quiseram limar 1 musiquinha para conseguirem lançar um álbum
simples. Tem muita gente dizendo que no segundo disco, o nível cai
drasticamente. Não achei. Talvez, seja mais variado musicalmente, mas não é
menos criativo e nem menos impactante.
Entre as músicas mais rápidas,
vale destacar o single “Hardwired” com várias referências da fase Kill ´Em All e também a porrada “Spit
Out The Bone”. Das mais cadenciadas vale prestar atenção em “ManUnkind”, deve
se tornar um clássico daqui uns anos, e “Dream The Bone”, com uma linha vocal
bem interessante onde James canta com voz dobrada. Não há espaço aqui para
aquelas baladas FM do nível de “Mama Said” ou de “Unforgiven”, portanto as
críticas dos detratores devem ser um pouco mais amenas dessa vez.
Como sou muito fã dos caras desde
sempre, corri atrás da edição tripla. O que temos por aqui? O terceiro álbum
começa com uma versão de estúdio de “Lords of Summer”. Uma das faixas que os músicos
testaram nos concertos e que haviam vazado na net, antes do trabalho ser
concluído. A música é excelente e traz Lars em um ótimo momento explorando não
apenas diferentes andamentos, como fazendo uso de bumbo duplo.
Logo em seguida, entramos nos
momentos dos covers. Aparecem por aqui; o bom medley do Dio, a equivocada versão
de “When Blind Man Cries” (Deep Purple) – sim, está bem tocada, mas não acho
que tenha a cara da banda – além de correta versão de “Remember Tomorrow” (Iron
Maiden). Dos covers; o mais interessante é mesmo o medley em homenagem ao
baixinho.
Para fechar a seleção final,
temos 10 faixas ao vivo. A primeira vez em que executaram o novo single “Hardwired”
e 9 clássicos dos primeiros anos de banda com petardos do porte de “Hit The
Lights”, “Metal Militia”, “Jump In The Fire”, “Helpless” e “Creeping Death”.
Apesar da voz um pouco cansada de Hetfield (ele não me parecia tão seguro nas
notas mais altas), a banda estava com um puta gás e a audição é bem
satisfatória. Quem cresceu assistindo Furia
Metal na MTV ou ouvindo aquela caixa que vinha o EP Garage Dayz ficará emocionado. Uma verdadeira viagem no tempo
Hardwired...To Self Destruct é um discaço que compensa a longa
espera de 8 anos (já que eles insistem em dizer que Lulu não é um trabalho do Metallica). Traz excelentes riffs, ótimas
composições. Álbum que demonstra o porquê de terem se tornado uma das maiores
bandas de heavy metal de todos os tempos. Um dos grandes álbuns de 2016. Vale
Conferir!
Nota: 9,0 / 10,0
Status: Excelente
Faixas:
CD 01:
01) Hardwired
02) Atlas,
Rise
03) Now
That We´re Dead
04) Moth
Into Flame
05) Dream
No More
06) Halo
on Fire
CD 02:
01) Confusion
02) ManUnkind
03) Here
Comes Revenge
04) Am
I Savage
05) Murder
One
06) Spit
Out The Bone
CD 03:
01) Lords
of Summer
02) Ronnie
Rising Medley
03) When
a Blind Man Cries
04) Remeber
Tomorrow
05) Helpless
06) Hit
The Lights
07) The
Four Horsemen
08) Ride
The Lightning
09) Fade
To Black
10) Jump
In The Fire
11) For
Whom The Bell Tolls
12) Creeping
Death
13) Metal
Militia
14) Hardwired
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