Por Davi Pascale
Lançado de maneira independente,
single resgatava formação original. George Lynch já demonstrava vontade de
seguir em nova direção.
Wicked Sensation, álbum de estreia do Lynch Mob, é um trabalho que
beira a perfeição. Lançado na época do hair metal, o grupo apostava em um hard
rock um pouco mais pesado do que a maioria vinha fazendo. Era mais próximo de
um Badlands, de um Tesla do que de um Poison ou Cinderella. Além das guitarras
de George Lynch, outro ponto de destaque, para mim, eram os vocais de Oni Logan.
Na época, via muita gente criticando o rapaz, mas sempre achei o trabalho vocal
dele nesse disco animal. Não tive a oportunidade de vê-los em ação, mas os
poucos registros piratas que tenho desse período, acho as performances boas.
Nunca entendi direito as criticas em torno dele.
Por sempre ter gostado muito
desse álbum e dessa formação, em especial o lançamento desse CD me deixou bem
empolgado. Em 1998, depois de alguns anos afastados, George Lynch e Mick Brown
(outro integrante do Dokken), resolveram reunir a banda, mas o projeto não
durou muito. O retorno com a formação original não passou de alguns encontros.
Esse single nasceu de uma demo que haviam criado antes de brigarem novamente.
Quando caíram na estrada, o vocalista já era outro, John West. A turnê também
não durou muito. 13 shows e adeus.
No ano seguinte, George Lynch
tentou uma nova reencarnação, somente com músicos desconhecidos e apostando em
uma sonoridade moderna. Na época, estava em ascensão o nu-metal com grupos como
Korn e Limp Bizkit liderando a cena. Smoke
This (1999) era uma tentativa de se encaixar nessa onda de rap-metal. Os
fãs, claro, torceram o nariz.
Syzygy não ia tão longe, muitos dos velhos elementos foram
mantidos, mas já demonstrava uma vontade de seguir em outra direção. Oni Logan
continuava cantando no seu velho estilo e, mais uma vez, fez um trabalho muito
satisfatório. George Lynch, contudo, embora continuasse o monstro que sempre
foi, já buscava timbragens mais modernas. Utilizando de afinação mais suja do
que o de costume, seu trabalho de guitarra muitas vezes me remete ao grunge.
Inspiração que utilizou também nos álbuns de reunião do Dokken, lançados nesse
período.
“Into The Light” é onde essa
influência aparece mais descarada, fazendo o uso de uns backings meio Alice in
Chains em diversos momentos. “All Things Must Pass” e “Waterfall” já são
baladas que poderiam estar presentes no Wicked
Sensation. “All Things Must Pass” é minha preferida, com direito,
inclusive, à pandeirinho no refrão. Brincadeira que faziam bastante no álbum de
estreia. “Waterfall”, também excelente, traz algumas passagens mais pesadas e,
mais uma vez, notamos George Lynch com influencias do grunge nessas passagens. A
impressão que me dá é que se esse álbum tivesse ido para frente, viria com uma
mixagem mais moderna, mais ou menos como o Shadowlife.
De toda forma, embora sejam
apenas 3 musicas extraídas de uma demo, o disquinho vale a pena. As composições
são boas e era muito bacana ouvir os músicos originais juntos novamente, ainda
que por um breve período. Quem é fã, vale correr atrás. Quem não conhece nada,
comece pelo Wicked Sensation.
Nota: 7,5 / 10,0
Status: Bom
Faixas:
01) Into
The Light
02) All Things Must Pass
03) Waterfall
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