Por Davi Pascale
Dario Mollo e Glenn Hughes lançam
álbum de inéditas depois de 11 anos sem lançarem um trabalho juntos. Disco é
bom, mas deixa um gostinho de quero mais.
Glenn Hughes volta a atacar em
dose dupla. Havia um tempo em que esse cara lançava álbum atrás de álbum,
depois deu uma sossegada. Estaria ele voltando ao seu velho método de trabalho?
Existem 2 álbuns novos nas lojas nesse exato momento. Um é seu novo trabalho
solo – que comentarei em breve por aqui – o outro é esse disco do Voodoo Hill.
De todo modo, é sempre um prazer ouvir um trabalho do eterno voice of rock.
Aliás, esse é um fato que precisa ser
comentado. Mesmo estando com 64 anos de idade, Glenn continua com o gogó
intacto. O que esse cara canta em faixas como “The Well” e “Rattle Shake Bone”
não é brincadeira. Continua sendo uma das grandes vozes do rock n roll. Coloca
qualquer moleque debaixo do chinelo.
Nos últimos tempos, Hughes vinha
numas de querer resgatar o som dos anos 70. Fez essa “brincadeira” com o
California Breed e também com o Black Country Communion. Aqui, contudo, a
pegada é outra. Há alguns riffs, onde você vai pegar algo de 70´s, caso de “Underneath
And Below” (Ritchie Blackmore total) ou de “Karmago” (Jimmy Page total), mas
essa não é a tônica do disco. As músicas estão mais melódicas, tem uma cara mais
anos 80 do que anos 70. Talvez isso se deva ao fato do guitarrista ser o cabeça
desse projeto. Sim, há uma participação de Glenn na criação das músicas, mas
mais nas letras do que nos arranjos.
Os destaques do álbum são mesmo o
trabalho vocal de Hughes e o trabalho de guitarra de Dario Mollo. O trabalho de
baixo/teclado de Dario Patti e a bateria de Ricardo Vrunna foi bem cumprido,
mas é bem simples.
O grande problema que vejo aqui
são as composições. Nenhuma que você fique torcendo para acabar, mas também não
tem nenhuma com força para se tornar uma música de destaque na discografia dos
músicos. E isso, para um grupo que tem dois músicos desse calibre, acho pouco.
Nas baladas “Waterfall” e “Last
Door”, Glenn Hughes explora sua pegada mais soul, coloca literalmente sua alma
nas interpretações. Entretanto, o ponto alto do disco, para mim, é a faixa “Eldorado”.
Ótimo refrão, ótimo trabalho de guitarra e, como era de se esperar, um ótimo
trabalho vocal do ex-baixista do Purple. "Sunflower" também é bem bacaninha...
Waterfall não frusta, não chega a
ser uma decepção, mas também não é aquele disco que vai te fazer ficar pulando
em cima da cama. Se você curte o trabalho do Glenn Hughes (em especial, sua
carreira solo) ou o trabalho de Dario Mollo (seja no The Cage ou nos demais
trabalhos do Voodoo Hill) vale adquirir o álbum. Caso contrário, há álbuns melhores
para servirem de porta de entrada. Bom, mas não espetacular.
Nota: 7,5 / 10,0
Status: Bom
Faixas:
01)
All That Remains
02)
The Well
03)
Rattle Shake Bone
04)
Underneath and Down Below
05)
Waterfall
06)
Karma Go
07)
Evil Thing
08)
Eldorado
09)
White Feather
10)
Sunflower
11)
Last Door
Nenhum comentário:
Postar um comentário