Por Davi Pascale
Álbum do Faith No More retorna ao
mercado acrescido de bônus e traz uma surpresa especial para os fãs
brasileiros.
King For a Day, Fool For a Lifetime, hoje idolatrado, dividiu
opiniões na época. Muitos estranharam o novo rumo musical adotado pelo Faith No
More. O disco era marcado por guitarras mais pesadas, maior variedade nos
arranjos, uma presença menor dos teclados e um trabalho vocal mais elaborado de
Mike Patton.
A verdade é que o trabalho
envelheceu bem. O disco traz alguns clássicos como “Ricochet”, “Evidence” e “Digging
The Grave”, mas há também vários lados B brilhantes como o petardo “Get Out”, a
balada “Take This Bottle” ou ainda “King For a Day” com uma ótima linha de
baixo de Billy Gould. Um disco que merece o tratamento de luxo recebido aqui. Legal
ver a gravadora lançando esses álbuns por aqui. Além desse, a reedição de Album Of The Year também está nas lojas
brasileiras. Quem sabe não resolvam prensar as edições deluxe de The Real Thing e Angel Dust? Sim, elas existem...
Para aqueles que, assim como eu,
viveram a época e compraram o disco na ocasião, o que importa mesmo é o conteúdo
bônus, não é mesmo? E o que temos aqui? Os músicos fizeram uma compilação das
faixas que foram lançadas nos CDs single da época.
Nos anos 90, os CDs haviam
dominado o mercado. Do mesmo jeito que muitos artistas lançavam compactos nos
anos 80, como intuito de promover sua faixa de trabalho, nos anos 90 investiram
nos singles. Era a mesma ideia só que em CD. Ainda que a moda não tenha
funcionado no Brasil, a jogada era genial porque o disco era barato, se você não
curtia muito o artista, gostava de uma faixa em especifico, não tinha que
aturar um disco do início ao fim. E se você fosse muito fã era genial porque
além da arte exclusiva, quase sempre tinha algum bônus inédito.
Há algumas faixas aqui, que até
então, eram inéditas na discografia oficial do conjunto, caso das boas “Absolute
Zero” e “Hippie Jam Song”, da ótima “I Won´t Forget You” e da fraca “Spanish
Eyes”. No seu álbum anterior, haviam feito muito sucesso com uma regravação de “Easy”
dos Commodores, que foi realmente muito bem regravada, e tentaram repetir a
dose aqui com “I Started a Joke” dos Bee Gees. Embora soasse agradável nas
apresentações, a versão de estúdio é bem fraca, gravada com uma bateria eletrônica
bem sem sal.
Foram incluídas também 2 faixas
ao vivo. “Digging The Grave” traz uma performance explosiva, mas uma qualidade
de gravação bem meia boca, soa quase como um bootleg. “The Gentle Art Of Making
Enemies” já traz um registro mais impactante. A grande sacada, contudo, são as
duas versões de “Evidence”. Uma cantada em espanhol e, outra (para a
nooooooosssaa alegriiiiiaaaaa) cantada em português. Sim, aquela mesma versão
que eles cantam nos shows do Brasil. É a primeira vez que essa versão foi
lançada oficialmente. Não tinha nem nos singles da época.
O álbum se encerra com uma
entrevista de aproximadamente 10 minutos, da época, onde eles comentavam o novo
rumo, as novas sonoridades e a troca de guitarristas. Como não é muito longa,
acaba sendo um complemento curioso e bem interessante. Enfim, o álbum bônus,
embora tenha ótimos momentos, não é tão bom quanto o disco da época, mas
satisfaz.
Nota: 9,0 / 7,0
Status: Marcante
Faixas:
CD 01:
01)
Get Out
02)
Ricochet
03)
Evidence
04)
The Gentle Art Of Making Enemies
05)
Star A.D.
06)
Cuckoo For Caca
07)
Caralho Voador
08)
Ugly In The Morning
09)
Digging The Grave
10)
Take This Bottle
11)
King For a Day
12)
What a Day
13)
Last To Know
14)
Just a Man
CD 02:
01)
Evidence (Version En Español)
02)
Absolute Zero
03)
Greenfield
04)
I Started a Joke
05)
Spanish Eyes
06)
I Won´t Forget You
07)
Hippie Jam Song
08)
Instrumental
09)
I Wanna F**k Myself
10)
Evidence (Versão em Português)
11)
Digging The Grave (Live)
12)
The Gentle Art Of Making Enemies (Live)
13)
Interview (B-Side)
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