Por Davi Pascale
Guitarrista da Legião Urbana
lança livro auto-biográfico e traz histórias de bastidores sobre uma das bandas
mais populares do rock brasileiro. Material merece ser conferido por fãs e
estudiosos sobre a cena roqueira.
Tem gente que ama, tem gente que
odeia, mas a verdade é uma só. A Legião Urbana foi e continua sendo um dos maiores
nomes do rock brasileiro. Aqui, Dado explica detalhadamente a trajetória deles.
Traz histórias sobre os shows, sobre as gravações, sobre as decisões, sobre o convívio.
Algumas já conhecidas do grande público, outras nem tanto.
A Legião tinha algumas atitudes
não muito usuais, como a escolha de fazer poucos shows. Quando um artista
estoura é comum que entrem numa rotina maluca de apresentações. Principalmente
quando se transforma em um fenômeno, como foi o caso deles. E isso não era
garantia de que o show seria lindo e maravilhoso. Tudo dependia do bem-estar de
seu líder Renato Russo. Uma apresentação da Legião era uma caixinha de
surpresas. Poderia ser fantástico ou poderia ser uma enorme catástrofe.
Dado Villa-Lobos explica vários
shows onde tiveram dor de cabeça. Shows que abandonaram o palco no meio, shows
que Renato teve bate boca com o publico. Não apenas lembra o que, quando e onde
ocorreu, como explica também a razão daquelas explosões.
Um dos maiores tesouros, para
quem é fã, é ter a chance de descobrir, através dos próprios músicos, detalhes
sobre as gravações. O que ocorria no estúdio, quem estava ali com eles, de onde
veio a ideia daquele acorde, daquela afinação, onde quiseram chegar com aquela
letra. O guitarrista não deixa por menos e faz vários comentários sobre as
composições. Quais foram as inspirações, o que estavam ouvindo na época, em
quem Renato se inspirou para escrever tais versos.
Como toda boa banda de rock, não
faltam brigas entre os músicos. E elas também não foram escondidas. Comenta
desde as brigas entre os músicos de apoio, quanto às brigas entre eles próprios.
E sim, a expulsão de Renato Rocha, o Negrete, é tratada.
Não faltam ainda detalhes sobre
sua relação com a gravadora, a decisão de não se apresentarem muito ao vivo, a
decisão de esconder do publico a doença do Renato, a decisão de mantê-lo
trabalhando mesmo doente, o envolvimento deles com o álcool e as drogas. Livro
bem honesto!
A leitura não é muito demorada, o
livro não é muito longo e a linguagem utilizada pelo músico é bem simples.
Minha única critica é que, por ser um livro do Dado Villa-Lobos, esperava um
pouco mais de informações sobre seus álbuns solo, sobre as trilhas que escreve.
Sempre tive curiosidade de saber um pouco mais sobre esses trabalhos, mas para
quem quer saber sobre seus anos na Legião, o livro é um prato cheio.
O músico detalha toda a trajetória
de maneira bem respeitosa. Mesmo na hora de comentar os assuntos mais
polêmicos, Dado mantém o tom de admiração por seus colegas. Gosta da Legião?
Então, a leitura é essencial. Simples assim!
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