Por Davi Pascale
Em 2001, Bruce Kulick lançou seu
primeiro álbum solo. Material misturava temas instrumentais com faixas cantadas
e certamente agradará aos fãs do rapaz.
Bruce Howard Kulick tem uma longa
carreira e atingiu a fama ao se juntar ao Kiss em 1984, substituindo o
guitarrista Mark St John, que havia ficado responsável pelas guitarras de Animalize. Seu primeiro trabalho com a
banda foi o LP Asylum. Durante os
onze anos em que esteve frente ao grupo, o rapaz se destacou por dar uma nova
cara à banda. Possuía a técnica e destreza dos dois guitarristas anteriores,
mas sabia trabalhar melhor com esse universo e era um musico mais completo. Depois de Ace Frehley, foi o melhor guitarrista que passou pelo Kiss.
Audio Dog é seu primeiro trabalho solo e o primeiro após o Union. O
grupo havia sido criado após sua saída do quarteto norte-americano. Os músicos haviam
decidido retornar às máscaras e à formação original. O musico resolveu encarar
uma nova empreitada e criou uma banda ao lado de John Corabi, ex-vocalista do
Motley Crue que vivia uma situação parecida.
Esse álbum de 2001 traz muitas
similaridades ao trabalho da Union. Nas faixas cantadas, ele resgata aquela
sonoridade mais suja, quase alternativa, que havia influenciado Carnival of Souls e havia dado a tônica
para criação das canções de seu novo grupo. Já assisti uma entrevista do Paul
Stanley, onde declarava que o direcionamento musical do álbum de 97 foi criado
para agradar Kulick. Embora as decisões musicais sempre tenham ficado a cargo
da dupla Stanley/Simmons, realmente faz sentido se analisarmos o que cada um
deles fez após esse período.
“Change Is Coming”, “Need Me”, “I Can´t Take” e
“Dogs of Morrison” seguem exatamente essa linha. Vale prestar atenção,
inclusive, no solo de guitarra de “Need Me”, um dos melhores do disco. Outro
ponto a ser notado é a evolução de Bruce enquanto cantor. Ok, o alcance dele
não é alto, mas o trabalho vocal está muito mais agradável, consistente e seguro do que o trabalho realizado na faixa “I Walk Alone” (Carnival of Souls).
Bruce Kulick em uma de suas passagens no Brasil |
“I Can´t Take” e “Need Me” acredito
que seja as que tenham mais a ver com o Kiss. “Dogs of Morrison” não tem
nenhuma relação com o vocalista do Doors, a letra se refere à Morrison Street,
rua onde o musico morava na época, localizada na região de Sherman Oaks. A mais
fraquinha do álbum acredito que seja a balada “I Don´t Mind”.
Muitos gostam de questionar a
habilidade técnica dos músicos do Kiss. Bruce dá um tapa na cara dessas
pessoas, principalmente nos temas instrumentais. “Pair of Dice”, “Monster Island”,
“Liar” (faixa que já havia aparecido no álbum Return Of The Comet), “495” e “Skydome” trazem fortes influências
de Steve Vai, Gary Moore, Jeff Beck e, mais claramente, Joe Satriani. Nada mal,
né?
Kulick fez o álbum sem pressa. Gravou
todo o material em um estúdio que tinha em sua casa, recorrendo muitas vezes à
demos inacabadas de outros grupos onde tinha passado – como Kiss e Good Rats –
para criar as faixas apresentadas aqui. Ótimo musico, o cara sabe dosar técnica
e feeling como poucos.
Bruce Kulick ficou responsável pela
gravação de todas as guitarras, baixo e parte vocal. Para bateria contou com a
ajuda de seu velho companheiro de Union, Brent Fitz (sim, o músico da banda do
Slash) e o monstro Kenny Aronoff (John Fogerty, Chickenfoot). Audio Dog
demonstra um músico inspirado, criativo e apresenta composições bem
interessantes e consistentes. Confira!
Nota: 9,0 / 10,0
Status: Inspirado
Faixas:
01) Pair
Of Dice
02) Strange
To Me
03) Change
Is Coming
04) Need
Me
05) I
Don´t Mind
06) Monster
Island
07) Please
Don´t Wait
08) Liar
09) I
Can´t Take
10) Dogs
of Morrison
11) Skydome
12) 495
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