Por Davi Pascale
Yngwie Malmsteen acaba de soltar
um novo álbum. Disco mantém seu velho estilo e traz o músico se aventurando
pela primeira vez como cantor.
Quem viveu os anos 80 e início
dos anos 90 lembra-se com clareza do impacto que o guitarrista sueco teve entre
os músicos e ouvintes daquela geração. Influencia direta para músicos como Timo
Tolkki (Stratovarius), Malmsteen se destacou por trazer referências da musica
clássica para dentro do heavy metal e pela enorme velocidade nos momentos dos
solos.
Também se destacou pelo seu perfeccionismo,
pela sua presença de palco e por trabalhar com grandes músicos. Vários deles
ganharam destaque na cena depois de terem trabalhado com o guitarrista. Caso de
Mark Boals ou Jeff Scott Soto. E aí entra a primeira a decepção dessa nova
fase. Cada vez mais, ele quer fazer tudo sozinho. Em World On Fire, por exemplo, ele escreveu as letras, fez os
arranjos, produziu o disco, gravou teclado, violão, baixo, violoncelo, sítar,
guitarra e voz. Somente a bateria que ele não se arriscou e deixou a cargo de
Mark Ellis. Musico que o acompanha desde 2013. Nick Marino colaborou em alguns
teclados, mas não cantou uma nota sequer (é ele quem canta nos shows).
Ninguém duvida da capacidade dele
enquanto músico. O cara na guitarra é praticamente um gênio. Utilizar as
técnicas que ele utiliza na velocidade em que ele utiliza é algo surreal. Mas,
para produção, por exemplo, acho que ele fica a dever. Sonoridade um pouco
pobre, em termos de mixagem, para alguém com sua história.
Musico faz estreia nos vocais |
Querendo gastar cada vez menos
com músicos de apoio, agora ele se aventurou nos vocais também. Ele já tinha gravado voz em algumas faixas antes, mas sempre musicas com uma pegada mais blues. Agora, ele resolveu cantar o material de heavy metal mesmo. No disco, isso
não é um grande problema. Ele tem um timbre de voz bacana e é afinado. Até
porque são poucas as faixas cantadas. Três, se não me engano. O problema é se
ele inventar de assumir o microfone na próxima turnê. Embora cante bem, ele não
tem o alcance necessário para reproduzir seus grandes clássicos que o publico
sempre espera.
O disco é Yngwie Malmsteen sendo Yngwie
Malmsteen. Bateria veloz, solos velozes. A logica musica clássica +
heavy metal continua firme e forte. Aposta cada vez mais em faixas
instrumentais. As músicas são boas, mas nenhuma tem a força para se tornar uma
nova “Black Star” ou uma nova “Far Beyond The Sun”.
É um trabalho bacana de se ouvir,
sem duvidas, mas longe do brilho de álbuns como Seventh Sign, Trilogy ou
Odyssey. Em um próximo álbum também
gostaria de ver um cantor de frente e mais músicas cantadas. Esse cara escreveu verdadeiros hinos do heavy
metal como “You Don´t Remember, I´ll Never Forget”, “I´ll See The Light Tonight”,
“Queen In Love”, “Rising Force”, “Heaven Tonight”, “Deja Vu”… A impressão que
me dá é que ele está meio acomodado. Ainda estou esperando o próximo
grande album do rapaz. Malmsteen, ainda acredito em você.
Nota: 7,0 / 10,0
Status: Fiel
Faixas:
01) World
On Fire
02) Sorcery
(Instrumental)
03) Abandon
(Instrumental)
04) Top Down, Foot Down (Instrumental)
05) Lost In The Machine
06) Largo
(Instrumental)
07)
No
Rest For The Wicked (Instrumental)
08) Soldier
09) Duf
1220 (Instrumental)
10) Abandon
(Slight Return) (Instrumental)
11) Nacht Musik (Instrumental)
11) Nacht Musik (Instrumental)
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