Por Davi Pascale
Humberto Gessinger segue em
frente, olhando para o passado, mas nem tanto. Seu novo trabalho é de
regravações, mas não de grandes sucessos. Pelo contrário, optou por resgatar
clássicos esquecidos. 2 canções, 2 fases distintas.
O Engenheiros do Hawaii teve
diferentes fases. Diferentes formações buscando diferentes caminhos, ainda que
mantivessem a essência. Sempre em transformação, buscaram inspiração na música
gaucha, no rock progressivo, na MPB, sem se afastar do pop. Gravaram com
guitarras, violões, gaitas, sanfonas. Experiências infinitas dentro de um campo
bem delimitado.
Louco Pra Ficar Legal, traz canções do passado, mas na linguagem do
hoje. Até mesmo o formato de divulgação foi apostando no presente. As músicas
foram divulgadas, inicialmente, nas plataformas digitais. Se nos anos 80, a
garotada descobria as novas canções nas baladas e nas rádios, hoje é através dos
streamings, dos downloads. O compartilhamento em cassete cromático cedeu espaço
ao compartilhamento digital. Outros caminhos, mesma frequência.
Abusando das várias variáveis, resgata o passado na hora de presentear o publico
no formato físico. Humberto retorna ao tempo do vinil, mais precisamente do
compacto. Uma espécie de minivinil com os singles. Formato que as gravadoras
utilizavam para testar os artistas na mesma década de 80. Só que não há mais
necessidade de testar nada. Seu publico já está consolidado.
Humberto Gessinger lança compacto com 2 regravações do Engenheiros |
Talvez seja uma questão de
urgência. Utilizar as plataformas do presente para não perder o que conquistou
no passado. Os arranjos vão no mesmo sentido. “Pra Ficar Legal”, mantém a
simplicidade do arranjo original, só que ainda mais urgente. Mais pesada, mais
cadenciada. A inserção de gaitas dylanescas, ressalta a veia pop, resgata ecos do
passado. Mais um dos inúmeros caminhos dessa infinta highway...
Humberto Gessinger entra numa
máquina do tempo e relembra a época de Minuano.
Época dominada pelo retorno do pop às rádios, pela consagração da MTV. Início
de nova fase em sua carreira. Seu primeiro trabalho com um tecladista fixo. Seu
primeiro trabalho sem a presença do velho companheiro Carlos Maltz. Início de
uma nova etapa em sua trajetória.
“Faz Parte” mantém o lado cru.
Junta as guitarras do rock com a melodia do pop. Com menos backings, sem
teclados, mostra o músico mais direto, despido de inserções tecnológicas, como
se estivesse registrando um ensaio. Louco
Pra Ficar Legal divulga uma nova excursão. O início de mais um capítulo
nessa longa história...
Nota: 8,0 / 10,0
Status: Visceral
Status: Visceral
Faixas:
01) Pra
Ficar Legal
02) Faz
Parte
Comprei o compacto, mas curti mesmo foram os dois vídeos! Legal é que, mesmo sem alterar tanto o arranjo das canções, Humberto conseguiu dar uma nova cara às mesmas, resgatando-as do limbo onde caíram quando lançadas pela primeira vez, e elevando-as a um patamar de importância que pode vir até a torná-las obrigatórias em seus futuros shows. Bela resenha, Davi!
ResponderExcluirObrigado, Micael! Também comprei o compactinho. Gostei do resultado final, mas as versões originais ainda me emocionam mais. Sempre gostei muito dessas duas musicas. Achei bacana a ideia de resgatá-las. Caso se tornem obrigatórias nos shows, ficarei feliz.
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