Por Davi Pascale
2011 foi mais um ano de polêmica
para o Metallica. Foi o ano em que eles lançaram a parceria deles com Lou Reed,
(o fraco) Lulu. Pela primeira vez na
vida, o Metallica me decepcionava. Sim, gosto
de Load, Reload e Death Magnetic.
E acho que St Anger foi prejudicado
pela produção fraca. Até hoje não consegui entender a razão do Lars ter deixado
o som de bateria daquele jeito. Quem adquiriu o CD na época, que acompanhava o
DVD com eles tocando as faixas do disco, sabe do que estou falando. Com um som
mais na cara, o material soava impactante.
Alguns meses depois do polêmico
álbum ao lado do músico do Velvet Underground, os garotos surpreendiam ao
lançar 4 faixas inéditas no Itunes. Para ser mais exato, foi no dia 13 de
Dezembro de 2011. A mídia física, contudo, só foi lançada em Janeiro de 2012. A razão? Talvez, diminuir o massacre em cima de Lulu. Talvez tenha sido uma forma de
dizer que o Metallica continuava o mesmo, que aquilo havia sido apenas uma
aventura... Inicialmente, esse material seria enviado somente à membros do fã-clube.
Pelo título e pela capa você já
deve ter sacado a relação entre o EP e o álbum de 2008, certo? Pois é isso
mesmo. Quando entraram no estúdio para gravar o material do que viria a ser o Death Magnetic, os músicos registraram
14 músicas. E como decidiram que não queriam um álbum duplo, eliminaram 4
faixas por questão de espaço. São essas 4 músicas que estão presentes no EP.
Beyond Magnetic é Metallica puro. Ou seja, faixas velozes, com
passagens cadenciadas, longas. Uma um pouco mais comercial ali no meio. Todas
as músicas variam entre 7 e 8 minutos. Parece que virou moda massacrar o Lars
Ulrich na internet, mas quem conhece o trabalho da banda um pouco mais a fundo
sabe que um dos principais diferenciais do Metallica é justamente sua bateria. O
cara tem um estilo próprio, soa diferente dos outros bateristas do gênero. E
isso pode ser comprovado, mais uma vez, no material do EP. Honestamente, acho
que esse cara mereceria um pouco mais de respeito, mas sigamos adiante...
Material que seria enviado somente ao fã-clube, chegava às lojas em Janeiro de 2012 |
“Hate Train” abre o EP com a
porrada comendo solta. Os riffs dela me lembram bastante “Fuel”. A faixa é boa,
mas nada que me faça imaginar ‘como descartam essa’. A faixa seguinte “Just a
Bullet Away”, sim. Certamente, uma das faixas mais fortes que o Metallica
escreveu nos últimos anos. Excelente riff, linha vocal matadora. A ideia de
mudar ela totalmente do nada, depois de aproximadamente 4 minutos de musica,
chegando até a dar uma falsa ideia de que a musica havia acabado, é genial.
“Hell And Back” também é
excelente e nos faz lamentar ter sido deixada de fora do álbum. A música é um
heavyrock bem ao estilo do material de Load/Reload.
Kirk Hammet se destaca com um belo solo, os riffs são matadores. Essa é a faixa
que me refiro como comercial. Falando sério, se tivessem atacado isso nas
rádios, viraria um hit. “Rebel of Babylon” também é destruidora. Não se engane
pela (curta) introdução limpa. A ideia parece ter sido tentar soar um pouco
mais oldschool com uma composição pesada, com várias passagens diferentes,
duelos de guitarra.
O som de bateria e guitarra é
excelente. Os instrumentos estão bem na cara. Só o baixo que acho que poderia
ter ficado com maior evidencia na mixagem final. Para quem curte o trabalho do
Metallica, o disco é essencial. Aliás, se você é fã do Metallica já vai
guardando grana porque está chegando ao mercado vários boxes comemorativos que
farão história.
Nota: 8,0 / 10,0
Status: Honesto e empolgante
Faixas:
01) Hate
Train
02) Just
a Bullet Away
03) Hell
And Back
04) Rebel
of Babylon
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