Por Davi Pascale
Confesso que descobri esse livro
meio por acaso. Encontrei ele em uma banca de jornal e resolvi arriscar. Embora
não seja mais um ouvinte assíduo de rádio, a 89 FM fez parte da minha formação musical.
Escrito pelo jornalista Ricardo Alexandre (Bizz),
o livrinho trás várias histórias curiosas e deve ser conferido por quem tem
curiosidade de um conhecer um pouco mais do show business brasileiro.
Já comentei algumas vezes por
aqui que comecei a ouvir rock n roll ainda criança, lá pelos anos 80. Era uma
época bem diferente da que atravessamos hoje. Sem internet, ficava sabendo das
notícias pelas publicações especializadas. As primeiras que tive contato foram
a Bizz e a Rock Brigade. Descobria músicas revirando as coleções de discos do
meu pai e antenado no que estava rolando nas rádios e na TV na época. Pré-MTV,
descobria boa parte dos grupos internacionais através das rádios. E a 89 era a
que mais ouvia nessa época.
A 89 FM foi criada em 1985. Ano
marcado pelo fim do Regime Militar, pela primeira edição do Rock in Rio. Era o começo de uma nova
era. Muitos nomes que passaram pela emissora, depois foram para a televisão. A
MTV pegou muita gente de lá para formar seu cast. Fábio Massari, Edgard
Picolli, Paulo Bonfá, todos vieram daqui. Alguns músicos do rock brasileiro
também fizeram parte da história da emissora como Kid Vinil (Magazine), Rita
Lee, Paulão Carvalho (Velhas Virgens) e José Carlos Godas, o Tatola (Não
Religião).
O livro é bacana porque
desmistifica algumas ideias. Tinha na cabeça que a emissora sempre tinha sido
forte por conta do momento em que foi criada. Também assisti muitos shows que
contava com apoio da 89 FM. Mas, na verdade, não. A equipe começou com pouco
apoio, estrutura pífia, equipamentos usados e, algumas vezes, ultrapassados.
Venceram a partir de um ideal e de muita criatividade. É interessante descobrir
como foram criadas algumas estratégias.
O famoso slogan da emissora |
Também contam algumas histórias
de bastidores curiosas, como a briga que foi ao ar entre o roqueiro Paulo
Ricardo (RPM) e o apresentador Tatola. O dia em que Renato Russo (Legião
Urbana) foi proibido de subir no prédio ou que Iggor Cavalera (Sepultura) foi
confundido com um estagiário. Aliás, poderiam ter encaixado mais algumas
histórias desse tipo. Devem ter várias...
A leitura é rápida, a linguagem é
fácil e o livro é bem ilustrado. Um material gostoso de revirar. Bacana que trataram
de maneira honesta o assunto sobre a época em que se afastaram do rock e se
converteram em uma emissora pop. Sim, sempre rolou pop/rock, mas teve uma época
em que os caras começaram a tocar Britney Spears, Justin Bieber e o rock sumiu
das programações. Sim, aquela mesma rádio em que ouvimos “Epic” (Faith No More)
ou “Fear Of The Dark” (Iron Maiden) pela primeira vez. Acreditem se quiser. A
razão obviamente era grana.
Houve alguns momentos de extrema dificuldade em se manter a emissora no ar por conta do momento em que a musica estava atravessando. Com poucas bandas de impacto surgindo, modismos surgindo com força, juventude afastada do universo rock. Foi no meio desse auê que a emissora se vendeu e o que atravessamos hoje não é muito diferente. Sertanejo continua com força. Os pagodes sumiram, mas vieram os funks (infelizmente, não com a linguagem musical que gostaríamos. Sim, o funk original é bacana e influenciou diversos grupos de rock, inclusive. Red Hot Chili Peppers é um forte exemplo). Torço para que sobrevivam e ajudem a reverter o quadro. Sim, ainda acredito que seja possível criar uma cena forte novamente. Grupos de qualidade, temos. E a rádio sempre foi uma ótima porta de entrada. A 89FM, a Radio Rock, voltou ao ar há uns 2 anos, mais ou menos, e sempre teve algo a seu favor: marca e credibilidade. 89, está em suas mãos...
Houve alguns momentos de extrema dificuldade em se manter a emissora no ar por conta do momento em que a musica estava atravessando. Com poucas bandas de impacto surgindo, modismos surgindo com força, juventude afastada do universo rock. Foi no meio desse auê que a emissora se vendeu e o que atravessamos hoje não é muito diferente. Sertanejo continua com força. Os pagodes sumiram, mas vieram os funks (infelizmente, não com a linguagem musical que gostaríamos. Sim, o funk original é bacana e influenciou diversos grupos de rock, inclusive. Red Hot Chili Peppers é um forte exemplo). Torço para que sobrevivam e ajudem a reverter o quadro. Sim, ainda acredito que seja possível criar uma cena forte novamente. Grupos de qualidade, temos. E a rádio sempre foi uma ótima porta de entrada. A 89FM, a Radio Rock, voltou ao ar há uns 2 anos, mais ou menos, e sempre teve algo a seu favor: marca e credibilidade. 89, está em suas mãos...
Davi, fiquei muito curioso pra le-lo. A 89 fez parte da minha vida também, apesar de ter começado a ouvi-la nos anos 90.
ResponderExcluirE eu ainda sou um ouvinte assíduo de rádio. Pra mim, ela tem uma magia que supera quaisquer mídias.
Legal, Leonardo. O livro é bacaninha. Como compro muito disco, quase nunca escuto rádio em casa. Escutava bastante no carro, mas depois da invenção do Ipod, fudeu kkkkkk
Excluir