Por
Rafael Menegueti
The Unguided - Lust and Loathing |
A cada novo lançamento, o The Unguided consegue se distanciar mais das comparações do passado
de seus integrantes no Sonic Syndicate. O grupo surgiu após a gradual ruptura
de três importantes membros da banda anterior, os vocalistas Roland Johansson e
Richard Sjunnesson, e o guitarrista Roger Sjunnesson. A intenção deles era
voltar a fazer um som que eles planejavam no Sonic Syndicate, mas que não
conseguiam por conta do controle que a gravadora impunha sobre eles. Agora, no
terceiro álbum de estúdio do The Unguided, Lust
and Loathing, é fácil perceber que a banda foi além disso.
A começar pela temática das músicas. O grupo deixou de
lado as letras pessoais e simples e passou a criar historias conceituais de
ficção científica para ilustrar sua sonoridade. A fórmula musical remete aos
primeiros anos de Sonic Syndicate. Riffs agressivos, mistura de vocais gritados
(Richard) e limpos (Roland), com refrães incrivelmente melódicos e arranjos de
teclado e sintetizadores. Mas se você espera muita inovação a partir disso, aqui
não é o caso. Com uma mistura de death melódico, metalcore e groove metal moderna
e que apela bem com o público mais jovem, o álbum é praticamente igual aos
outros dois primeiros.
Os membros do The Unguided |
Isso é ruim? Não. A banda é coesa e tem capacidade pra
fazer composições interessantes. Do mesmo jeito que os dois primeiros álbuns
são pesados e possuem músicas bem empolgantes, Lust and Loathing não deixa por menos. Abre com a boa Enraged, que possui um nome bastante
adequado ao som da banda. The Worst Day
(Revisited) dá um banho de melodia e é uma das mais fortes canções do
disco. As faixas seguintes mantêm a boa e intensa pegada do grupo, e o disco
encontra um novo pico em Black Eyed
Angel e Operation: E.A.E. Nas
duas últimas canções do disco, Boneyard
e Hate (and Other Triumphs), a banda
não deixa o ritmo agressivo cair, entregando assim um disco bem equilibrado,
sem os altos e baixos que costumamos ver às vezes.
Ainda há quatro faixas bônus, duas delas versões ao vivo
de canções mais antigas, e outras duas, chamadas Mercy e Judgement, que já
haviam sido lançadas sozinhas em um EP no ano passado, e soam exatamente como
as outras. O The Unguided pode até não fazer questão de se renovar a cada lançamento,
mas não dá pra ignorar que seu som é potente e é muito mais evoluído do que nos
tempos em que seus principais integrantes formavam o Sonic Syndicate. A banda
sueca é uma das boas investidas daqueles que curtem um som moderno e atual, sem
o preconceito que às vezes encontramos pela mistura de tantos elementos.
Nota: 9/10
Status: explosivo
Faixas:
01. Enraged
02. The Worst Day (Revisited)
03. King Of Clubs
04. Heartseeker
05. Photobs Grip
06. Black Eyed Angel
07. Operation: E.A.E.
08. Boneyard
09. Hate (And Other Triumphs)
10. Mercy (Bonus Track)
11. Judgment (Bonus Track)
12. Betrayer Of The Code (Live)
13. Phoenix Down (live) (Não presente em algumas versões)
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