Por Davi Pascale
Em 1991, o cineasta Oliver Stone lançou um filme sobre o lendário grupo The Doors. Apesar da espetacular atuação de Val Kilmer, o longa dividiu opiniões. Algumas pessoas mais próximas à Jim Morrison, como o tecladista Ray Manzarek, acusavam o diretor de ter alterado a história.
Existem alguns artistas que são muito difíceis de serem retratados. Tanto para aqueles que se aventurarem em criar um grupo cover para homenagear seu ídolo, quanto para serem reproduzidos no cinema. Jim Morrison era um desses caras. Cheio de personalidade, impulsivo, preocupado em viver cada minuto, era uma pessoa difícil de ser retratada. Como se não bastasse, sua carreira era cheia de polêmicas e envolvia prisões, relação com drogas, bebidas, inúmeras mulheres. Como retratar isso em duas horas?
A resposta não poderia ser diferente. Haveria quem iria amá-lo, haveria quem iria odiá-lo. No Brasil, ocorreu algo parecido com o filme do Cazuza. Daniel de Oliveira foi extremamente elogiado por sua performance, entretanto as pessoas próximas ao cantor, como o músico Frejat, desaprovaram o resultado afinal. Alegavam que haviam deixado o artista com uma cara 'porra louca' demais. É isso o que ocorre por aqui.
Embora leve o nome do grupo, o filme tem como foco principal as atitudes e a vida de seu líder Jim Morrison. Não sei quais são as partes que o pessoal acha que faltaram com verdade já que a maioria das cenas polêmicas, eu já conhecia as histórias antes mesmo do filme ser lançado. Já haviam sido retratadas em diversos livros sobre o grupo.
Filme não esconde o lado polêmico de Jim |
The Doors, como disse, retrata todas as histórias que haviam sido mencionadas anteriormente nas biografias e que seus fãs gostavam de discutir na roda de amigos: a recusa de Jim em alterar trecho de “Light My Fire” para uma apresentação em programa televisivo, a vez em que subiu ao palco totalmente bêbado e simulou colocar o pênis para fora, a vez em que foi preso em cima do palco por peitar as autoridades, a briga com seus colegas de banda por terem vendido sua canção de maior sucesso para um comercial de TV, a polêmica em torno de “The End”. Está tudo aqui.
Tudo isso e, claro, as brigas, as traições, as bebedeiras, os abusos de drogas. É um filme que é recomendável para qualquer fã, mas não para qualquer idade. Com fortes cenas de sexo e drogas, o longa chocou os mais conservadores na época. Quando gosta-se muito de algo ou alguém, fica difícil enxergarmos os defeitos e acredito que esse seja o caso das fortes críticas à esses dois filmes. A realidade? 2 ótimos artistas, 2 caras de atitude, porém, nenhum santo.
John Densmore, baterista do The Doors, participa do longa interpretando um funcionário de um estúdio de gravação. Além dele, outros grandes nomes dão as caras por aqui. Os músicos Billy Idol e Eric Burdon (não creditado) fazem pequenas pontas. Já a atriz Meg Ryan ganhou um dos papeis principais, o papel de Pamela Courson, companheira de longa data de Jim.
O filme é intenso. Mostra a tentativa fracassada do rei lagarto no mundo dos cinemas, sua amizade com Ray Manzarek, a explosão do grupo, as tumultuadas entrevistas. Está tudo ali, retratado com categoria. Verdade seja dita, o longa não esconde nem o lado temperamental, nem o lado genial de Morrison. Se alguém ainda não conhece, vale a pena correr atrás. Esse é fácil de ser encontrado. Altamente recomendado!
O filme é intenso. Mostra a tentativa fracassada do rei lagarto no mundo dos cinemas, sua amizade com Ray Manzarek, a explosão do grupo, as tumultuadas entrevistas. Está tudo ali, retratado com categoria. Verdade seja dita, o longa não esconde nem o lado temperamental, nem o lado genial de Morrison. Se alguém ainda não conhece, vale a pena correr atrás. Esse é fácil de ser encontrado. Altamente recomendado!
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