terça-feira, 25 de agosto de 2015

Ringo Starr – Postcards From Paradise (2015):



Por Davi Pascale

Ringo Starr chega à seu décimo oitavo álbum. Músico mantém sua essência intacta e deve agradar seu público extremamente fiel.

Ringo sempre dividiu opiniões. Há quem o considere um músico fraco que teve a sorte de estar envolvido em um dos maiores grupos de rock de todos os tempos. Há quem o considere um músico único, criativo, com uma linguagem própria e que ajudou a desenhar a sonoridade clássica dos Beatles. Faço parte do segundo grupo.

O baterista, contudo, por mais que tenha contribuído com sua pegada diferenciada para criar o som do quarteto de Liverpool, nunca conseguiu ganhar o mesmo respeito que seus companheiros em relação à composição. Dono de uma discografia irregular, conseguiu poucos hits na sua carreira-solo. Por outro lado, nunca deixou de ser ele mesmo. Nem em relação à sonoridade, nem em relação à postura. E isso se comprova, mais uma vez, em Postcards From Paradise.

Richard Starkey sempre esteve cercado por ótimos músicos. Seja nos Beatles, seja com seu Ringo Starr And His All-Starr Band, seja na gravação de seus discos de inéditas. Aqui, não é diferente. Gravado no seu home studio, em Los Angeles, o álbum é repleto de ilustres convidados. Entre eles; Richard Marx, Joe Walsh (Eagles), Nathan East (Eric Clapton, Phil Collins) e Peter Frampton. Também se fazem presentes os convidados de sua mais recente formação da All-Starr Band: Steve Lukather (Toto), Todd Rundgren, Gregg Rolie, Richard Page (Mr. Mister), Warren Ham (Toto, Kansas) e Gregg Bissonette (David Lee Roth, Joe Satriani). Gravaram juntos, inclusive, a faixa “Islands In The Sun”. Um pequeno reggae. Algo que não é nenhuma surpresa para seus fãs. Essa não é sua primeira aventura nesse universo, nem de longe. Essa lado reggae aparece com força também em “Right Side Of The Road”. Uma canção pop, mas com uma levada reggae, assim como foi “Wings” (Ringo The 4th).

Ringo Starr mantém sua sonoridade clássica em novo álbum

Assim como seu álbum de 2010, invoca o passado em algumas letras. “Rory And The Hurricanes”, responsável por abrir o disco, fala sobre seus anos pré-Beatles. Já a faixa-título é uma clara referência ao grupo que o tornou famoso. Desde a letra que cita várias faixas da discografia dos rapazes (“We Can Work It Ou”, “Yesterday”, “P.S. I Love You”...), até o solo de guitarra gravado com slide, uma das marcas de George Harrison.

Não faltam seus rocks animados (“Touch And Go” e “Let Love Lead”), nem a famosa balada (“Not Looking Back”). “Bamboula” traz um arranjo alegre nos remetendo à seus tempos de “Oo Wee” e “Back Of Bungaloo”. Como podem ver, não hás espaços para inovações. Há quem diga que não houve colaborações de artistas pop dessa vez. Sinto dizer, mas teve. Glenn Ballard, que gravou piano em algumas faixas, chegou a produzir e gravar com artistas pop que vão desde Michael Jackson até Shakira. David Stewart esteve à frente do duo Eurythmics. Mas os fãs não precisam se preocupar. A sonoridade do divertido baterista continua intacta. Postcards From Paradise não é um álbum tão forte quanto Ringo ou Vertical Man, mas é um trabalho honesto e sólido. Se você é fã do rapaz, pode ir sem medo.

Nota: 7,0 / 10,0
Status: Sólido

Faixas:
      01)   Rory And The Hurricanes
      02)   You Bring The Party Down
      03)   Bridges
      04)   Postcards From Paradise
      05)   Right Side Of The Road
      06)   Not Looking Back
      07)   Bamboula
      08)   Island In The Sun
      09)   Touch and Go
      10)   Confirmation 
      11)   Let Love Lead

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