Por Rafael Menegueti
Symphony X - Underworld |
Existem bandas que são um pouco subestimadas se olharmos
a carreira delas como um todo. Pra mim o Symphony X é um exemplo claro disso. A
banda de Nova Jérsei tem 21 anos de estrada e uma discografia sólida, mas não
tem o mesmo reconhecimento que bandas contemporâneas do estilo, como o Dream
Theater, por exemplo, possuem.
A banda do excelente vocalista Russell Allen, e do
guitarrista Michael Romeo lançou ontem (24/07) seu nono álbum de estúdio, “Underworld”,
que mostra que o grupo continua em ótima forma, mesmo depois de tantos anos de
carreira, desde a temática das músicas (aqui, o submundo, com referências a obra
“A divina Comédia”, de Dante Alighieri), até a sua execução. O que a arte da
capa tem de feia (desculpem, mas é), o disco tem de excelente. Coeso e
uniforme, o som da banda segue sendo uma potente demonstração de técnica e
peso, alinhada com o estilo de música que eles sempre produzem.
Os elementos do som do Symphony X são fáceis de
identificar. Muita ênfase em riffs pesados e que fogem de lugares comuns sem
parecer complexos demais, aliado a arranjos de teclados e sinfônicos que dão
atmosfera e incrementam as faixas com perfeição. Ao iniciar o disco com “Overture”
e o excelente single “Nevermore”, nós já temos uma ideia do quão incrível será
o que está por vir. Embora use estruturas musicais complexas, naturais do metal
progressivo, o disco não fica cansativo. Pelo contrario, as melodias e arranjos
tornam a audição de “Underworld” viciante.
Os membros do Symphony X |
É com agressividade que o disco prossegue em “Underworld”,
faixa título do trabalho. Já em “Without You” o que temos é uma canção mais
cadenciada, com arranjos belos e vocais de tirar o folego. Um maior uso de peso
e velocidade marcam “Kiss of Fire”, enquanto “Charon” é marcada por um solo
alucinante e vocais impecáveis. A longa “To Hell and Back” é a melhor faixa do
disco, com arranjos únicos e ótima presença de todos os músicos e elementos da
banda. “In My Darkest Hour” se destaca pelo riff selvagem e o bom refrão,
enquanto “Run With the Devil” tem uma estrutura mais complexa, mas ainda assim
com uma melodia empolgante. “Swan Song” é a canção mais suave do disco, e pelo
modo como a banda trabalha suas canções, sua melodia é proporcionalmente bela.
O disco se encerra com “Legend”, que deixa a certeza de que esse disco não tem
uma única faixa ruim.
“Underworld” prende o ouvinte do começo ao fim. Ganha ele
logo nos primeiros minutos de audição. Ao mesmo tempo que o disco exige a
atenção do ouvinte, ele não fica chato ou monótono em nenhum momento. Todas as
faixas parecem muito bem conectadas e em perfeita sintonia. As atuações de
todos os integrantes são notáveis. Talvez fosse exagero , causado pelo calor do
momento, afirmar que esse seria o melhor trabalho da banda. Honestamente não
sei. Mas que “Underworld” já figura entre os meus favoritos, não só do Symphony
X, mas de todo o gênero do metal progressivo, isso sim. E já é, na minha
opinião, o melhor disco do ano até o momento. Isso eu afirmo sem medo.
Nota: 10/10
Status: Perfeito
Faixas:
1. Overture
2. Nevermore
3. Underworld
4. Without You
5. Kiss Of Fire
6. Charon
7. Hell And Back
8. In My Darkest Hour
9. Run With The Devil
10. Swansong
11. Legend
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