Por Davi Pascale
Comecei a escrever sobre música,
justamente por ser fã de música. Por essas e outras, acompanho de perto páginas
e grupos de redes sociais dos artistas que admiro. É um modo de saber de
algumas noticias em primeira mão, além de conseguir, por vezes, interagir com
artistas que admiramos há algum tempo. Também é um modo de notarmos o
pensamento que seus fãs têm sobre determinadas atitudes de seus ídolos. E um
assunto, em especial, vem sendo bastante discutido nesses grupos.
Principalmente, nas páginas do Ira! e do Camisa de Vênus. A famosa troca de
lineups e o pouco caso que seus ídolos têm com sua própria história.
Infelizmente, não temos como
exigir que nossos ídolos mantenham seus integrantes para sempre. O que acontece
no palco é apenas um lado da moeda. Muitas vezes, já vi músicos comentando que
ter banda é como ter uma família, o que não é uma mentira. E tem uma outra
questão, ter uma banda é como ter uma empresa. E quem não pensar assim, não vai
para frente. Sem exceção! Por isso, todos os grandes artistas têm advogados,
assessor de imprensa, empresário, etc. Todos esses profissionais estão ali para
que não queimem sua imagem, prejudicando assim o retorno financeiro e, alguns
deles, para tratar da questão de grana mesmo. Valores, depósitos, etc
Existem dois fatores que arruínam
qualquer relação: dinheiro e mulher. E dentro da música não é diferente. Basta
lermos as biografias de nossos ídolos. Sempre que um integrante começa a se
destacar, começa a querer crescer em cima dos demais, começa a achar que não
precisa mais da banda e se lança em carreira solo. Ou os demais músicos começam
a se sentir em segundo plano e inicia o quebra-pau dentro do grupo. Não é raro acabarem
falando mais do que deviam e, por vezes, partirem para agressão física em cima
de seus companheiros de estrada. Temos aí o início do fim. Outra questão é
mulher. Não é raro, o rapaz começar a levar sua esposa nas turnês e a garota
começar a interferir nas decisões e podar certas atitudes. Isso quando não
resolve pular a cerca com outro músico. Sim, já aconteceu isso na história do
rock algumas vezes. Pode acrescentar aí, abuso de álcool e drogas. Muitas vezes,
o vício chega a tal ponto que começa a afetar a performance. Daí, entra o
famoso quebra-pau. Essas são as principais razões para que um grupo vá pro espaço!
Parte dos fãs não aceita nova tour do Camisa de Vênus |
O grande problema, dos dois
grupos em questão, é a forma como tudo aconteceu. No caso deles, não foi aquele
lance de mudar a formação para se manterem na estrada. Os grupos estavam na
geladeira. E suas atitudes são realmente polêmicas. Quem já leu a biografia do
Nasi, sabe que o principal problema de relacionamento dentro do grupo era o relacionamento
do cantor com o guitarrista Edgard Scandurra (item mulher), além do
empresariamento. Também não é segredo, para quem leu o livro, que Nasi não
gostava do André Jung enquanto músico, mas sempre será questionável se Edgard
deveria ter aceito retomar as atividades nessas circunstâncias. Querendo ou
não, o rapaz nunca abandonou o grupo e gravou todos os discos do Ira! Por mais que seja fã do Nasi,
acredito também que não deveria ficar falando na mídia que acha André um
péssimo músico. É um desrespeito não apenas com o rapaz, mas com seus fãs e com
sua própria trajetória.
No caso do Camisa, teve discussão
feia por causa de grana, onde rolou até processo judicial. Os músicos
resolveram retomar as atividades sem Marcelo Nova (que não topou a parada) alguns
anos atrás e o cantor meteu um processo nos caras, assim que lançaram um disco, alegando que não poderiam
utilizar o nome. Independente de ter ou não razão (nome de banda possui
registro e sempre tem alguém que é responsável por ele) é nítido que não
possuem mais clima para tocarem juntos. Se a banda se reunisse hoje, não
passaria de dois shows. Uma vez que só tem ele e o baixista Roberio Santana, e
a banda por trás é a banda solo do Marcelo, venderia o show como “Marcelo Nova
celebra 35 anos de Camisa de Vênus” e anunciaria o rapaz como uma
participação especial. É verdade que as demais reuniões do grupo também não
contaram com a volta de todos os músicos, mas não tinha essa inimizade explícita,
que é algo que joga contra a história da banda. Deixaria a história como está e
deixava as pedras rolarem...
Agora... Não adianta ficar entrando
nas páginas dos músicos e ficar escrevendo quem deveria voltar, ficar xingando
os caras. Sempre existe uma razão para aquele alguém não estar ali e também
sempre existe uma razão para que tal pessoa tenha sido escolhida para substituí-lo.
Já vi diversas situações chatas por conta de não aceitação. Músicos sendo
vaiados, sendo tratados com indiferença pelos fãs, galera virando as costas
quando o cara vai falar com eles. A pessoa que entrou no lugar não tem nada a
ver com o problema de antes. Entendo não gostarem da situação, mas se não
concordam com a situação atual, se acreditam ser uma ofensa, a única coisa que
você pode fazer é não acompanhar. Não compre o novo disco, não vá aos shows. No
meu caso, continuo acompanhando o trabalho do Ira! e do Marcelo, por mais que
não concorde com algumas atitudes, mas daí vai de cada um. Por sua conta e risco...
No caso específico dos grupos abordados na matéria, penso que a "volta" ficou com uma cara de picaretagem, sem dúvidas. Mas assisti a shows das duas bandas, e, posso garantir, foi muito bom ter ouvido o repertório "clássico" das duas ao vivo, coisa que não tive oportunidade quando eles estavam "na ativa" com suas formações "tradicionais"! Sendo assim, claro que não considero as duas situações como ideais, mas antes desta forma do que de forma nenhuma, certo?
ResponderExcluirGrande Micael, legal te ver por aqui. Assisti o show dessa nova formação do Ira!, achei bacana, sim. O Camisa ainda não tive a oportunidade de conferir. O que me deixa triste é essa situação por trás dos tais retornos. Agora, quanto ao repertório, sem duvidas, são ótimos.
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