Por Davi Pascale
Com apoio do selo Frontiers, Trixter retorna com novo
trabalho. Os músicos seguem a sonoridade à risca e entregam aos seus fãs
exatamente aquilo que esperam deles. O clima de festa está de volta ao rock n´ roll.
Quem viveu os anos 80, certamente
lembra-se de cena de hair metal que invadiu as rádios na época. Enquanto grupos
como Bon Jovi, Cinderella, Skid Row, Poison e Motley Crue tomaram as rádios de
assalto, vários grupos não passaram de promessas. Bandas que chegavam a ter seu
clipe exibido na MTV (USA), tocavam nas rádios, mas não tinham a mesma atenção.
Alguns competentes, inclusive. É nessa panela que entra o Trixter. Seus dois
primeiros álbuns chegaram a ter alguma atenção na época, mas nunca foi aquele lance de vender milhões e se tornar uma febre.
Human Era é o segundo disco que lançam desde seu retorno em 2008.
Se eles não conseguiram se estabelecer na época, não vai ser agora que a
situação vai mudar. E os rapazes parecem ter consciência disso. O novo álbum
não é uma tentativa de se adaptar ao mercado. Contando com sua formação
clássica – “Pete” Loran, Steve Brown, P.J. Farley e Mark “Guss” Scott – entregam
aquilo que seus fiéis seguidores esperam: um disco de hard rock oitentista.
Todas as características do gênero estão aqui: vocais melódicos, refrões
facilmente memoráveis, guitarra com diversos riffs. O famoso clima de festa. O único
senão é a qualidade de gravação de bateria que achei meio morta.
Trixter lança novo trabalho com formação e sonoridade clássica |
“Rockin´ To The Edge Of The Night” começa com
tudo. Uma espécie de cruzamento entre Def Leppard e Bon Jovi (dos anos
80). “Crash That Party” mantém o clima festivo, destacando a levada de
bateria. Aquela levada clássica: rápida, reta com bumbo e caixa juntos, no
melhor estilo Tommy Lee (Motley Crue). “Not Like All The Rest” conta com um
refrão pegajoso e um arranjo bem pra cima. Se estivéssemos nos anos 80, esse som iria para as rádios
facilmente. “For You” traz uma forte influência de Van Halen, fase Dave Lee
Roth. “Every Seconds Count” e “Beats Me Up” são as inevitáveis baladas. A
primeira traz bastante influencia de seus conterrâneos de New Jersey, especialmente nas linhas vocais, enquanto a
segunda traz a estrutura clássica do gênero. Suave, melódica, com forte
presença de violões. Quem fez isso na época? Todo mundo que você puder
imaginar. Firehouse, Warrant, Poison, por aí vai...
O disco vai retomando o fôlego aos
poucos. “Good Times Now” é mais uma balada, mas já mais pra cima do que a
anterior. O rock volta “Midnight In Your Eyes”, mas é com “All Night Long” que
o disco volta a ganhar fôlego. “Soul Of a Lovin´Man” traz uma influencia de
blues. Uma pegada meia Lynch Mob fase “Tangled In The Web”. O disco se encerra
com a faixa título. Mais uma que poderia ter sido, facilmente, gravada pelo
grupo de Jon Bon Jovi.
Human Era é um trabalho bem feito. Bons trabalhos vocais, bons
refrões, bom trabalho de guitarra. Entretanto, sua sonoridade aponta para os
trabalhos mais comerciais dos anos 80. Aquela sonoridade meia cigarros Hollywood. Quem acompanhou a banda na
época ou curtia esse som, tem de tudo para curtir o novo disco. Se nessa época,
você curtia somente os sons mais pesadinhos como Cult, Whitesnake e Van Halen,
vá com calma! Claro que não para compará-lo com o (ótimo) Hear!, mas ainda assim, satisfaz!
Nota: 7,5/10,0
Status: Nostálgico
Faixas:
01)
Rockin´
To The Edge Of The Night
02)
Crash
That Party
03)
Not
Like All The Rest
04)
For
You
05)
Every
Seconds Count
06)
Beat
Me Up
07)
Good
Times Now
08)
Midnight
In Your Eyes
09)
All
Night Long
10)
Soul
of a Lovin´ Man
11)
Human
Era
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