domingo, 7 de junho de 2015

Muse - Drones (2015)

Por Rafael Menegueti

Muse - Drones
Festejados mundialmente como uma das melhores bandas do rock alternativo na atualidade, os britânicos do Muse lançam seu sétimo disco trazendo de volta um pouco da mistura de sons que tornaram a banda tão aclamada. “Drones” foi desvendado aos poucos, com algumas músicas sendo reveladas nas últimas semanas e meses. A expectativa era grande, e o disco parece corresponder.

O grupo vinha alimentando as expectativas com as declarações de Matt Bellamy a respeito do lançamento, dizendo que eles queriam voltar ao básico que eles sempre foram. De fato, é bem perceptível que a experimentação que a banda fez em seus dois últimos trabalhos ficou um pouco de lado, dando lugar a um disco mais simples e conceitual. A ideia por trás das músicas consiste numa grande metáfora sobre os rumos da humanidade. Segundo Bellamy relatou em entrevistas, sobre a perda da empatia, relacionada por eles à tecnologia de guerra que pode causar coisas terríveis a distancia, como drones guiados por controle remoto.

Voltando ao lado musical, as faixas trazem aquela velha mistura de rock com guitarras fortes, sintetizadores e boas melodias. O disco tem boa consistência e as faixas transitam bem entre suas influências. A faixa que abre o trabalho, o single “Dead Inside”, tem um ritmo levado pelo baixo e sintetizadores, com uma guitarra com efeitos que deixa a faixa bem interessante. O disco ganha mais pegada em seguida. “Psycho” é uma faixa que me ganhou de cara, com belo riff de guitarra e atitude, uma das melhores do CD.

Os membros do Muse
Em “Mercy” a banda volta a usar o som do piano para criar um tema que se direciona logo para o rock cadenciado do grupo. “Reapers” é outro destaque, uma faixa suja e acelerada, com bom uso de efeitos e guitarra, além de um belo solo. “The Handler” é outra com um riff ousado e andamento cheio de criatividade. Uma vinheta com um discurso de John Kennedy divide o disco aqui, antecedendo mais uma pancada em “Defector”. Faixa de atitude e ótimo trabalho vocal, com clara influência das cancões mais rock ´n roll do Queen.

As faixas seguintes dão uma quebrada nesse clima pegado. “Revolt” é menos agressiva, enquanto “Aftermath” é a baladinha do disco, com bela melodia e excelentes arranjos. “The Globalist” por sua vez é uma faixa longa, progressiva que tem suavidade e guitarra com slide no começo, ganha uma explosão de guitarra e peso no meio e volta a melodia simples com a voz de Bellamy e o piano depois. A faixa evolui mais um pouco e desemboca no encerramento do disco, com a faixa-título, que é uma sequência de vozes em coro, à capela, que dura quase três minutos.

Com grande performance dos músicos, “Drone” é um disco que promete agradar muito aos fãs da banda. Boas composições, melodias cativantes, vocais intensos com guitarras sujas e agressivas de Matt Bellamy, baixo pegado de Chris Wolstenholme e bateria consistente de Dominic Howard. Tem a personalidade do Muse e alguns dos melhores e mais pesados momentos da banda. Não chega a ser o melhor disco do Muse, mas é muito pra uma banda que vinha batendo na trave em seus últimos lançamentos.


Nota:8,5/10
Status: Consistente e pegado

Faixas:
01. Dead Inside
02. [Drill Sergeant]
03. Psycho
04. Mercy
05. Reapers
06. The Handler
07. [JFK]
08. Defector
09. Revolt
10. Aftermath
11. The Globalist
12. Drones

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