Por Rafael Menegueti
Sonata Arctica |
Os finlandeses do Sonata Arctica são conhecidos por suas músicas
com temáticas recheadas de historias e personagens marcantes. Uma das melhores
historias criadas pelo vocalista Tony Kakko envolve não uma, mas quatro músicas,
lançadas em discos diferentes envolvendo um personagem perturbador e com características
um tanto psicóticas, numa trágica historia de paixão impossível. São elas: “The
End of This Chapter” (“Silence”, de 2001), “Don’t Say A Word” (“Reckoning Night”,
de 2004), “Caleb” (“Unia”, de 2007) e “Juliet” (“The Days of Greys”, de 2009),
que juntas formam a sequencia conhecida pelos fãs como a “saga de Caleb”
Cada uma das músicas é um capitulo da historia do personagem
Caleb, e sua paixão doentia por uma mulher, Juliet. A exceção de “Caleb”, faixa
que conta a infância e origem do personagem principal. A forma como Tony tratou
de compor as canções é bem interessante por se assemelhar a uma discussão do
personagem principal com sua amada, sendo “Caleb” a única cantada em terceira
pessoa. O uso de metáforas e referências a obras como “Romeu e Julieta”, de
Shakespeare, por exemplo, tornam as faixas ainda mais convidativas. Decifrar a
letra das canções exige uma certa atenção devido a essas inúmeras figuras de
linguagem e referencias. Alem de que é preciso imaginar as cenas com sua cabeça
pra compreender e interpretar o que se passa. Então aqui vai minha interpretação da saga:
End of This
Chapter
A primeira parte da historia começa com uma ligação telefônica.
Caleb e Juliet formavam um casal, mas a obsessão dele por ela fez com que ela o
deixasse. Ele foi impedido de se aproximar dela novamente, mas depois de um
tempo ele consegue encontrá-la. E passa a perseguir a moça. Após a perturbadora
ligação ele lamenta a forma como as coisas acabaram entre eles, e passa a
tramar a sua volta. Mas ele faz com calma, de forma fria, porque apesar de
tudo, ele é um romântico...
Don’t Say A Word
Se na primeira parte Caleb está apenas observando e
analisando o que irá fazer, em “Don’t Say A Word” ele parte pra ação. E de
forma agressiva. Caleb invade a casa de Juliet, a prende e começa e despejar
toda a sua indignação com a amada. Relembra um pacto, de que eles jamais se
separariam. Algo que ela quebrou. Ele expõe toda a sua loucura (“Eu vejo um
louco no espelho quando estou fraco”) e diz que Juliet é a causa dela. Ele quer
ouvi-la dizer que o ama, mesmo que seja mentira (“Eu sei que você mente”) Então
ele propõe uma solução, que ele retirou de um livro (Romeu e Julieta?), e
promete a ela que ela verá o fim antes do amanhecer...
Caleb
Antes de mostrar o final da historia, Tony decidiu mostrar
quem é Caleb mais a fundo. Para isso, foi a vez de explicar sua infância conturbada.
A faixa que leva o nome do personagem traz uma introdução com uma locução que
faz referencia às outras partes da historia (“você deve conhecer sua tragédia,
os últimos anos, de cor”). A música conta de uma família problemática. Seus
pais não se entendiam, e a mãe envenenava o filho contra o pai. Tanto que ele
não se ressentiu com sua morte (“Sorria no seu funeral, ‘estou feliz que você
esteja morto’”). Enquanto crescia, no entanto, as coisas não melhoravam, e a
dureza de sua mãe serviu para criar um adulto cheio de problemas. No fim, Caleb
acaba virando um assassino, impiedoso e que tem uma visão perturbada da vida e
morte, reforçada pelos versos “as flores secas são tão belas, e isso se aplica
a todas as coisas vivas e mortas”.
Juliet
Talvez tenha sido exatamente por causa da referência ao
livro de Shakespeare que Tony Kakko tenha decidido chamar a amada de Caleb de
Juliet, como é revelado no nome da última canção. Como havia ficado no ar em “Don’t
Say A Word”, Caleb tinha uma solução pra seu impasse com Juliet. Os dois
beberiam veneno e morreriam juntos. Mas algo deu errado. De algum modo, Juliet
engana Caleb e vira o jogo. Ele acaba bebendo o veneno sozinho, e tudo começa a
desmoronar. Enquanto o homem continua a expor sua indignação com ela, ele percebe
que é tarde demais para se arrepender, pois o caminho tomado não tinha volta. E
se da conta de que ela o fez de tolo o tempo todo, pois manipulou ele a
acreditar que ela concordaria com a sua loucura final. Em suas ultimas palavras
ele então decidi deixar claro que tudo que fez até então, foi por seu amor. “Eu
vivi apenas por você (...), minha razão para morrer, não há vida sem você”,
declara enquanto sente que não há mais amor correspondido. Ela é a ultima coisa
que ele vê, antes de tudo se acabar e ela fechar seus olhos.
Ótimo texto. Ótima interpretação e que, apesar de nao ter visto ainda a ultima parte da história, deu pra compreender toda a saga muito bem com seu "resumo".
ResponderExcluirObrigado jovem!
ExcluirE definitivamente, ainda assim, é uma história de amor melhor que a do crepúsculo.
ResponderExcluirSem sombra de dúvidas hahahaha!
ExcluirE definitivamente, ainda assim, é uma história de amor melhor que a do crepúsculo.
ResponderExcluirAgora tem a 'Till Death Done Us Apart pra adicionar à saga!
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