Por Rafael Menegueti
Kamelot - Haven |
Desde que foi escolhido novo vocalista do Kamelot, em
2012, Tommy Karevik vem provando que pode sim substituir à altura o idolatrado
Roy Khan. Sua boa atuação em “Silverthorn”, lançado ainda naquele ano, além de
sua grande performance ao vivo serviram para superar a desconfiança dos fãs
sobre o novo frontman. Agora com o lançamento de “Haven”, Karevik consegue se
firmar e deixar de vez o estigma do “substituto” para trás.
O disco veio depois de uma longa espera, até porque o
Kamelot fez uma extensa turnê para divulgar seu trabalho anterior. Mas é
notável como esse tempo serviu para consolidar a nova formação e entrosar ainda
mais o novo vocalista. A banda conseguiu fazer seu habitual som com ainda mais
consistência e composições que são a sua cara.
A melodia que sempre é o ponto forte da banda, emotiva e
com toques dramáticos , segue sendo o ponto forte e principal característica do
som. O grande lance desse disco é que nele a banda conseguiu trazer harmonias e
riffs bem mais marcantes que no antecessor, o que fez com que ele ficasse em um
nível próximo dos grandes lançamentos da historia da banda. Ouso dizer que esse
é o melhor desde “Black Halo” de 2005.
“Fallen Star” é uma faixa envolvente para abrir o disco,
seguida pelo single “Insomnia”, que consegue ganhar fácil na primeira audição.
“Citizen Zero” tem uma melodia mais sombria, com arranjos muito bem produzidos.
“Veil of Elysium” é pesada e tem um excelente tema de guitarra, sendo outra das
melhores faixas do disco. Já “Under Grey Skyes” é aquela balada cheia de emoção,
típica da banda, e conta com a perfeita participação de Charlotte Wessels, do
Delain, fazendo o dueto com Tommy. “My Therapy” é outra faixa que destoa positivamente
no disco, possui um ritmo bem empolgante.
Os membros do Kamelot |
O disco então é dividido pela faixa “Ecclesia”, uma
vinheta com vozes sussurrando e um leve coro que serve mais para introduzir a
faixa seguinte, “End of Innocence”, que mais uma vez mistura melodia com um
tema de guitarra forte e arranjos sinfônicos. “Beautiful Apocalypse” é outro
momento de mais peso, onde os backing vocals femininos se destacam no refrão.
Em “Liar Liar (Wasteland Monarchy)” temos a participação de Alissa White-Gluz,
que volta a trabalhar com a banda depois de aparecer em “Silverthorn” e ter
acompanhado a banda em quase toda a turnê de divulgação do disco, fazendo da
faixa outro bom momento do álbum.
O disco vai chegando ao final com mais uma balada, “Here’s
to the Fall”, onde os apenas arranjos sinfônicos e piano acompanham a voz em
tom melancólico de Tommy. Ela precede a ultima porrada do disco, “Revolution”, que
mais uma vez tem o peso reforçado pelos guturais de Alissa White-Gluz. O disco
encera com a instrumental “Haven”, que é formada por corais e arranjos sinfônicos
e orquestrais.
A edição deluxe tem um CD bônus com versões
instrumentais, orquestrais e acústicas das faixas do disco, uma adição interessante
para os fãs mais apaixonados. O fato é que “Haven” trouxe todos os elementos
que fazem do Kamelot uma banda tão admirada dentro do power/symphonic metal. O
trabalho vocal é bastante melódico e impecável. As músicas transitam entre os
arranjos sinfônicos, com os teclados de Oliver Palotai, e o peso da guitarra de
Thomas Youngblood com riffs empolgantes e criativos. O disco todo é muito agradável,
sem ter uma única faixa que possa ser considerada ruim. Para os fãs da banda, “Haven”
é sem dúvida um disco a ser celebrado pela ótima forma que a banda continua
apresentando depois de tantos anos na estrada.
Nota: 9/10
Status: Emocional e potente
Faixas:
1. Fallen Star
2. Insomnia
3. Citizen Zero
4. Veil of Elysium
5. Under Grey Skies
6. My Therapy
7. Ecclesia
8. End of Innocence
9. Beautiful Apocalypse
10. Liar Liar (Wasteland Monarchy)
11. Here's To The Fall
12. Revolution
13. Haven
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