Por Davi Pascale
Helix chega à seu décimo-terceiro
álbum de estúdio. Contando com três integrantes da formação clássica, os
canadenses devem agradar seus velhos fãs com trabalho despretensioso.
Os canadenses do Helix soltaram
mais um disco no ano passado. Os caras nunca foram uma banda de mega-exposição,
mas tiveram alguns pequenos sucessos lá na década de 80. No Brasil, seus
trabalhos mais conhecidos são Walkin´ On
The Razor´s Edge e Long Way To
Heaven que chegaram a ser lançados em vinil por aqui, na ocasião. Dessa
época, restaram o baterista Greg ‘Fritz’ Hinz, o baixista Daryl Gray e o
vocalista Brian Vollmer. Nessa ocasião, os guitarristas eram Paul Hackman (que
morreu no auge, devido à um acidente automotivo – a van que trazia os músicos
de volta de um concerto em Vancouver tombou e o rapaz que estava sem cinto
morreu) e Brent ‘The Doctor’ Doener, que chegou a retornar algumas vezes para o
conjunto. Atualmente, completam a formação os músicos Chris Julke e Kaleb ‘Duckman’
Duck.
Como disse, logo acima, esse
álbum é despretensioso. É um trabalho que os músicos fizeram pensando em
agradar aos fãs. Aparentemente, não há uma pretensão de se voltar à mídia. Não
se trata de um álbum de rock moderno. É um álbum de hard rock ao pé da letra, remetendo bastante ao som dos anos 80. A capa e o título não ajudam muito. A capa com um
monstrinho segurando a guitarra pode passar a idéia de um grupo pesadíssimo, o
que não é o caso. Bastard of the Blues, embora seja título de uma canção, pode passar
a idéia de um grupo de com uma forte influência do blues, o que também não é o caso. Há
algumas referências ao gênero, porém bem sutis. As canções, contudo, são muito
boas.
Esse novo disco, realizado com o
intuito de comemorar 40 anos de estrada, apresenta 8 faixas inéditas, além da
regravação de 3 velhas canções. Ao contrário da maioria dos conjuntos que
apostam em regravar seus sons mais conhecidos, os meninos apostaram em regravar
3 canções que julgam não terem recebido a atenção merecida. São elas: “Axe to Grind”, “Skin In The Game” e “The
Bitch Is a Bullet”.
Helix celebra 40 anos de banda com álbum de inéditas |
A faixa-título apresenta bastante
influência da sonoridade dos anos 70 na construção dos versos, onde a linha de
bateria nos remete à “Nobody´s Fault” (Aerosmith). O refrão, contudo, já nos
remete aos anos 80 com refrão chiclete e cheio de coros. A referência
setentista volta a aparecer com tudo em “Sticks & Stones”. Tente ouvi-la e
não se recordar de “Ballroom Blitz” (Sweet). O refrão é quase um plágio.
Como todo grupo do gênero, não
poderia faltar a famosa balada, aqui representada por “All The Love Is Gone”.
Provavelmente, a mais fraca do disco. Não tenho nada contra músicas mais
lentas, mas parece não ser o forte dos caras. “Screaming At The Moon” e “Metal
At Midnight”, por outro lado, são bem legais e devem funcionar bem nos shows.
A década de 80 pode ter sido a
década perdida no sentido econômico (principalmente, no Brasil marcado por
hiperinflação), mas no sentido musical foi bem bacana. Embora muitos massacrem
os grupos daquela época, sempre curti bastante. As bandas possuíam uma energia
e uma alegria que quase não se vê mais por aí. Retratava bem aquela idéia de
diversão. “Winning Is The Best Revenge” se tivesse sido lançado como single
naquele período, teria estourado. Bastard
Of The Blues resgata esse sentimento de diversão, aquela inocência que
estava perdida há um tempo. Certamente, não trará o grupo de volta aos
holofotes, nem mudará o rumo do rock, mas sem duvidas, irá trazer ótimos
momentos para quem deseja ouvir um bom disco de rock n roll.
Nota: 7,5 /10,0
Status: Divertido
Faixas:
01) Bastard
of the Blues
02)
Even
Jesus (Wasn´t Loved In His Hometown)
03)
Winning
Is The Best Revenge
04)
Screaming
At The Moon
05)
Metal
at Midnight
06)
Hellbound
for a Heartbreak
07)
When
All The Love Is Gone
08)
Axe
to Grind
09)
Skin
In The Game
10)
The
Bitch Is a Bullet
11)
Sticks
& Stones
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