Por Davi Pascale
A banda Exxótica está de volta à
ativa e com novo EP no mercado. Novo trabalho traz as velhas características do
trio e deve agradar seus velhos seguidores. Quem curtiu a primeira encarnação
da banda, pode comprar sem medo.
O Exxótica nunca foi unanimidade.
Pelo contrário, sempre dividiu opiniões. Parece fazer parte do velho esquema:
ame ou odeie. Ao mesmo tempo em que traziam uma preocupação com o visual
(altamente influenciado por Kiss), traziam um certo despojamento, que muita
gente confundia com amadorismo. Nunca foram pretensiosos. Sempre cantaram em
português, fizeram refrões pegajosos, melodias simples. O que sempre faltou, na
minha visão, foi um bom empresário e um bom fotógrafo. Várias imagens dos
rapazes passam uma idéia de banda podreira, o que definitivamente não é o caso.
Sempre tiveram uma pegada mais comercial por trás. Nos shows, por outro lado, o
visual funciona legal.
Ok, algumas letras apostam em uma
temática mais sarcástica (principalmente as que contam com a interpretação do “Reverendo”
Marcelo Rossi), mas não é de hoje que isso faz parte do rock nacional. Essa
característica é mantida no EP em “O Homem do Bisturi”. Canção que havia sido
composta para o Exxótica e lançada no projeto que o baixista criou após o término
do grupo, Reverendo. Entre as duas cantadas pelo rapaz, é a mais forte.
EP marca retorno do grupo após 3 anos separados |
Entretanto, quem sempre me chamou
a atenção de verdade no Exxótica foi Daniel Iasbeck. Além de ser um guitarrista
de mão cheia, sempre gostei muito mais do seu trabalho vocal. Sempre considerei
seu timbre de voz melhor, além de possuir um maior alcance. Aqui, fica
responsável pelas outras 4 faixas do CD. Onde o destaque fica por conta da
faixa-título. Dentre as 6 músicas, além da regravação da faixa de Palhaço Maldito do Rock Brasileiro,
arriscaram uma nova versão de “Meu e de Ninguém Mais”, lançada originalmente em
Jogos de Azar. Gosto muito da
música, mas achei a atitude desnecessária.
Do mais, é o velho Exxótica de
sempre. Altamente influenciado pelo hard rock dos anos 70 e 80, entregam 6
faixas com refrões grudentos e ótimos riffs de guitarra. O único senão, como
90% dos álbuns independentes da cena de rock brasileira, é a qualidade de
gravação da bateria. O instrumento está com um som bem magro, que destoa da sonoridade
do grupo que busca manter o peso nas canções, apesar do apelo comercial (Apelo
esse que não considero uma falha e acho essencial para quem quer viver de rock
no Brasil). Esperando agora por um álbum completo. Como um pequeno aperitivo,
está valendo!
Nota: 7,0 / 10,0
Status: hard rock despretensioso
Faixas:
01) Não
Me Cobre
02) Lobotomia
03) Conspiração
04) O
Homem do Bisturi
05) Meu
e de Ninguém Mais
06) A
Ex
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