Por Davi Pascale
Em 2013, o cantor Rob Zombie
colocou no mercado seu quinto álbum de inéditas e um de seus trabalhos mais
inspirados. Contando com a produção de Bob Marlette (Ozzy Osbourne, Alice Cooper), o disco traz sua usual
mistura de heavy metal com elementos eletrônicos.
Tive o primeiro contato com a música
de Rob Zombie através do canal televisivo MTV, quando o mesmo ainda fazia parte
de um grupo chamado White Zombie. Na época, mais precisamente o disco Astro Creep 2000, o rapaz era constantemente
comparado pela imprensa com o cantor Marilyn Manson. Embora sejam dois artistas
com personalidades próprias, realmente existiam alguns pontos em comum: o
visual excêntrico, a postura questionadora e o flerte da musica pesada com a eletrônica.
Embora sejam os dois mais populares, principalmente no Brasil, a fazer essa
mistura é bom lembrar que essa sacada não nasceu deles. Grupos como Ministry e
Nine Inch Nails já apostavam nesse universo antes dos rapazes. O auê foi tanto
que a idéia de saírem em turnê conjunta já era mais do que esperada. É
impressionante como o mundo dá voltas. Naquela época, Manson era o grande nome
da vez. Rob Zombie por mais que tivesse uma carreira mais extensa (o primeiro
trabalho do White Zombie foi lançado em 1985) não tinha a mesma projeção. Hoje,
o cara está com tudo. Nosso amigo anticristo foi numero de abertura da turnê.
Quem diria...
Algo que ninguém apostava também
é que ele trabalharia com músicos de Manson. O baterista responsável pelas
gravações do disco é justamente Ginger Fish, que trabalhou com o antichrist
superstar por mais de 15 anos. As guitarras ficaram por conta de John 5. Mais
um que trabalhou com Manson. Embora esse já esteja ao lado de Zombie há algum
tempo. O baixo ficou nas mãos de Piggy D. Os músicos não poderiam serem mais
adequados. São os caras certos para o som do rapaz. Formação simplesmente
matadora.
Venomous Rat Regenaration Vendor é um de seus melhores trabalhos solo |
O disco começa com “Teenage
Nosferatu Pussy”, um som que é pesado e um pouco sombrio que por alguma razão
me remeteu um pouco à “Living Dead Girl”. A faixa seguinte “Dead City Radio And
The New Gods of Supertown” foi a escolhida para ser utilizada como um aperitivo
do que estava por vir. Foi a primeira faixa que seus fãs ouviram e é realmente
uma canção forte, assim como “Revelation Revolution”.
Algo bacana nesse trabalho é que
a qualidade dele meio que se mantém do início ao fim. Para mim, existem apenas
dois pontos fracos em todo o álbum: “Rock And Roll (In a Black Hole)” que,
embora tenha um refrão explosivo, tem um arranjo meio cansativo e a versão de “We´re
An American Band”. Essa mesma. Classicão do Grand Funk Railroad. Gosto muito do
Grand Funk, o som é um clássico, mas achei que a releitura não funcionou e não
consigo ver muita semelhança com sua obra. Desnecessária!
Os arranjos ficaram todos por
conta da dupla Rob Zombie e John 5. O cantor também é responsável por todas as
letras todo o álbum (com exceção da canção do Grand Funk, é claro) e continua
com as mesmas loucuras de sempre misturando elementos de sexo, violência e
terror. O que mais poderíamos esperar da mente que dirigiu e escreveu A Casa dos 1000 Corpos e Rejeitados Pelo Diabo? Mais Rob Zombie, impossível!
Nota: 9,0 / 10,0
Status: Pesado e inspirado
Faixas:
01) Teenage
Nosferatu Pussy
02)
Dead
City Radio And The New Gods of Supertown
03)
Revelation
Revolution
04)
Theme
For The Rat Vendor (vinheta)
05)
Ging
Gang Gong De Do Gong De La Raga
06)
Rock
and Roll (In a Black Hole)
07)
Behold,
The Pretty Filthy Creatures!
08)
White
Trash Freaks
09)
We´re
An American Band
10)
Lucifer
Rising
11)
The
Girl Who Loved The Monsters
12)
Trade
In Your Guns For a Coffin´
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