Por Davi Pascale
Ícone do rock progressivo chega à seu 21º álbum. Sem a presença de dois
integrantes da formação clássica e contando com uma linguagem mais simples,
disco tem dividido opinião.
Os adorados e lendários Rick Wakeman e Jon Anderson continuam fora da
banda. O teclado, assim como em Fly From
Here, continua aos cuidados de Geoff Downes (que também já havia gravado o polêmico Drama). Os vocais, contudo, sofreram
mais uma alteração. O canadense Benoit David também está fora da banda. Para
seu lugar, veio Jon Davison. Assim como o cantor anterior, o rapaz tenta manter
o estilo de Jon Anderson. Além de ter um timbre de voz super parecido, cria os
mesmos tipos de vocalização.
O trabalho anterior, o já citado Fly
From Here, havia nascido de velhas canções que haviam sido deixadas de lado
pelos músicos. Aqui, resolveram começar o material do zero. Enquanto o trabalho
de 2011 se mantinha fiel às raízes, o novo disco aponta em uma linguagem de
mais fácil assimilação. Quando li as primeiras reclamações de que o novo disco
tinha um pé no pop, achava que Downes estaria à frente das composições (por
conta de seu passado com os The Buggles e com o Asia), mas qual não é minha
surpresa ao abrir o encarte e reparar que ele ajudou a compor apenas “Subway
Walls”, que é a que mais se aproxima do velho Yes? E qual não é minha surpresa
também ao reparar que Davison ajudou a compor 7 das 8 faixas? Achei bacana a
atitude de permitirem que o novo integrante contribuísse nas criações das
músicas de igual para igual.
Isso não quer dizer, contudo, que eles voltaram aos anos 80. O novo
material em nada se assemelha com “The Rhythm of Love” ou “Owner Of Lonely
Heart”. O que tem feito com que as pessoas digam que esse álbum não é
progressivo é porque os arranjos são mais lineares com menos viagens, não há
tantas quebradas de tempo. Entretanto, continuam apostando em composições
longas.
Disco marca a estreia de Jon Davison |
As linhas vocais, como já disse, continuam no velho estilo do Yes. Steve
Howe continua com sua pegada jazzy e é um dos que mais se destacam no novo
disco. Downes fez um bonito trabalho de teclado, embora esteja fazendo algo simples para o padrão do Yes. Não me recordo de nenhum solo de teclado por aqui como ocorre em trabalhos clássicos da banda, por exemplo. Esqueça isso. Imagine o Yes fazendo um disco de baladas. É quase
isso que ocorre aqui. Os arranjos são bastante calmos, que é algo que tem
irritado os fãs mais xiitas.
Outra razão que muitos têm criticado esse disco é justamente por conta
do novo vocalista. Ainda tem gente que não se conforma com a ideia de seguirem
sem Jon Anderson. Também gosto mais de Anderson, mas não dá para dizer que o
novo cantor é ruim. Achei o cara bem competente.
Claro que não dá para comparar esse novo trabalho com discos clássicos
como Fragile, Close To The Edge ou The Yes
Album. Mas honestamente, gosto quando os artistas saem da sua zona de
conforto e tentam algo diferente. Certamente, não trata-se de um clássico,
mas também não é esse trabalho abominável como muitos andam pintando por aí. Até
porque estamos falando de um grupo que possui músicos de altíssimo calibre. Os
caras sabem o que estão fazendo. Minhas faixas
prediletas são “Believe Again”, “The Game”, “In A World Of Our Own” e “Subway
Walls”. Esqueça o que estão dizendo por aí e escute o álbum.
Nota: 7,0
Status: Arranjos calmos e menos complexos
Faixas:
01)
Believe Again
02)
The Game
03)
Step Beyond
04)
To Ascend
05)
In A World Of Our Own
06)
Light Of The Ages
07)
It Was All We Knew
08)
Subway Walls
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