Por Rafael Menegueti
Nessa
semana, uma excelente matéria do jornal australiano “The Herald” lembrou os
vinte anos do debut do Silverchair, no EP “Tomorrow” (leia a matéria em inglês aqui). Lançado em setembro de 1994, esse material hoje é praticamente uma
raridade. O fato é que a historia de como a banda surgiu para o mundo começa
nesse EP, e em um programa de rádio.
Os garotos
tinham apenas 15 anos em 1994 quando uma vizinha os avisou que a radio Triple J
estava organizando um concurso de fitas demo, e a banda vencedora gravaria um
EP. Os três garotos (na época quatro, com o segundo guitarrista Tobin Finanne),
ensaiavam e compunham sem grandes pretenções na garagem do baterista Bem
Gillies na época. Parecia uma boa idéia entrar no concurso.
A demo de
“Tomorrow” tinha sete minutos, bem mais longa do que a que conhecemos. Com um
andamento mais lento e muitas partes repetitivas que viriam a ser encurtadas e
alteradas mais tarde, alem de uma letra ligeiramente diferente. A fita foi
mandada e executada na rádio, e desbancou outras centenas de faixas mandadas
por outros aspirantes ao sucesso do país inteiro. “Tomorrow” fisgou a
audiência, os produtores musicais e a critica, que ficou espantada com a
capacidade de uma banda adolescente em fazer uma música tão marcante.
“Tomorrow”
não era uma faixa profunda e revolucionaria, como outras músicas que marcaram
os anos 90. Seria esperar demais de alguns adolescentes de Newcastle. Mas era
suficientemente impactante para despertar o interesse do público, e também da
indústria fonográfica. A banda foi lapidada, assim como sua faixa principal,
para que seu potencial desse o resultado esperado. Agora um trio, e com um novo
nome (Innocent Criminals não estava agradando mais), o silverchair (assim, em
minúscula mesmo na época) produziu seu EP, um prêmio muito bem dado.
As quatro
faixas que fazem parte dele são simples, possuem letras modestas mas encantam
pela força instrumental. “Tomorrow” virou um hit pronto para atingir as rádios
(o que de fato ele fez), “Blind” é mais arrastada, sombria, quase um lamento
que ganha peso logo depois. “Acid Rain” tem um riff impressionante, e “Stoned”
fazia uma linha mais grunge tradicional, simples e despretenciosa.
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