Por Rafael
Menegueti, colaborou Davi Pascale
Uma das
melhores bandas da nova safra do metal sinfônico europeu é o Diabulus In
Musica, da Espanha. O grupo lançou recentemente seu terceiro álbum, “Argia”, e
vem crescendo na cena ao longo do tempo. “Argia” vem fazendo sucesso entre os
fãs do gênero, e não é por acaso. O disco é um dos melhores do estilo lançado
esse ano e mostra uma grande evolução na sonoridade do quinteto espanhol. Para
conhecer mais sobre essa banda e seu trabalho, tive o prazer de conversar com a
vocalista do grupo, Zuberoa Aznárez. Veja abaixo o que ela falou sobre o novo
disco, e sobre a historia da banda:
Zuberoa Aznárez |
Riff
Virtual: Primeiro, eu gostaria de saber sobre o sua historia. Como você começou
a cantar e como a banda começou?
Zuberoa
Aznárez: Eu canto desde quando me lembro. Minha mãe conduzia um coral de
crianças, então eu costumava ir aos ensaios e aprendia todas as vozes de cor,
até que eu cresci e comecei a cantar lá também. Quando eu tinha 8 anos comecei
a aprender teoria musical e flauta. Nos também estudamos canto a capela na
época, mas para uma criança não é fácil aprender técnicas vocais enquanto sua
voz se desenvolve, então é melhor começar dos 16 anos pra frente. De qualquer
modo, essas lições foram úteis pois você desenvolve uma capacidade de ouvir o
resto das vozes e aprender outras habilidades: expressão, afinação... Eu
comecei a aprender canto clássico quando tinha uns 20 anos. Ao mesmo tempo, eu
comecei a cantar em uma banda de rock e um pouco mais tarde uma banda de metal
me convidou para cantar com eles também. Gorka (Elso, tecladista do Diabulus In
Musica) estava lá e quando a banda estava pra acabar eu pensei em montar uma
nova e chamei Gorka pra nos juntarmos. Eu mostrei a ele algumas músicas que eu
tinha escrito, ele gostou e assim nasceu o Diabulus In Musica.
R.V.: Neste
novo álbum, “Argia”, a banda tem uma nova formação. Você acha que essas
mudanças melhoraram sua musica em comparação aos trabalhos anteriores?
Z.A.: Os
novos membros não participaram da composição de “Argia”, exceto por alguns
riffs, pois Gorka e eu já estávamos trabalhando nisso quando eles se juntaram,
então nos preferimos que eles se focassem em aprender as musicas antigas. De
todo modo, eu estou ansiosa para trabalhar com eles nas composições também.
Tenho certeza que podemos fazer coisas legais juntos agora.
R.V.: Qual
é o conceito ou a idéia por trás desse novo álbum?
Z.A.: Argia
significa luz ou claro em nossa língua regional, basco. Esse título de um certo
modo reflete como nós nos sentimos agora. Gorka e eu tivemos que começar do
zero quando os outros membros da banda saíram. Isso foi muito difícil no
começo, mas nós conseguimos escrever novas músicas, encontrar novos membros e
fazer alguns shows em apenas um ano. Por outro lado, essa situação e algumas
outras pelas quais eu passei ao mesmo tempo me fizeram sobre alguns
comportamentos humanos e me fizeram tentar entender melhor os outros e a mim
mesma. Então, basicamente, esse é o conceito ao qual ele se refere. Esse é o
álbum mais pessoal até agora e ele fala sobre alguns fatos, sentimentos,
pensamentos ou situações que eu vivi nos últimos dois anos.
R.V.:Vocês
tiveram a colaboração da Ailyn do Sirenia neste álbum, e do Mark Jansen, do
Epica, no anterior (“The Wanderer”). Como surgiram essas participações
especiais?
Z.A.: Eu
imediatamente pensei na Ailyn para cantar essa música (“Fúria de Libertad”) comigo
pois somos amigas e ambas somos da Espanha. Alem disso, Nós temos vozes
diferentes que complementam uma à outra muito bem, então eu perguntei se ela
gostaria de participar dessa canção. Ela gosta bastante da banda, estão ela
prontamente aceitou e eu fiquei muito feliz em ter a bela voz dela em uma de
nossas musicas! Sobre o Mark, nós queríamos uma colaboração “não melódica”,
então primeiro pensamos em alguma banda de death metal, mas como somos bons
amigos do Ad Sluijter (ex-guitarrista do Epica), então nós percebemos que
podíamos contatar o Mark. Ele nos contou que realmente gostava do que fazemos e
aceitou cantar também. Foi ótimo termos ele no disco.
R.V.: Esse
ano vocês irão tocar novamente no Metal Female Voices Fest (festival belga
apenas com bandas de vocal feminino). Qual é a importância desse festival na
historia da banda?
Z.A.: Nós
temos sorte de termos tocado lá mais de uma vez e agora a família MFVF é nossa
família também. Amamos tocar lá e mal podemos esperar para voltar!
Compartilhamos muitos bons momentos com fãs, organizadores, equipes e outras
bandas. Tem uma atmosfera muito especial e um contato muito direto com o
público. Isso é o que faz esse festival tão especial. Alem do mais, foi o
primeiro festival que nos deu a oportunidade de tocar fora de nosso país e
repetir. Então somos muito gratos aos organizadores e ao publico que nos
quiseram de volta. Por esse motivo, nós sempre tentamos fazer algo especial lá.
Nós costumamos levar um pequeno coral e fazer algo mais do que apenas tocar.
Com certeza esse ano faremos algo especial também, mas ainda é cedo para dar
detalhes.
Diabulus In Musica: Apenas Gorka Elso (2º da esq. pra dir.) e Zuberoa da formação original |
R.V.: Na
sua opinião, qual é o próximo passo para a banda? O que você espera conseguir
com o Diabulus In Musica no futuro?
Z.A.: Eu
sempre tento viver com o suficiente para isso, então cada pequena conquista é
como um presente. Eu faço música apenas por que eu amo isso e eu sou muito
grata por poder ter a chance de espalhar
isso. Alguns anos atrás nós nunca poderíamos imaginar que estaríamos onde
estamos agora. De qualquer forma, o que eu realmente amaria alcançar seria
poder viver de música, ou pelo menos sobreviver.
R.V.: A
banda tem algum plano para um DVD ao vivo?
Z.A.: Não
no momento, porque isso depende da gravadora. Mas, se nós o fizéssemos, seria
em um show bem especial. Estamos tentando organizar algo especial para o ano
que vem, então, se tudo correr como planejamos, com certeza iremos gravá-lo!
R.V.: O
metal sinfônico é muito popular no Brasil e em toda a América Latina. Está nos
planos da banda fazer uma turnê pela América Latina? O que você pode dizer aos
seus fãs brasileiros?
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