No proximo
sabado (08 de março), teremos o dia internacional da mulher. E pra homenageá-las
nessa data, decidimos fazer a semana da mulher do rock aqui no blog. Durante
toda a semana, só postagens sobre bandas e artistas femininos. E pra começar
falarei de uma banda pela qual varias vocalistas já fizeram parte: O Sirenia.
A atual formação do Sirenia: Jonathan, Ailyn, Jan e Morten |
Trata-se de
uma banda norueguesa fundada por Morten Veland, também conhecido por ser um dos
fundadores de um dos maiores nomes do metal gótico, o Tristania. Após sair do
Tristania, em 2001, ele se incumbiu de montar uma banda como ele queria. Para isso,
contou com a ajuda do já falecido Jan Kenneth Barkved, Kristian Gurdensen e
Fabienne Gondamin para gravar o álbum de estréia do Sirenia. Detalhe: Veland
gravou quase todos os instrumentos. Nascia ali uma das bandas mais versáteis do
metal gótico europeu.
At Sixes
and Sevens (2002)
O disco de estréia
do Sirenia era mais próximo de um projeto experimental do que de uma banda em
si. Morten decidiu que, para conseguir o resultado que queria, ele sozinho
comporia as músicas e gravaria todos os instrumentos principais do Sirenia. Para
complementar o som, ele convidou outros vocalistas (já citados acima) e
implementou um coral nas canções. O resultado foi um disco potente, que mistura
influencias góticas com doom metal, cheia de vocais guturais e efeitos de
sintetizadores. “At Sixes and Sevens” foi uma estréia bem sucedida, e fez com
que Morten acreditasse que a banda tinha futuro. Essa foi a única contribuição
de Fabienne Gondamin na banda. Ela sequer chegou a ser efetivada no grupo, e
sumiu completamente depois dessa participação.
An Elixir
for Existance (2004)
Seguindo a
linha do primeiro álbum, “An Elixir for Existance” também foi gravado por
Morten Veland unicamente. Nesse disco a sonoridade está um pouco menos doom
metal, e se aproxima um pouco mais do que Morten havia feito no Tristania um
pouco antes. Os vocais femininos ficam por conta de Henriette Bordvik, primeira
vocalista oficial do grupo. A banda já tinha uma cara mais pessoal de Morten, e
ele ainda contava com os vocais limpos de Kristian Gurdensen, que também tocava
guitarra ao vivo, e o chileno Jonathan Perez, na bateria. Esse disco no entanto
foi o ultimo que seguia a formula tradicional do metal gótico de Veland. Depois
dele, ele partiu para experimentações bem diferentes.
Henriette Bordvik: apenas um ano e meio de banda |
Sirenian
Shores (EP) (2004)
Esse EP,
lançado ainda em 2004, continha um remix de “Save Me for Myself”, uma versão acústica
de “Meridian”, uma cover de Leonard Cohen, uma faixa instrumental e uma inédita,
“Sirenian Shores”. Esse disco foi também a ultima contribuição de Henriette
Bordvik e Kristian Gundersen na banda. A Napalm Records ainda lançou em alguns países
uma edição que acompanhava uma coletânea de artistas da gravadora, entre eles
Elis, Trail of Tears, Tristania, Atrocity e Xandria.
Nine Destinies and a Downfall (2007)
Após
precisar reformular a banda, Morten gravou o terceiro album do Sirenia com a
nova vocalista, Monika Pedersen. Ela tinha um estilo mais próprio, e Morten
começou a dar mais espaço para os vocais femininos nesse disco. Antes, sua voz
predominava, mas em “Nine Destinies”, Monika virou a protagonista. As músicas são
boas, e se aproximam do metal sinfônico, e possuem letras simples sobre emoções
e relações humanas. Apesar de levar a banda a um novo patamar, alguns fãs
acharam muito comercial. Mas as coisas definitivamente não eram fáceis para
Morten, e ele teve que procurar uma nova vocalista logo depois, pois Monika
abandonou o barco em novembro do mesmo ano. Sem falar no novo guitarrista,
Bjornar Landa, que saiu em 2008.
Monika Pedersen também teve passagem rápida |
The 13th
Floor (2009)
O Sirenia
tinha tido três vocalistas diferentes em três álbuns. E agora eles estavam atrás
de uma quarta voz. E encontraram uma excelente opção na espanhola Ailyn Gimenez,
que curiosamente era uma cantora pop antes de ser recrutada. Mas ela caiu como
uma luva. Em “The 13th Floor”, Ailyn mostra ser incrivelmente talentosa, embora
pareça tímida em alguns momentos. O disco mistura momentos mais parecidos com o
metal gótico tradicional de Morten com os momentos mais melódicos e
sentimentais do disco antecessor. E dessa vez ele agradou os fãs. Mas nem tudo
ficaria perfeito, pois, apesar de Ailyn ter ficado, o novo guitarrista Michael
Krumins também deixou o grupo.
The Enigma
of Life (2011)
Ailyn tinha
se firmado na banda, e agora chegava a hora deles se solidificarem assim. A
parceria entre Morten Veland e a vocalista espanhola rendeu um trabalho extremamente
melódico e com belos arranjos em “The Enigma of Life”. Ailyn parecia mais solta
e com uma voz ainda mais precisa nesse disco, e a banda ainda mostrava um ótimo
entrosamento. Só havia um problema: o disco, apesar de belo, possui músicas
muito similares. As mesmas estruturas, com solos simples, refrões pegajosos e
arranjos de cordas deixaram o álbum muito repetitivo. O disco é legal, mas peca
nesse detalhe. Pelo menos dessa vez, com a entrada de Jan Soltvedt, a banda
parece ter se estabilizado.
Ailyn: ela se firmou como a voz definitiva do Sirenia |
Perils of the Deep Blue (2013)
No ano
passado, o Sirenia retornou com um novo álbum, e impressionou a todos que
esperavam por mais um disco como “The Enigma of Life”. “Perils of the Deep Blue”
resgata as melhores características do Sirenia, desde o princípio. Riffs pesados,
vocais bem produzidos, guturais, o já característico coral e arranjos de
sintetizadores marcam o disco, que volta a ter uma sonoridade mais característica
do doom metal. O lado melódico ficou de lado e deu lugar a faixas mais atmosféricas
e cheias de arranjos. E pela primeira vez a banda apresentou algumas músicas em
norueguês. Ailyn havia passado por um coral norueguês especialmente para se
preparar para esse disco, que elevou o Sirenia entre as principais bandas de
metal gótico com vocais femininos do mundo.
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