segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Peter Criss – Makeup to Breakup (Livro)






Por Davi Pascale

George Peter John Criscoula é o integrante mais velho do Kiss. Conhecido por ser o mais rebelde, o baterista que já se aproxima dos 70 anos, sempre foi menosprezado pela critica, pelos fãs e, em algumas ocasiões, pela própria banda. Em sua autobiografia, o terceiro musico do conjunto a se aventurar nesse universo, relata sua história, suas magoas, suas conquistas e desmistifica muitas bobagens que afirmam por aí.

Incrível que o pessoal continue afirmando bobagens nas resenhas do livro. Assim que o livro foi publicado li um texto onde o autor dizia que o livro tinha podre para todos os lados, que o rapaz afirmava da bissexualidade de Ace Frehley e da homossexualidade de Paul Stanley. Ou o cara quis causar polêmica, ou ele não leu o livro. Realmente o livro é bem revelador. Muitas histórias de bastidores (algumas engraçadas, outras trágicas), muitos depoimentos sobre as gravações, sobre seu vicio com alcool e drogas. Agora... Em nenhum momento, Peter afirma que Paul Stanley é gay. Ele diz que ele sempre teve suspeita porque achava ele delicado. Refere-se ao Starchild como Paulie (algo como Paulinha) em vários momentos, mas era um modo de dizer que ele era fresco em relação à atitudes. Utiliza quase sempre quando conta algum momento que considerava ataque de estrelismo do rapaz. Pode ser que Stanley seja gay? Pode, mas não será aqui que você terá a confirmação (quem sabe ele revele em sua autobiografia que sai em Abril?). Quanto à Ace ser bissexual, o Gene Simmons já tinha afirmado isso em sua autobiografia Kiss And Makeup lançada em 2000. Ou seja, quem é fã do Kiss, já sabe há tempos...


Momentos intensos marcam sua trajetoria dentro e fora do Kiss

Peter Criss sempre disse que ele veio de uma família pobre, que foi criado no Brooklyn e que tinha pertencido à uma gangue na adolescência. Ele mantém esse tom ríspido durante a narrativa. Ler o livro é como se estivéssemos ouvindo o rapaz a contar suas histórias. Ele manteve seu estilo de falar na escrita. De todos os momentos pesados, o que irá mexer mais com a cabeça dos fãs, acredito que seja seu depoimento sobre Mark St John (falecido guitarrista do Kiss que gravou o álbum Animalize). Os dois músicos fizeram uma demo juntos nos anos 90 e Peter diz ter ficado assustado ao entrar no quarto do musico e encontrar varias revistas pornográficas espalhadas no chão, todas elas com garotas que aparentavam serem menores de 18 anos na capa. Disse que a imagem era perturbadora.

Um boato que sempre diziam era de que ele não havia gravado os álbuns Dynasty e Unmasked porque não era bom musico o suficiente. Aqui, ele explica que ele não foi ao estúdio gravar porque ele não queria mais olhar para a cara da dupla Stanley e Simmons. Peter afirma que ele já queria sair da banda no inicio de 1978, mas que os músicos e o empresário, o convenceram a continuar mais um tempo para ver se as coisas se acalmavam. Já que em 78, não haveria centenas de shows e os álbuns seriam os trabalhos solo onde um não iria interferir no álbum do outro, topou. A única coisa que teriam que fazer juntos seria o filme Kiss Meets The Phantom of the Park. Sendo assim, quando retornaram as atividades ele estava levando em banho maria. Fazendo somente aquilo que fosse necessário. As feridas ainda não estavam cicatrizadas. Quando foi para a turnê, a situação piorou. Peter e Gene brigaram feio nos bastidores e o musico decidiu que não dava mais. Mesmo assim ele quis retornar para o Unmasked, mas no dia em que ele iria pedir uma segunda chance, segundo ele foi, expulso da banda. 


Musico não poupa criticas à seus colegas de banda
Peter Criscoula fez um relato honesto. Não escondeu as traições de suas esposas (nem por parte dele, nem por parte delas), não escondeu seu vicio com álcool, seu vicio com drogas, o dinheiro que perdeu com as drogas, o dinheiro que perdeu comprando futilidade para as esposas. Chega a comentar até de uma tentativa de suicídio. Sua maior magoa, contudo, é em relação ao pagamento que recebia em relação ao Kiss. Diz que os músicos nunca o pagaram para continuarem utilizando sua maquiagem. Que tanto no retorno de 1996, quanto nas apresentações de 2003, ele ganhava menos do que os guitarristas (Ace Frehley e Tommy Thayer, respectivamente). Dizia que já sabia que não iria ganhar o mesmo do que Gene e Paul, mas que ele acreditava que os outros 2 deveriam receber quantias iguais. E, principalmente, sentia magoa por ser tratado como um contratado nos tais retornos. Ele desejava ter uma relação mais próxima já que havia feito parte da historia inicial.

Embora tenha vivido momentos intensos com droga, bebidas e orgias, o musico aparenta ser uma boa pessoa. Sempre procurou estar próximo de sua filha, sempre deu importância para a família e sempre se dirigiu aos fãs com respeito. Mesmo tendo sido um dos responsáveis pela criação da sonoridade clássica do Kiss e tendo sido uma grande influencia para diversos músicos, muitos tratam ele com preconceito por não ser um virtuose. Quem sabe agora, conhecendo sua trajetória mais a fundo, começam a dar um pouquinho de valor para o rapaz? Ele merece!


Nota: 10/10

Status: Revelador

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