Por Davi Pascale
Esse é um disco de Paul McCartney
que divide opinião entre seus seguidores. Há que ame, há quem ache sem sal. Eu,
particularmente, acho bem legal. Todo mundo que acompanha a carreira do beatle
de perto está careca de saber que o músico é apaixonado pelos artistas dos anos
50. Não era raro, inclusive, os Beatles gravarem musicas de artistas dessa
época em seus primeiros trabalhos. Carl Perkins, Little Richard, Chuck Berry...
Aqui, Paul resolveu resgatar músicas de seus heróis. É um projeto, de certa
forma, similar ao Lp Rock n´ Roll de John Lennon e ao álbum Run, Devil, Run que gravaria anos mais tarde.
Choba B CCCP significa “Back In The USSR”. Além
de ser o nome de uma famosa música do Fab Four (presente no White Album), tinha uma razão de ser.
Esse trabalho era para ter sido lançado apenas na Russia. O musico fez como um
presente aos seus fãs russos que tinham dificuldade em conseguir seus álbuns. A
idéia era inverter a situação. Pela primeira vez na vida, eles teriam acesso à
um material que o resto do mundo não conseguiu. Obviamente, a estratégia não
deu certo. Quando lançou esse LP em 1988, Paul já era um ícone. Resultado? Não demorou
muito e o disco começou a ser importado e pirateado. Ainda estávamos na era do
vinil. Embora, fosse mais difícil piratear esse tipo de mídia do que o CD, de
vez em quando acontecia. A situação só se acalmou depois que a gravadora
resolveu finalmente colocá-lo no mercado em 1991.
Há quem diga que a razão de Paul
ter decidido gravar esse material seria o fato de seus dois últimos projetos – Give My Regard to Broad Street e Press to Play – não terem tido a
recepção esperada. Dizem que era uma maneira de voltar um pouco às raízes. Verdade
ou não, é fato que nesse disco ele retornou com uma sonoridade mais crua, menos
polida. Se em um disco como “McCartney II” o uso de sintetizadores falava alto,
aqui o que voltava a falar alto eram as guitarras, os violões e seu vocal
rasgado.
Paul McCartney junto com seu ídolo Carl Perkins |
O LP é bem legal. Tem uma
sonoridade de ao vivo, parece que estamos ouvindo um ensaio ou algo desse
porte. Honestamente, não sei como ocorreu a gravação desse trabalho em
especifico. Não sei se eles gravaram ao vivo no estúdio ou se foi a tradicional
gravação por canal. Mas a sonoridade é bem direta e bem honesta. Existem 3
prensagens desse material. Uma com 11, outra com 13 e a ultima com 14 faixas. No
entanto, para montar o set do disco, Paul McCartney gravou 22 músicas. Sendo
assim, há 8 versões ainda perdidas por aí. Com essa moda de relançamentos, quem
sabe não ocorre uma nova edição com as 22 faixas? Ficamos na torcida...
Tracklist:
01) Kansas City
02) Twenty Flight Rock
03) Lawdy Miss Clawdy
04) I´m In Love Again (somente na edição internacional)
05) Bring It On Home to Me
06) Lucille
07) Don´t Get Around Much Anymore
08) I´m Gonna Be a Wheel Someday
09) That´s Alright Mamma
10) Summertime
11) Ain´t That a Shame
12) Crackin´ Up
13) Just Because
14) Midnight Special
Me emociona ouvir McCarteney interpretando Summertime... Bela voz, canto solto, sentimental e uma guitarra maravilhosa nos causa algo bom na alma. Nota 10 para o ex-Beatle.
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