sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Rock n Roll Children

Meu primeiro contato com o rock n roll foi aos 3 anos de idade. Era o ano de 1985. O ano do rock n roll no Brasil. Ano do primeiro Rock in Rio, da consagração do RPM e do fim do Regime Militar. Ainda sofreríamos mais alguns anos até conseguirmos driblar de vez a censura nas rádios e na televisão. Muitas pessoas se aproximam do rock por querer quebrar barreiras, querer gritar em alto e bom som aquilo que é incômodo para muitos. Seja nas ruas, seja na sua própria casa. A minha descoberta, entretanto, foi algo inocente. Brincadeira de criança...

A trilha sonora da geração 80 foi o pop e o rock. Sendo assim, os discos que meu irmão mais velho comprava nessa época não poderiam ser de outros gêneros, senão esses. Meu pai também sempre se ligou no rock n roll, mas ia mais além. Era possível que chegasse em casa com algum disco de MPB, sertanejo, blues e até um pouco de musica brega. Claro que, com o tempo, tudo isso se tornou parte da minha formação. Sou fã de artistas de diferentes gêneros. Sou fã de muitos artistas que fariam qualquer headbanger vomitar no chão somente de ouvir o nome. Mas o rock n roll foi o que sempre me bateu mais forte!

Como disse anteriormente, minha paixão pelo gênero nasceu de uma brincadeira. Mais precisamente, uma brincadeira entre irmãos. Eu e meu irmão temos uma grande diferença  de idade. 7 anos! E irmão mais velho sempre gosta de provocar o mais novo. Qualquer família é assim... Um belo dia, estávamos em casa assistindo televisão e passou o clipe de “I Love It Loud” do Kiss. Não demorou muito, saí correndo e me escondi no quarto. Morria de medo do clipe com todas aquelas pessoas com os olhos brilhando, xícara explodindo... Foi o suficiente para o infeliz descobrir meu ponto fraco e começar a me perseguir. Todo dia ele pegava a capa do LP “Creatures of the Night” e me mostrava para me fazer sair correndo. Mas como piada repetida, cansa... Um belo dia, não saí mais correndo e pedi para ele tocar o disco. Nascia ela minha paixão pelo Kiss e pelo rock n roll... A partir dali, toda vez que aparecia algo da banda no televisor saía correndo, não mais de medo, mas para não perder...

Aquele som pesado e potente me deixou impressionado. O impacto foi tão grande que naquele Natal, aos 3 anos de idade, pedi para os meus pais o VHS da banda: Animalize Live Uncensored (perdi as contas de quantas vezes assisti essa fita). E, logo na sequencia, atormentei para que me comprassem os LP´s do conjunto.  Aposto que, nessa época, ninguém poderia imaginar que anos mais tarde, me tornaria um dos grandes colecionadores do grupo. Graças ao fascínio que criei pelo Kiss, comecei a revirar a coleção de discos de meu pai e do meu irmão para conhecer outros artistas, comecei a ler as revistas musicais que compravam para descobrir quem eram as novas caras do rock. Tanto do Brasil quanto do exterior. Foi assim que descobri Whitesnake, Van Halen, AC/DC, Scorpions, Iron Maiden, Metallica, Beatles, Queen, Deep Purple, Barão Vermelho, Lobão, Titãs, RPM... Quando a MTV chegou ao Brasil, passava horas assistindo a emissora. Através dela, descobri os grandes nomes das décadas de 90 e 00. Nirvana, Pearl Jam, Oasis, Alice In Chains, Black Crowes, Evanescence... Acompanhava também todas as (poucas) trasmissões de shows internacionais na televisão, ainda criança. Lembro de ter assistido, pela transmissão da Rede Globo, o Guns n Roses e o Faith No More tocando no Rock in Rio de 1991, por exemplo. Tinha apenas 9 anos.

Não demorou muito para que começasse a freqüentar shows. Meus primeiros shows internacionais foram o Michael Jackson e o Paul McCartney no longínquo ano de 1993. Como era alto para a idade, todo show que tinha como censura 14, 15 ou 16 anos, eu comprava o ingresso e arriscava. E com isso, acabei assistindo Kiss (Monsters of Rock 94), Aerosmith (Hollywood Rock 94), Page/Plant (Hollywood Rock 96), Rolling Stones (Hollywood Rock 95), Mercyful Fate (Teatro dos Vampiros), Bon Jovi (Ibirapuera 95), AC/DC (Pacaembu 95), entre outros. O único que me barraram foi o do Bon Jovi, mas consegui entrar… Claro que naquela época o ingresso não era esse roubo que é hoje. Então dava para cometer esse tipo de loucura. Nunca ocorreu de me barrarem durante alguma apresentação e me descobrirem ali. Nunca fui de aprontar nos shows. Pelo contrario, assistia cada apresentação com o máximo de atenção, como se estivesse vivendo um momento mágico. E, de certa forma, estava!

Como todo bom fã de música, quis aprender a tocar um instrumento. Comecei no violão. Até sei tocar algumas coisa, mas nunca me tornei um grande guitarrista. Depois de um tempo fui para a bateria, me saí bem melhor. Toquei com Guns n´ Roses Cover, Red Hot Chili Peppers Cover, banda de classic rock, etc. Comecei como autodidata, mas o fato de querer me tornar um instrumentista melhor, me levou a estudar musica em um conservatório, onde tive aulas de bateria com o Ivan Busic (baterista do Dr. Sin). Era fã do rapaz desde os tempos em que ele tocava em um grupo chamado Taffo. Logo me tornei amigo da banda. Trocava informação de bandas e discos com os caras, fui à show deles junto com o trio e me tornei sócio dos irmãos Busic em uma revista segmentada chamada RockLife a convite dos mesmos.

A equipe era pequena. Todo mundo fazia de tudo. Claro que cometemos algumas gafes (algumas por falta de conhecimento, muitas por falta de tempo), mas foi um período de muito aprendizado. E também de descoberta. Foi ali que descobri meu interesse pela escrita, pelas realizações de entrevistas. Ali que me descobri jornalista. Assim que encerramos as atividades, resolvi me profissionalizar na área e fiz uma faculdade de jornalismo.

E foi nessa faculdade que conheci a equipe desse novo projeto. Projeto que nasceu de um TCC em que fizemos juntos. E, portanto, nada melhor do que começarmos essa nova etapa juntos. Etapa que, tenho certeza, será apenas a primeira de muitas conquistas. Portanto aumente o som do seu quarto, navegue em nossa pagina e let´s rock!

Davi Pascale

De Beatles a Mayhem

Quando eu era criança, eu era uma esponja. Absorvia tudo que vinha até mim. Ouvia qualquer coisa. Pra falar a verdade, nem ligava muito pra música. É bem possível que exista alguma filmagem familiar de quando eu era um pivetinho dançando alguma música que hoje me faz ter náuseas (só de me imaginar eu já sinto meu estomago revirando). Rock? Nem sabia direito o que era!

Em casa as coisas não conspiravam pra me ajudar a virar o que sou hoje. Minha mãe sempre ouviu Elton John, Rod Stewart, Celine Dion, Abba, The Carpenters, Simply Red. Embora hoje eu até goste de algumas dessas coisas, na época não parecia ser o que eu realmente queria curtir. Meu pai por sua vez não era muito de música. Ele vive dizendo que não sabe nenhum nome de artista ou banda, que quando ele gosta de uma música ele apenas gosta e pronto. Apesar disso foi ele quem me apresentou algumas bandas de rock clássico que eu gosto hoje, como Led Zeppelin, Queen e Pink Floyd (esse é o máximo de nomes que ele decorou). Mas isso foi depois, vamos voltar um pouco.

Fui crescendo, e aos poucos criando barreiras, coisas como “cara, isso é uma droga”, ou “opa, isso é legal”. Por volta dos meus 11 anos, comecei a assistir algo que ajudou muito a ser o que eu sou hoje: a MTV (na época ela era boa). Pronto! A esponja agora era uma antena, querendo captar algo que eu pudesse me identificar e seguir.

Ouvi pop, MUITO pop (a MTV começava a ficar ruim), ouvi as músicas que meu pai mostrava pra mim, ouvi Skank (meu primeiro disco foi um ao vivo deles), mas então, por acaso, eu ouvi a banda que me levou pro lado do rock de vez. Não, não foi Led Zeppelin, nem Pink Floyd, nada disso. Foi Linkin Park. Isso mesmo, Linkin Park. Aquilo me fisgou como um anzol e eu me viciei no Hybrid Theory (primeiro disco deles) como se aquilo fosse droga. Coitada da minha vó, eu chegava em casa e ouvia o disco umas seis vezes seguidas. Não sei como ela não pirou, ou me esganou.

Daí fui descobrindo. Ouvia rock clássico, descobri o grunge, o Nirvana, o Pearl Jam. Descobri o Silverchair, minha segunda banda favorita. Descobri o Raimundos, o rock alternativo dos anos 90, Smashing Pumpkins, Foo Fighters. Deixei meu cabelo crescer. Comecei a tocar guitarra e preto virou meu uniforme. Tentei até montar uma banda, sem sucesso.

A aproximação com o heavy metal foi mais lenta. Parte dela eu devo a um amigo (se estiver lendo isso, você sabe quem você é) que me apresentou Angra, Stratovarius, Nightwish. Comecei a ouvir coisas que eu nem imaginava antes que um dia eu gostaria. Conheci Metallica, Iron Maiden, Deep Purple, Black Sabbath. Esse mesmo amigo então me apresentou o Dimmu Borgir, que me levou pela primeira vez pro lado negro da força do rock: o metal extremo.

Depois disso descobri que o metal era minha praia. Avenged Sevenfold virou minha terceira banda favorita, depois o Epica. Passei a experimentar todas as vertentes do metal. Trash metal, power metal, gothic metal, death metal, black metal, symphonic metal, folk metal, viking metal... (ufa!)

Hoje eu me considero um roqueiro de todas vertentes, das mais leves as mais pesadas, de Beatles a Mayhem. E também sou um pouco fora do comum. Minha atual banda favorita não é nenhuma daquelas citadas anteriormente, é uma banda holandesa menor e bem menos conhecida chamada Delain. Sem falar em minha coleção de discos. Pouca coisa do considerado “essencial”, mas tudo de Tristania, After Forever, As I Lay Dying, Sirenia, Atreyu e outras bandas bem menos conhecidas. Mas tudo, claro, sem deixar de gostar de tudo aquilo que me fez ser o roqueiro que sou hoje.

E eu também acho que, quem não gosta de rock, bom sujeito não é!

E você? Qual banda fez você se interessar por rock pela primeira vez? Responda nos comentários. Um abraço e ROCK ON!


Rafael Menegueti

Começa aqui o Riff Virtual!

Aqui é o marco zero para esse novo desafio que nós estamos botando em prática.

O blog Riff Virtual é uma continuação de algo que nós começamos em 2011, quando eramos apenas estudantes de jornalismo buscando iniciar nossa carreira e criar um produto para o nosso TCC. Daí nasceu um sonho: Elaborar uma revista sobre um assunto que sempre fomos apaixonados, o rock.

Veio a revista Riff, um projeto que proporcionou realizar esse sonho. Porém as dificuldades do mercado acabaram por fazer a revista não sair do TCC. Agora ela vira um blog, com a mesma pretensão de levar informações sobre o mundo do rock e heavy metal de maneira leve, descontraída e com muito foco na informação precisa e que possa divertir e atualizar as pessoas sobre suas bandas e artistas favoritos, alem de shows, lançamentos e tudo ligado a esse grande universo.

Nos primeiros posts iremos mostrar um pouco da nossa história com o rock até chegarmos a este blog, com conteúdos produzidos por mim, Rafael Menegueti, alem de Davi Pascale, Pierluiggi Agrelli e Fernando Henrique.