domingo, 31 de janeiro de 2016

Phil Anselmo e o white power



Por Davi Pascale

Os headbangers ficaram chocados ao assistirem ao vídeo que caiu no Youtube do evento Dimebash. A ideia do evento é muito bacana. Nele, vários músicos se juntam para celebrar Dimebag Darrell, genial guitarrista do Pantera que foi covardemente assassinado em 2004. A participação de Phil Anselmo, vocalista do grupo, está sendo super comentada. E, infelizmente, não por um aspecto positivo.

Seu convite foi realmente uma surpresa para mim, já que a relação do cantor com Dimebag não era das mais amigáveis. Tanto que Phil foi proibido pelos familiares do músico (onde inclui o irmão de Dimebag, Vinnie, baterista da banda) de comparecer ao velório e ao enterro do rapaz, na ocasião. Claro que, quem é fã, não se importa muito com essas picuinhas e quer ver os músicos juntos levando um som. O problema é que a postura de Anselmo não foi da mais inteligente.

Sim, sou fã do Pantera, do Down, do Superjoint Ritual. Sou um fã de Phil Anselmo. Acho o cara extremamente carismático, acho que tem uma ótima voz e considero alguns discos que gravou como clássicos. Mas quando nossos ídolos pisam no tomate, precisamos reconhecer a mancada, certo?

Pois bem, no show dessa semana o cara teve uma atitude injustificável ao reproduzir um gesto nazista e berrar com os pulmões cheios a expressão ‘white power’. No bom e velho português, poder branco. Muita gente está defendendo o cantor dizendo que a expressão não está necessariamente associada ao racismo. Qual o problema nessa expressão, afinal? Essa expressão, white power, é utilizada por aqueles que consideram a raça ariana (branca) superior às demais. E é muito utilizada por grupos que promovem atentados contra negros, homossexuais e miscigenados (árabes, por exemplo, não escapam dos ataques). Quando alguém diz isso seguido de um gesto nazista, a ligação à esses grupos é quase que automática.

Além de ser uma burrice (todo preconceito é burro), é algo extremamente perigoso. Phil Anselmo é um dos ícones do heavy metal, possui influência em milhares de jovens. Existem muitos garotos que são fanáticos por algo/alguém, que seguem à risca tudo que falam, que seguem suas atitudes como exemplo. O Pantera já sofreu com fanatismo. Dimebag Darrell foi assassinado no palco, durante uma apresentação com o Damageplan, por um fã que o culpava pelo fim do grupo. Já pensou na pancadaria que poderia ter ocorrido no local se tivesse por lá algum daqueles fãs que consideram Phil Anselmo um Deus? Será que não tinha um negro sequer no local? Duvido!

Inicialmente, o músico tentou se esquivar do assunto dizendo que havia sido uma piada por conta de um vinho (?!?!?!) que havia tomado nos bastidores e que não iria comentar o caso. Mas não teve jeito. Muitos fãs se revoltaram. Muitos colegas de profissão se revoltaram. O cantor foi forçado a se desculpar publicamente. Tenho certeza que a ideia foi do seu assessor de imprensa. Pelo menos, topou a parada. Tem músicos que se negam a postar pedido de desculpas (Por mais que a equipe aconselhe, a palavra final é sempre do artista).

Phil Anselmo não é mais um garotinho. Já tem idade suficiente para saber o que está fazendo e já tem tempo de estrada suficiente para saber o poder que possui com seus admiradores. Está na hora de começar a refletir um pouquinho, pensar antes de falar, antes que suas atitudes imaturas resultem em algum tipo de tragédia. Torço para que essa tenha sido a última pisada de bola do rapaz.

sábado, 30 de janeiro de 2016

Notícias do Rock (pra não ficar por fora)

Por Rafael Menegueti

Josh Homme e Iggy Pop anunciam parceria em novo projeto

Josh Homme e Iggy Pop
O icônico cantor Iggy Pop e o líder do Queens of the Stone Age, Josh Homme, surpreenderam na semana passada ao anunciar o lançamento de um álbum juntos para março. O projeto foi gravado secretamente, e o disco será chamado Pop Post Depression. Alem deles, também tocam no disco o guitarrista do QOTSA, Dean Fertita, e Matt Helders, baterista do Arctic Monkeys. O grupo já disponibilizou uma faixa, chamada Gardenia, para audição no canal do youtube de Iggy (veja abaixo).


Formação original do Arch Enemy forma banda para breve turnê

Black Earth consiste na formação clássica do Arch Enemy
Membros antigos e remanescentes do Arch Enemy anunciaram uma união para um projeto que promete agradar aos fãs mais antigos da banda. A formação original (com os irmãos Amott na guitarra e Johan Liiva nos vocais) se juntou para tocar o material dos três primeiros álbuns da banda sueca, que contam com Johan nos vocais, sob o nome Black Earth. A principio, apenas uma turnê pelo Japão foi confirmada, mas outras novidades podem ser apresentadas em breve.

Nemesea divulga detalhes de novo álbum

Os membros do Nemesea
A banda de metal alternativo holandesa Nemesea revelou os detalhes sobre seu novo disco. Nomeado Uprise, o disco será o quarto da carreira do grupo, agora reduzido a um trio, e contará com dez faixas inéditas mais quatro bônus. O lançamento será no dia 29 de abril. Confira capa e tracklist abaixo:


1. Hear me
2. Twilight
3. Forever
4. Let it burn
5. Time to make it
6. Can't believe it
7. Light up the sky
8. Get out
9. Bones
10. Hold on
11. The Way I feel (Bonus Track)
12. Broken (Bonus Track)
13. If you could (Bonus Track)
14. No more (Bonus Track)

Morre Paul Kantner, guitarrista fundador do Jefferson Airplane

Morreu no dia 28 o guitarrista Paul Kantner, co-fundador do grupo Jefferson Airplane, um dos principais nomes do rock psicodélico surgido na década de 60. Paul tinha 74 anos e sofreu uma parada cardíaca no inicio da semana, vindo a falecer em decorrência de falência múltipla dos órgãos em seguida. Ele ajudou a fundar a banda em 1965 e permanecia ativo até os dias de hoje, em reuniões e projetos derivados do Jefferson Airplane.

Phil Anselmo se envolve em polemica após gesto racista durante show

Phil no momento do gesto controverso
Mais uma vez Phil Anselmo se envolveu em uma polemica daquelas. Isso porque um vídeo mostrando um momento do ex-vocalista do Pantera no evento Dimebash surgiu na internet e, nele, o músico aparece fazendo uma saudação nazista e gritando “White power” (poder branco, em inglês). As imagens desencadearam uma enorme repercussão negativa, tanto entre os fãs de metal, como entre outros músicos, que acusam Phil de racismo. Dentre os que já apareceram criticando a atitude estão Robb Flynn, do Machine Head, e Sebastian Bach (ex-Skid Row). Phil se defendeu dizendo que não passou de uma piada interna mal interpretada, pois eles estavam bebendo “vinho branco”, e que não iria pedir desculpas.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Aerosmith – Rocks Donnington 2014 (2015):



Por Davi Pascale

Aerosmith lança DVD com apresentação na íntegra. Show demonstra banda cheia de energia e com entrosamento invejável. Ítem indispensável na coleção de qualquer fã.

Em 15 de Junho de 2014, o Aerosmith subiu ao palco para encerrar o Download Festival daquele ano. Durante pouco mais de 100 minutos, os músicos demonstraram o porquê de estarem na estrada há tanto tempo e com tanto sucesso. A energia, o profissionalismo e o carisma que eles mantêm é algo indescritível.

Rocks Donnington é especial porque o Aerosmith não tem o costume de lançar vídeos com shows na íntegra. Normalmente, mesclam canções com cenas de bastidores, deixam algumas faixas pela metade. O último vídeo com uma apresentação sem corte tinha sido o VHS Live Texxas Jam ´78. Isso, por si só, já é motivo mais do que suficiente para sua aquisição, certo?

Pois bem... os músicos estão em poder de fogo e o setlist é matador. O repertório escolhido é bem rock n´ roll, conta com pouquíssimas baladas e bastante músicas da fase setentista. Se a fase pós-Pump sempre dividiu opiniões, o mesmo não se pode dizer dos anos iniciais.

Steven Tyler, embora se movimente menos do que nos shows dos anos 90, continua sendo um excelente showman. Sua voz também está ótima. Joe Perry continua roubando a cena com riffs inspirados e seus solos sempre bem executados. O mais impressionante de tudo é que os músicos juram de pé juntos que não houve nenhum tipo de correção em estúdio. Será?!

Banda brilha em show realizado em festival inglês

Como já é de costume, Joe assume os vocais em uma música. A escolhida dessa vez foi “Freedom Fighter”, do mais recente álbum Music From Another Dimension. Acho bacana tocarem músicas mais novas, mas por ser a única que canta na apresentação poderiam ter optado por uma faixa mais forte.

O grupo já está na estrada há mais de 40 anos. Portanto, é meio que impossível de se tocar todos os hits e todas as preferidas dos fãs. Existem vários clássicos que ficaram de fora como “Draw The Line”, “Crazy”, “Back In The Saddle”, “Rag Doll”... Mas, como disse, é impossível tocar tudo. Achei a escolha excelente! Gostei, inclusive, da idéia de resgatarem “Come Together” (Beatles).

O show foi lançado em diversos formatos. Adquiri a versão LP + DVD, mas sei que foi lançado no mercado o DVD avulso, o blu-ray e o CD duplo. A qualidade de gravação é fantástica. O único senão é a ausência de extras no vídeo. Rocks Donnington 2014 traz uma banda dando uma aula de rock n´roll e mostrando que ainda tem muita lenha para queimar. Indispensável!

Nota: 9,0 / 10,0
Status: Mortal

Faixas:
      01)   Train Kept A-Rollin´
      02)   Eat The Rich
      03)   Love In An Elevator
      04)   Cryin´
      05)   Jaded
      06)   Livin´ On The Edge
      07)   Last Child
      08)   Freedom Fighter
      09)   Same Old Song And Dance
      10)   Janie´s Got a Gun
      11)   Toys In The Attic
      12)   I Don´t Want To Miss A Thing
      13)   No More No More
      14)   Come Together
      15)   Dude (Looks Like a Lady)
      16)   Walk This Way
      17)   Home Tonight
      18)   Dream On
      19)   Sweet Emotion
20)   Mama Kin

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Álbuns Clássicos: Alice In Chains – Jar of Flies EP (1994)

Por Rafael Menegueti

Alice In Chains - Jar of Flies EP
Nessa semana um dos maiores EPs de todos os tempos completou 22 anos de seu lançamento. Jar of Flies, do Alice In Chains, surpreendeu ao atingir o primeiro lugar da parada da Billboard, sendo o primeiro EP na historia a conseguir esse feito. Composto por sete canções, esse lançamento ainda contem algumas das canções mais diferenciadas e experimentais da carreira do grupo de Seattle, algumas até bons hits. Outra curiosidade foi o fato deste ser o primeiro lançamento contando com o baixista Mike Inez, que substituiu Mike Starr na banda em 1993.

O EP foi gravado em setembro de 1993, após a banda ter encerrado a extensa turnê de divulgação do aclamado álbum Dirt. Na época, segundo declarou o saudoso vocalista Layne Staley, a banda queria apenas entrar em estúdio com instrumentos acústicos e ver o que sairia dali. Dai veio a predominância de instrumentos acústicos nas composições, embora ele não seja exatamente um disco acústico.

Dava para enxergar uma nova faceta dentro da sonoridade da banda, que dentro do grunge era conhecida por ser uma das bandas mais pesadas e próximas do heavy metal, ao ouvir faixas que tinham melodias bem mais suaves e com arranjos que traziam pela primeira vez instrumentos como o violino, o violoncelo e gaitas harmônicas em músicas da banda. O mais curioso foi o modo como a banda conseguiu fazer um trabalho tão diferente e ao mesmo tempo manter a mesma cara e identidade que os tornou famosos.

Alice In Chains
Ao abrir com Rotten Apple, temos a impressão de já estarmos entrando na melancolia melódica que tanto se faz presente nas composições de Jerry Cantrell e Layne Staley. Os vocais de ambos, cantado em uníssono em alguns momentos, é outra marca da banda que se faz presente em vários momentos. Nutshell apresenta uma bela melodia ao violão e figura como uma das melhores canções do disco, com Layne colocando muita emoção nos vocais.

Os dois principais hits desse álbum vêm em seguida, com a excelente I Stay Away e sua melodia sombria levemente iluminada pela inserção dos violinos e violoncelo em alguns arranjos. Já No Excuses mostra uma canção um pouco mais empolgante, com uma bela exibição rítmica na bateria de Sean Kinney carregando a canção, além de um ótimo refrão e solos de guitarra. A instrumental Whale & Wasp traz mais uma bela demonstração melódica única antes de Don’t Follow, possivelmente a melhor canção do EP, trazendo leves influencias folk com a gaita tocada por David Atkinson. O EP se encerra com um pulo no blues na faixa Swing On This.

Pode até não parecer, mas Jar of Flies foi uma das mais acidentais obras primas que o rock dos anos 90 nos proporcionou. Arranjos impecáveis, emotivos e com uma sinceridade claras de composições que foram feitas de coração. O Alice In Chains se entrega em todos os seus trabalhos, mas nesse eles pareceram ainda mais entregues a suas composições. Não é a toa que esse EP é um dos mais aclamados lançamentos da banda, e alcançou esse status com mérito.


Nota: 10/10
Status: Impressionante e inspirado

Faixas:
1. Rotten Apple
2. Nutshell
3. I Stay Away
4. No Excuses
5. Whale & Wasp
6. Don't Follow
7. Swing On This

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Marina Lima – No Osso Ao Vivo (2015):



Por Davi Pascale

Marina Lima volta a atacar em formato acústico. Novo álbum, sofisticado e delicado, vence estado frágil da cantora e realça a força de suas composições.

Ela já está de saco meio cheio do assunto, mas em um projeto desses, o comentário é inevitável. A voz de Marina já não é mais a mesma... Na verdade, já tem um tempo que a cantora vem sofrendo com isso. No encarte de seu CD Registros à Meia-Voz (1996), já comentava sobre problemas nas cordas vocais. Junte o erro médico com a estrada ao passar dos anos e temos a razão de tal fragilidade.

Diferentemente do Acustico MTV, não está acompanhada de uma super banda por trás. Pelo contrário. É um show de voz/violão. E aqui temos a primeira surpresa. Marina se demonstra uma ótima violonista. Os arranjos são ricos e muito bem executados. Quem for escutar o CD, preste atenção no trabalho da mulher.

Outra surpresa é a escolha do repertório. Não foi focada nos hits de FM e, sim, nas que melhor se adequavam ao formato do show. Muitos artistas resolvem gravar acústicos simplesmente interpretando os velhos sucessos, trocando a guitarra pelo violão e tocando da mesma forma. O resultado, na maioria das vezes, é risível. Guitarra é um instrumento. Violão é outro. É preciso que exista uma reestruturação das canções. E ela soube fazer isso.

Novo trabalho traz pegada intimista

A voz dela realmente não é mais a mesma. Está realmente mais frágil, mais rouca, mas a cantora soube tirar proveito da situação. No CD, o trabalho vocal está bacana, ao contrário do que possam imaginar. A delicadeza dos arranjos, o espetáculo intimista jogam à favor nesse aspecto. Onde fica em maior evidencia a fragilidade de suas cordas vocais é mesmo nos diálogos com o publico. Talvez, por isso, tenha optado por cortar diversas falas entre as canções. O que é uma pena. Todos que assistiram essa turnê comentaram que ela fazia comentários curiosíssimos entre uma música e outra.

O repertório transita por diferentes fases de sua carreira. Resgata “Transas de Amor” de seu (ótimo) LP de estreia Simples Como Fogo, relembra sua regravação de “Noite e Dia” (Lobão), passa pelos anos 90 e vem até o Climax. Os momentos de destaque, contudo, ficam por conta da versão acústica de “Partiu” e as releituras de “O Chamado”, “O Sol da Paixão”, “Carente Profissional” e a bela canção “Virgem”.  A voz dela realmente está um pouco abalada, mas seu brilho permanece. Vale uma checada.

Nota: 7,0 / 10,0
Status: Sofisticado

Faixas:
      01)   Partiu
      02)   It´s Not Enough
      03)   O Chamado
      04)   1º de Abril
      05)   O Sol da Paixão
      06)   Transas de Amor
      07)   Na Minha Mão
      08)   Virgem
      09)   Noite e Dia
      10)   Carente Profissional
      11)   Da Gávea
      12)   Não Me Venha + Com Amor
      13)   Can´t Help Falling In Love 
      14)   Partiu (Versão Strobo)

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Meytal – Alchemy (2015)

Por Rafael Menegueti

Meytal - Alchemy
Quem gosta de acompanhar vídeos de músicos fazendo covers e coisas do tipo pela internet já deve ter ouvido falar de Meytal Cohen. Trate-se de uma baterista israelense que vive na Califórnia e começou a fazer sucesso há alguns anos fazendo vídeos tocando sucessos de bandas como System of a Down, Slipknot, Avenged Sevenfold, Tool, entre outras. Em 2013, Meytal montou sua própria banda para lançar material próprio. O resultado disso é o disco Alchemy, lançado no ano passado.

Nesse projeto autoral, fica claro que as influências sonoras do grupo são exatamente as mesmas das demonstradas pela baterista em seus vídeos. Um estilo de heavy metal alternativo, atual e moderno, com pegadas de hardcore, new metal e musicalidade bem radiofônica. Além do talento da baterista israelense, outros músicos conhecidos, como o vocalista Eric Emery (Concordia) e o guitarrista Travis Montgomery (Jeff Loomis Band, Threat Signal), também formam o grupo.

Os membros da banda de Meytal
O disco começa com a faixa Breath, que possui uma sonoridade bem ao estilo de bandas mais alternativas como Alter Bridge e Three Days Grace. O single Nothing traz um pouco mais de acidez no seu riff principal e versos bem marcados pelos vocais de Eric, além de um refrão empolgante. Everybody Hates You Now segue a mesma linha, mas com mais peso. Já Shadow In Disguise tem mais cara de hit, com a estrutura das guitarras sendo um dos pontos principais.

Na faixa seguinte, temos um momento mais leve com Behind These Walls, outro momento alternativo bem inserido em uma bela canção. Outra canção com cara de hit é Killing Time, que segue ainda a linha pesada com ótimo refrão. Já Torn In Two faz bem a mescla entre momentos mais suaves e pesados. Immoral Exorcist começa soando um pouco mais genérica, mas tem seus bons momentos no refrão. Outra faixa que virou single, Dark Side Down destaca forte presença de peso e melodia nos versos, e soa como um clímax antes do encerramento com a mais agitada e agressiva das faixas do disco, Tear Me Apart.

Para uma banda nova, o som do Meytal não é lá dos mais inovadores, mas cumpre o seu papel como parte de uma cena moderna e com músicos habilidosos. É bem provável que esse primeiro disco não traga lá um grande destaque para a banda, então o que fica de positivo são as boas canções que seguram a onda e um ponto de partida satisfatório para o grupo iniciar uma trajetória promissora.


Nota: 7,5/10
Status: Atual

Faixas:
1. Breathe
2. Nothing
3. Everybody Hates You Now
4. Shadow in Disguise
5. Behind These Walls
6. Killing Time
7. Torn in Two
8. Immoral Exorcist
9. Dark Side Down
10. Tear Me Apart

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

The Rolling Stones – The Marquee Club, Live 1971 (2015):



Por Davi Pascale

Vídeo raro do Rolling Stones chega ao mercado brasileiro. DVD traz apresentação dos anos 70, realizada de forma intimista. Embora curto, ítem é essencial na coleção de qualquer fã.

Chegou recentemente às lojas, mais um volume da série From The Vaults. A ideia da série é resgatar apresentações de diversos períodos da banda que permaneciam inéditas até então. Essa fita é especial porque, além de ser um registro de um período que é adorado entre os fãs, traz os Stones fora de seu território comum. Não temos aqui, os músicos tocando diante de uma plateia gigante e nem um setlist focado nos hits. É exatamente o oposto.

Esse show ocorreu um mês antes do álbum Sticky Fingers chegar às lojas. A apresentação foi filmada para que pudessem realizar um especial de TV nos Estados Unidos, na ocasião. O show, contudo, foi realizado na Inglaterra. Mais precisamente, no Marquee Club, em Londres. A plateia era bem seleta. Apenas 200 pessoas assistiram a apresentação dos músicos. Entre elas, estavam os guitarristas Eric Clapton (Cream), Jimmy Page (Led Zeppelin) e Andrew Oldham, o primeiro empresário do grupo.

Os Stones já contavam com alguns músicos de apoio. Completavam o time: Bobby Keys (saxofone), Nicky Hopkins (teclado), Ian Stewart (piano) e Jim Price (trompete). O repertório é curto. Apenas 8 músicas em aproximadamente 40 minutos de video. 4 estariam no álbum seguinte: “Brown Sugar”, “Dead Flowers”, “Bitch” e, uma que pouquíssimas vezes foi executada ao vivo, “I Got The Blues”.

DVD traz show intimista gravado poucos dias antes do lançamento de Sticky Fingers

O responsável pela guitarra solo, nessa época, era Mick Taylor. Muitas pessoas consideram ele o melhor guitarrista que já passou pelo grupo. Sendo honesto, de todos é o que menos gosto. Sempre achei que ele não tinha a cara dos Stones. Sempre achei que faltava uma sujeira ali e sempre achei ele quieto demais no palco. Mas para quem gosta do seu estilo, ele está mandando bem. De outro lado, a dupla Jagger/Richards já cativavam os espectadores com performances eletrizantes.

Não é preciso ser muito fã dos Stones para saber a admiração que eles têm por Chuck Berry. Aqui, trazem uma música do lendário guitarrista: “Let It Rock”. O ponto baixo, por incrível que pareça, ficou com a execução do hino “Satisfaction”. Os músicos mudaram o arranjo, deixaram o arranjo um pouco mais lento, incluíram a sessão de metais. Achei um pouco estranha. De outro lado, músicas como “Live With Me” e “I Got The Blues” crescem ao vivo e os metais trazem um charme especial. Um lado meio soul, meio Stax. Muito bacana!

The Marquee Club traz um Stones mais cru, com um ar meio rock de garagem, com uma forte influência de blues nos arranjos. Sem mega produções e nada do tipo. Apenas os músicos no palco. Outro destaque fica por conta da belíssima versão de “Midnight Rambler”. Um momento curioso fica com Mick Jagger entrando no palco com um bonezinho colorido, à la Sergio Mallandro. Engraçado!

Quando um show está sendo gravado é comum o artista repetir algumas músicas no palco. E isso, ocorreu aqui. O material bônus, além de uma apresentação no televisivo Top Of The Pops, traz 2 outras versões de “Bitch” e “I Got The Blues” do próprio show. O trabalho de áudio e imagem foram restaurados utilizando a tecnologia de hoje. E o resultado é realmente incrível. Espetacular e essencial.

Nota: 9,0 / 10,0
Status: Impactante

Faixas:
      01)   Live With Me
      02)   Dead Flowers
      03)   I Got The Blues
      04)   Let It Rock 
      05)   Midnight Rambler
      06)   (I Can´t Get No) Satisfaction
      07)   Bitch
      08)   Brown Sugar

Bônus:
      09)   I Got The Blues Alternate 1
      10)   I Got The Blues Alternate 2
      11)   Bitch Alternate 1
      12)   Bitch Alternate 2

      13)   Brown Sugar Top Of The Pops

domingo, 24 de janeiro de 2016

Música comentada: Trivium – Becoming the Dragon

Por Rafael Menegueti

Trivium
O Trivium se tornou aos poucos uma das bandas mais respeitadas do cenário do metal moderno. A banda da Flórida incorpora elementos de metalcore, thrash e metal clássico e a cada lançamento parecia melhorar ainda mais sua técnica e musicalidade (cabe até falarmos mais sobre a discografia da banda em breve). Uma das músicas que mais surpreendeu em mostrar essa evolução foi Becoming the Dragon, tirada do terceiro álbum do quarteto, The Crusade (2006).

Nessa faixa, a banda faz uso de riffs e estruturas bem complexas em comparação com outras canções de seu repertorio, além de possuir uma das mais interessantes letras desde então. Nela, o vocalista e guitarrista Matt Heafy faz referencia a uma lenda mitológica japonesa, a respeito de uma espécie de carpa, citada na letra pelos nomes em japonês koi e nishikigoi, que teria de subir uma correnteza e saltar cascatas até o topo de uma montanha, para quando atingir o objetivo se tornar um dragão. Essa lenda é bem famosa, tendo inspirado muitas outras historias a respeito do animal e metáforas sobre essa simbologia. Curiosamente, a ideia da música veio após Matt ler um capitulo do livro “Geek Love”, que possuía esse mesmo nome, mas não seria relacionado a lenda que inspirou a letra.

Becoming the Dragon é facilmente uma das canções favoritas dos fãs do grupo, graças aos seus solos de guitarra incrivelmente técnicos e velozes. A música também tem outro momento marcante em seu encerramento, com um excelente e empolgado solo de baixo feito por Paolo Gregoletto com o uso de um pedal wah wah.


Swimming the river ascending
Free of Fear, filled with purpose
"Nishikigoi fights through oceans of adversity
Against the current to obtain the highest goal

Swim through oceans of suffering
Climb to the falls of Dragon Gate
Become
Transform from a Koi into a beast
Dragon

A living symbol of courage
No wave will shatter these scales (Shatter these scales)
Dreams of three eagle claws and the paws of a tiger,
Waterfall's up ahead, one thing left to do

You'll never stop the becoming
This dragon will rise and be king

All bear witness to a great form
Evolution is complete
A breath that turns into clouds producing rain or fire
Watch the world move according to each desire

Nadando rio acima
Livre de medo e preenchido com propósito
Nishikigoi luta através de oceanos de adversidades
Contra a corrente para chegar aos objetivos mais altos

Nade através dos oceanos de sofrimento
Escale até os abismos do portão do dragão
Vire
Se transforme de Koi em uma besta
Dragão

Um simbolo vivo de coragem
Nenhuma onda irá destroçar as escalas
Sonhos de três garras de aguia e as patas de um tigre
Água caindo sobre sua cabeça, mais uma coisa a fazer

Você nunca parará a transformação
O dragão se elevará e será rei

Todos testemunham a grande forma
A evoluçao esta completa
A respiração que se transforma em nuvem criando fogo ou chuva
Veja o mundo se movendo de acordo com seus desejo

sábado, 23 de janeiro de 2016

Deep Purple – From The Setting Sun... In Wacken (2015):



Por Davi Pascale

Deep Purple lança novo DVD ao vivo. Registro traz uma banda pesada, bem entrosada e deve satisfazer seus fiéis seguidores.

Lançamento ao vivo do Deep Purple é algo que não é exatamente uma novidade. Já perdi as contas de quantos registros ao vivo esses caras já lançaram. Mas... aquela velha história. A gente reclama quando vê o anuncio, não resiste quando encontra na loja e acaba se divertindo quando coloca o disco para rodar.

Gravado durante o cultuado festival Wacken Open Air 2013, From The Setting Sun… traz o Purple encarando um desafio. Ganhar o respeito dos headbangers. A maioria deles jovens, aliás. É verdade que a turma do heavy metal nutre um enorme respeito aos músicos, principalmente pelo que construíram nos anos 70, mas não sei se são, exatamente, ouvintes. Ainda mais de um cast como esse de 2013 onde a estrela principal era o Rammstein e entre as demais atrações estavam nomes como Motorhead, Testament, Lamb of God... E o mais bacana é que eles foram bem recebidos.

Essa formação já está junta há um bom tempo e os músicos são fantásticos. Logo, o entrosamento entre eles é invejável. Roger Glover continua com a segurança de sempre. Ian Paice continua brilhando com sua pegada impressionante. Steve Morse e Don Airey continuam tirando de letra a ingrata tarefa de substituírem os geniais Ritchie Blackmore e Jon Lord. Sinto falta de riffs mais marcantes por parte de Morse na hora da criação, mas em cima do palco o cara sabe o que fazer.

Musicos ganham respeito dos headbangers com show honesto

Os músicos entraram no palco ainda com o sol na cara. A introdução do show não poderia ser diferente. “Highway Star” foi a responsável por abrir a noite. E, logo de cara, notamos que Ian Gillan não tem o mesmo pique dos demais músicos. Já tem um tempo que o simpático cantor trocou seus agudos por falsetes, mas agora mesmo nos falsetes encontra dificuldades. Nas partes cantadas, contudo, tira de letra. No geral, sua performance está boa, mas já fica claro que não deve aguentar por muitos anos mais. Mas, ok, daremos um desconto. Nesse show, Gillan já estava com 68 anos. Não é para qualquer um...

O setlist escolhido aqui é pesado e mostra a banda vivendo o hoje. Misturam canções de sua fase clássica com canções de sua nova fase. Do novo álbum, Now What, vieram “Hell To Pay”, “Vincent Price” e “Above And Beyond”. Resgataram ainda “Contact Lost” do Bananas. Entretanto, é realmente nos clássicos como “Space Truckin´”, “Black Night” e “Strange Kind of Woman” que a platéia responde com maior empolgação. Sem contar, claro, no hino “Smoke On The Water” que ganha ainda mais força ao receber a participação do lendário Uli Jon Roth (Scorpions). A banda fez uma apresentação honesta e empolgante. Poucas falas, menos improvisos, mas não menos divertido.

O DVD foi filmado com tecnologia de ponta e existe uma versão 3D no mercado. Vai do quão fã você é e do quanto pode gastar para saber qual versão pegar. No Brasil, já foram lançados o DVD (sem 3D) e o CD duplo.  E, ah sim, se você for muito fã, já vai guardando um dinheirinho porque está programado o lançamento de mais um DVD ao vivo. ... To The Rising Sun In Tokyo foi lançado nos EUA em Agosto e não deve demorar para sair por aqui. O repertório é o mesmo, mas segundo os músicos, as apresentações são completamente distintas. Assim que estiver com o DVD em mãos comento por aqui...

Nota: 7,5 / 10,0
Status: Hard rock de responsa

Faixas:
      01)   Highway Star
      02)   Into The Fire
      03)   Hard Lovin´ Man
      04)   Vincent Price
      05)   Strange Kind of Woman
      06)   Contact Lost 
      07)   The Well-Dressed Guitar
      08)   Hell to Pay
      09)   Lazy
      10)   Above and Beyond
      11)   No One Came
      12)   Don Airey´s Solo
      13)   Perfect Stangers
      14)   Space Truckin´
      15)   Smoke On The Water (featuring Uli Jon Roth) 
      16)   Green Onions/Hush
      17)   Black Night


Bônus: Vincent Price Videoclip

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Notícias do Rock (pra não ficar por fora)

Por Rafael Menegueti

Sabaton pode voltar ao Brasil em setembro

Sabaton: De volta ao Brasil em setembro?
Os suecos do Sabaton devem desembarcar mais uma vez no país para mais uma turnê por aqui. Embora ainda não haja qualquer informação oficial, o jornalista José Norberto Flesch, do jornal Destak, afirmou que a banda pode se apresentar novamente no Brasil em setembro, dois anos depois de sua última passagem. A banda se prepara para lançar seu novo DVD, Heroes On Tour, em março.

Van Canto revela música de seu novo álbum

Os membros do Van Canto
A banda de metal a capella alemã Van Canto está com seu novo álbum, Voices of Fire, pronto para ser lançado, no dia 11 de março. O grupo vem aos poucos revelando os detalhes do lançamento, e agora divulgaram o primeiro single do trabalho, para a música Clashings On Armour Plates. Confira no vídeo abaixo:


Vh1 cancela o programa “That Metal Show”

Os apresentadores do That Metal Show
O canal norte-americano Vh1 anunciou essa semana que o icônico programa That Metal Show não seguirá sendo exibido em sua programação. O show, exibido no Vh1 Classic, é comandado pelo influente radialista Eddie Trunk, além de Jim Florentine e Don Jamieson e estava no ar desde 2008, sempre trazendo debates e entrevistas com grandes nomes do heavy metal, e abordando temas relacionados a cena clássica e tradicional do estilo. O programa chegou a ser exibido no Brasil durante o período da Vh1 por aqui. Eddie Trunk anunciou agora que o programa busca um novo lar para seguir com o formato.

Black Sabbath: The End, só que não?

Depois de Tony Iommi ter deixado a entender no ano passado que gostaria de gravar um novo disco do Black Sabbath, foi a vez de Geezer Butler também deixar essa possibilidade no ar, durante entrevista concedida à Rolling Stone. Geezer afirmou que nada impede a banda de gravar um novo disco após a turnê “The End”, que é tida como a final da banda. O que eles não pretendem mais é se submeter a um longo processo de gravação para depois mais uma longa turnê. Ou seja, pode ser que o velho Sabbath continue apenas em estúdio.

Sepultura ganhará álbum tributo

Sepultura
Um novo projeto idealizado pela Eternal Hatred Records irá produzir um álbum tributo ao Sepultura com diversos nomes do metal underground nacional. O CD será dedicado a fase da banda após a entrada do vocalista Derrick Green e tem o nome Third World Domination: A Tribute to Sepultura. Bandas como Machinaria, Aneurose, Ódio ao Extremo e Degola, entre outras, deverão executar versões de canções como Kairos, Mindwar, Sepulnation e mais no disco que deve ser lançado no segundo semestre.