Por Rafael
Menegueti
Sonata Arctica - Ecliptica Revisited |
Dez entre dez fãs de Sonata Arctica amam o “Ecliptica”. O deput da banda lançado em 1999 é um
clássico do power metal e possui algumas das faixas mais queridas dos fãs da banda
finlandesa. Por isso não é de se estranhar que eles tenham decidido fazer um
lançamento especial comemorativo agora, 15 anos depois de “Ecliptica” chegar às
lojas.
A diferença
está no modo como a banda decidiu comemorar a ocasião. Ao invés de uma edição
comemorativa cheia de bônus, que provavelmente seriam demos e outras coisas
velhas (mas não menos interessantes), o grupo decidiu regravar o seu primeiro
trabalho completamente. O que pra alguns foi motivo de comemoração, e pra
outros de preocupação.
Preocupação
porque o maior medo dos fãs seria de que a banda deformasse suas canções. Isso
porque a sonoridade do Sonata mudou muito com o tempo. As levadas aceleradas
dos primeiros trabalhos deram lugar a uma sonoridade mais cadenciada, melodias com
arranjos sinfônicos e referencias a hard rock. Mas posso garantir que a banda
buscou máxima fidelidade às estruturas originais do seu disco. O que não
significa que ele tenha ficado igual, senão qual seria o ponto de regravá-lo?
A grande
diferença entre a versão original e essa regravação esteja na ênfase das
músicas. A banda buscou trazer suas canções para a atualidade, ajustando ao
modo como elas soariam hoje, com o line-up atual da banda. Logo de cara, ao
ouvir o começo de
“Black File”, podemos ter uma ideia de como eles trataram com
seriedade essa ideia. A faixa mantem a mesma pegada, mas com uma produção
totalmente moderna e mais encorpada, como seria de se imaginar. Comentários
iniciais de alguns fãs ao ouvirem os trechos disponibizados pela banda antes do
lançamento criticavam a sonoridade dizendo que parecia faltar a paixão que os
músicos demonstravam na gravação original. Discordo totalmente. Ela está lá,
uma emoção que podemos sentir pelo carinho como as músicas foram tratadas.
Os Finlandeses do Sonata Arctica |
Os pontos
altos do disco são faixas que sempre estiveram no gosto dos fãs e que receberam
versões dignas aqui, como “My Land”, “Kingdom for a Heart” e “Full Moon”. “Replica”
também ficou bem empolgante. A bela balada “Letter to Dana” ganhou mais peso, e
está menos arrastada, mas foi uma das poucas que achei inferior a versão original,
embora ainda esteja legal. Talvez tivesse sido interessante um arranjo acústico,
como o que eles costumam fazer ao vivo, e ficou registrado no DVD “Live In
Finland”.
O disco tem
como bônus uma cover do clássico “I Can´t Dance” do Genesis (muito bacana por
sinal), e na edição japonesa uma regravação de “I´m Haunted”, faixa anterior a
esse disco. Só senti falta de “Mary-Lou”, faixa bônus da versão japonesa do original,
mas que também entrou nas edições regulares da remasterização lançada em 2008.
Mas tudo bem. Um lançamento digno para homenagear um grande disco.
Nota: 8/10
Status: nostálgico
Faixas:
1. Blank File
2. My Land
3. 8th Commandment
4. Replica
5. Kingdom For A Heart
6. Fullmoon
7. Letter To Dana
8. UnOpened
9. Picturing The Past
10. Destruction Preventer
Bonus:
11. I´m Haunted (versão japonesa)
12. I Can’t Dance (Genesis cover)