quarta-feira, 30 de abril de 2014

Minha velha mania de fazer listas: Parte 2

Por Rafael Menegueti

5 grandes baladas do metal sinfônico

1. Epica – Tides of Time
2. Delain – Come Closer
3. Nightwish – Eva
4. Stream of Passion – Run Away
5. Kamelot – Love You To Death

As 5 trilhas sonoras mais rock n’ roll

Trilha sonora do Homem de Ferro é rock até o fim
1. Iron Man (AC/DC, Black Sabbath, entre outros)
2. Singles – Vida de Solteiro (Screaming Trees, Alice In Chains e outros da cena grunge e alternativo dos anos 90)
3. O Último Grande Herói (Anthrax, Megadeth, Alice In Chains, Queensrÿche, entre outros)
4. Escola do Rock (T-Rex, The Doors, Cream, Led Zeppelin, entre outros)
5. Detroit Rock City (Kiss, Van Halen, The Runaways, Pantera, entre outros)

O melhor do Britpop atual

Arctic Monkeys: os novos donos do rock britânico
1. Arctic Monkeys
2. Muse
3. Snow Patrol
4. Kaiser Chiefs
5. Foals

Os reis do vocal gutural

O viking sueco Johan Hegg, do Amon Amarth

1. Johan Hegg (Amon Amarth)
2. George Oosthoek (Ex-Orphanage)
3. Mark Jansen (Epica)
4 George Fisher (Cannibal Corpse)
5. Alexander Krull (Atrocity, Leaves’ Eyes)

5 albuns que ditam os rumos do novo metal norte-americano

1. Avenged Sevenfold – City of Evil
2. Killswitch Engage – As Daylight Dies
3. Lamb of God – New American Gospel
4. Mastodon – Leviathan

5. Trivium – Shogun

terça-feira, 29 de abril de 2014

Álbuns Clássicos: Van Halen (1978)





Por Davi Pascale


O primeiro trabalho do Van Halen é um marco no rock n roll. A banda chamou a atenção por toda a energia que transbordava no álbum e, é claro, pelo trabalho de guitarra do endiabrado Eddie Van Halen. “Runnin´ With the Devil”, “James Cryin´”, “Ain´t Talk Albout Love” são apenas algumas das músicas que ficaram na memória das pessoas décadas depois. Não demoraria muito e não apenas Eddie chamaria a atenção por toda sua técnica, quanto Dave Lee Roth começaria a ser muito falado pela sua incrível presença de palco.


Diamond Dave entrou no grupo totalmente por acaso. O rapaz costumava alugar equipamentos de P.A. para os irmãos Van Halen. Inicialmente, o grupo se chamava Mammoth e contava com um formato power trio, onde Eddie assumia os vocais principais. O baixo nessa época ficava a cargo de Mike Stone. Não demorou muito e as mudanças começaram a acontecer. A primeira foi com a parte vocal. O guitarrista odiava cantar e resolver dar uma segunda chance à Lee Roth que havia sido reprovado no primeiro teste meses antes. Também pesou na escolha, o fato de que não teriam mais que pagar pelo equipamento já que o garoto agora fazia parte da banda. O grupo costumava ganhar 50 dólares de cachê e pagava 35 dólares pelo aluguel do P.A.


A segunda mudança foi o nome. Dave Lee Roth não gostava do nome original e insistiu para que os irmãos mudassem. Depois de relutarem por um tempo, a dupla finalmente cedeu. A terceira e última alteração foi o baixista. Naquela ocasião, tinham mais de 100 músicas ensaiadas (entre material próprio e covers) e o rapaz não conseguia memorizar todas elas. Optaram por convidar Michael Anthony (até então baixista e vocalista da banda Snake) para uma audição. Anthony topou porque seu grupo não estava conseguindo projeção, enquanto o Van Halen já começava se apresentar nos principais clubes de Hollywood como o Gazzarris e o Starwood. O musico foi aprovado no mesmo dia.


Não demoraria muito e as oportunidades começariam a surgir. Em 1976, durante uma das apresentações que faziam no circuito de Los Angeles, a banda chamou a atenção de Gene Simmons. Exatamente, o baixista do Kiss. Empolgado, bancou o trabalho demonstrativo que foi criado em dois estúdios diferentes. A gravação ocorreu no Village Recorder Studios em Loas Angeles, enquanto os overdubs foram criados no Electric Lady Studios em Nova Iorque. O mascarado espalhou a fita demo, mas não teve retorno. Chegou à oferecer inclusive ao Bill Aucoin, produtor do Kiss na ocasião. Sem sucesso! Dizem que há uma história em que Gene e os rapazes do Van Halen tiveram uma discussão porque Simmons queria que o grupo adotasse o nome de Daddy Longlegs. De toda forma, aparentemente, essas discussões não geraram mágoas. Em sua autobiografia, Kiss and Makeup, Gene Simmons afirma que Eddie Van Halen pediu para entrar no Kiss em 1982 quando eles estavam gravando o Creatures of the Night. Eddie não suportava mais o cantor de sua banda. Se houvesse mágoa, não faria um pedido desses. Não iria trocar uma confusão por outra.

Disco foi gravado em apenas 3 semanas

No ano seguinte, o grupo chamava a atenção de Ted Templeman, um executivo da Warner Bros Records, durante uma performance em Hollywood. O rapaz conseguiu convencer a gravadora a dar um contrato para a banda. O debut foi gravado no Sunset Sound Records em um período de 3 semanas e teve um custo aproximado de R$40.000 dólares. Ao contrário da demo de Simmons, onde cada instrumento foi gravado com o máximo de cuidado possível, o cultuado LP foi gravado quase que ao vivo. Dave Lee Roth cantava em uma cabine separada enquanto os outros três tocavam ao vivo em uma sala do estúdio. Pouquíssimos overdubs foram adicionados posteriormente. Praticamente levaram a sonoridade do palco para o disco. Toda essa crueza na gravação, ajuda a tornar a audição ainda mais intrigante. 

Em 10 de Fevereiro de 1978, o LP finalmente chegava às lojas. A garotada foi à loucura e o vinil atingiu a expressiva marca de 10.000.000 de cópias vendidas nos Estados Unidos. Além do cover de “You Really Got Me”, o bolachão também ficou marcado pelo solo de Eddie Van Halen em “Eruption”. Inicialmente, essa faixa não faria parte do vinil. Foi Templeman quem insistiu que o número fosse registrado depois de ouvir Eddie praticando para um show. O guitarrista chamava a atenção por sua velocidade e sua técnica two-hands. Muitos músicos começaram a imitá-lo na década seguinte.


Pouco após o lançamento, caíram na estrada onde começaram a tocar como número de abertura de diversas atrações. A consagração veio quando estavam excursionando com o Journey e começaram a chamar mais atenção do que a atração principal. Ali não havia mais dúvidas de que haviam chegado para ficar.


Faixas:

      01)   Runnin´ With The Devil
      02)   Eruption
      03)   You Really Got Me
      04)   Ain´t Talkin´ About Love
      05)   I´m The One
      06)   Jamies Cryin´
      07)   Atomic Punk
      08)   Feel Your Love Tonight
      09)   Little Dreamer
      10)   Ice Cream Man
      11)   On Fire

segunda-feira, 28 de abril de 2014

A história por trás da música: Silverchair – Miss You Love

Por Rafael Menegueti

Quando o grupo australiano Silverchair lançou seu terceiro álbum, “Neon Ballroom”, em 1999, muitas pessoas se interessaram pela banda. Um dos grandes motivos foram músicas radiofônicas e com melosas como Ana’s Song e, principalmente, Miss You Love. A baladinha chegou até a fazer parte de trilha de novela na Globo, o que não agradou muito aos fãs, pois muita gente começou a curtir a banda apenas por isso. Mas o que pouca gente sabe, é que apesar de parecer, Miss You Love não é uma canção romântica. Muito pelo contrário. O nome da música é literal.

Silverchair na era Neon Ballroom, o disco mais melancólico do grupo
A música começa com algo muito comum em algumas faixas da banda. Versos que parecem desconexos e fora do contexto do resto da música.

Millionaire say
Got a big shot deal
And thrown it all away
But I'm not too sure
How I'm supposed to feel
Or what I'm supposed to say
Um milionário diz
Que conseguiu um grande negócio
E joga tudo pro alto
Mas eu não tenho certeza
De como eu deveria me sentir
Ou o que eu deveria dizer

Em minha interpretação dos versos, penso que a idéia de Daniel Johns era dizer que, para muitas pessoas, o amor seria algo que mudaria sua vida, a ponto de ele escolher mudar drasticamente de vida. Mas que ele não tem certeza se ele faria isso.

But I'm not, not sure, not too sure how it feels
To handle every day
And I miss you, love

Make room for the prey
'Cause I'm coming in
With what I wanna say, but
It's gonna hurt
And I love the pain
A breeding ground for hate
Mas eu não tenho certeza como é
Lidar todos os dias
E eu sinto sua falta, amor

Abra espaço para a caça
Porque eu estou chegando
Com o que quero dizer, mas
Isso vai machucar
E eu amo a dor
Um terreno fértil para o ódio

Daniel deixa claro nessas estrofes que ele acredita que sua indiferença com o amor incomodaria os outros, mas que nem ele mesmo tem certeza de seus sentimentos.

I'm not, not sure, not too sure how it feels
To handle everyday
Like the one that just past
In the crowds of all the people

Remember today
I've no respect for you
And I miss you love
Mas eu não tenho certeza como é
Lidar todos os dias
Como aquele que apenas passa
Pelas multidões de todas as pessoas

Lembre-se de hoje
Que eu não tenho respeito por você
E eu sinto sua falta, amor

Com esses versos ele mostra essa contradição em seus sentimentos. Ele não sabe se gosta de ser uma pessoa qualquer na vida dos outros. Diz não respeitar o amor, mas que sente falta desse sentimento. A letra segue falando sobre sua dificuldade de se adaptar ao modo como as pessoas se relacionam nos dias atuais:

I love the way you love
But I hate the way
I'm supposed to love you back and
It's just a fad
Part of the, teen, teenage angst brigade
Eu amo o seu jeito de amar
Mas eu odeio o modo
Como eu deveria te amar de volta, e
Isso é apenas uma modinha
Parte da brigada da angustia adolescente

Nessa ultima parte, a música fica mais agitada, como se Daniel quisesse mostrar uma indignação com essa tendência, que ele chama de moda passageira (fad). A música repete os versos do refrão até o final, apenas com uma alteração, onde ele canta “remember two days, I’ve no respect for you (...)”, e eu particularmente não consigo decifrar o porquê. Para encerrar ele repete que odeia o modo como deveria amar de volta.


Johns já falou inúmeras vezes que fez a música assim de propósito, para fazer as pessoas pensarem ser uma música de amor. De fato, ela é de certa forma sobre amor. Mas, como todo o resto de “Neon Ballroom”, ela mostra um compositor em conflito com o mundo que o rodeia, e consigo mesmo. Por isso acho que “Miss You Love” não é uma simples baladinha rock famosa. É uma das melhores expressões artísticas e emocionais lançadas pelo Silverchair.

domingo, 27 de abril de 2014

Autoramas – Internacional: Gravado ao Redor do Mundo (DVD)





Por Davi Pascale 

Enquanto muitos grupos se queixam por não conseguirem entrar nas rádios, outros encontram diferentes plataformas para conseguirem sobreviver. O Autoramas é uma das bandas mais cultuadas da cena independente brasileira e sempre buscaram diferentes maneiras de se promovorem conseguindo, inclusive, adentrar o cenário internacional. 

O primeiro DVD foi “Desplugado”, um concerto acústico que contou como o apoio da emissora MTV. “Internacional” demonstra uma outra realidade. Lançado de maneira independente, com distribuição do selo Coqueiro Verde, trata-se de um documentário que mescla imagens do dia-a-dia na estrada com clipes das 7 primeiras músicas de seu mais recente álbum de inéditas (Música Crocante).

Como o próprio nome entrega, as cenas focam suas viagens ao exterior. Aparecem aqui cenas de entrevistas em rádio, apresentações nos clubes (com as músicas todas editadas), passeios pelas cidades onde não faltam visitas às lojas de discos...

Fica nítido a dificuldade que é viver de uma banda. Os caras viajam horas e se apresentam quase sempre em locais pequenos. Gabriel Thomaz sempre arrisca algumas palavras na língua do pais onde estão se apresentado, mostra o disco que está sendo vendido no palco. Por vezes até cantarola trechos das músicas no microfone para que o público saiba quais são os músicas que estão naquele exemplar. Comentam que nesse tipo de turnê, costumam fazer 25 shows em 21 dias. Isso, meu amigo, é puxado até demais!

Filme mistura faixas de "Música Crocante" com cenas do dia-a-dia na estrada

Os músicos não se abatem com as dificuldades e parecem se divertir a cada momento. Inclusive no palco. Não faltam brincadeiras entre os colegas de bandas. Especialmente com o baterista Bacalhau. É comum entre bandas que misturam garotas com rapazes, as meninas se queixarem de dificuldades na estrada. Assistindo ao vídeo, pelo que tudo indica, a baixista Flavia Couri parece tirar a situação de letra. Não houve nenhum momento que demonstrasse que ela estava sobrando. A moça consegue, inclusive, se destacar nos shows.

A produção é simples, porém eficaz. Com boa captação de áudio (exceto nos registros dos shows, mas acredito que essa crueza tenha sido proposital e não chega a atrapalhar o vídeo, já que as canções não estão na íntegra) e uma boa captação de imagem, o longa flui bem. Nos extras há mais algumas canções que ficaram de fora do vídeo (agora na integra) onde as mais bacanas são a sessão no Atomino Studio (Erfurt, Alemanha) e a participação da ex-baixista Simone do Vale em um capítulo chamado “Baile de Debutante”.

Realizado através do sistema de crowfunding, onde 133 pessoas desembolsaram R$10.753,00, o Autoramas entrega aos seus fãs um vídeo alegre e despretensioso, uma divertida visão do que é viver de rock n´ roll. Torço agora para que não demorem para lançar um DVD ao vivo de uma apresentação elétrica. Repertório para isso os caras já têm...

Nota: 7,5 / 10,0
Status: Divertido