domingo, 4 de outubro de 2015

Chris Cornell – Higher Truth (2015):



Por Davi Pascale

Vocalista lança seu primeiro trabalho de inéditas desde o polêmico Scream (2009). Novo álbum aposta em caminho intimista e, apesar da qualidade, deve dividir fãs.

Chris Cornell despontou no cenário ao lado do Soundgarden. Não exista quem tenha vivido à era grunge e não tenha esgoelado canções como “Outshined” e “Jesus Christ Pose”. De lá para cá, o rapaz fez de tudo. Encerrou o Soundgarden, se lançou como artista solo, esteve à frente de um supergroup (Audioslave), voltou com o Soundgarden. Seus discos solo sempre tiveram uma sonoridade mais afastada do grupo que o tornou famoso. E aqui não é diferente.

Não se deixe enganar pelo nome de Brendan O´ Brien. Sim, o rapaz é o responsável pela produção do álbum. Sim, esse mesmo rapaz foi o responsável pela produção de álbuns emblemáticos da cena grunge como VS (Pearl Jam), Vitalogy (Pearl Jam), Purple (Stone Temple Pilots). Também foi o responsável por ótimos trabalhos dos anos 90 fora desse cenário como Evil Empire (Rage Against The Machine) e o álbum de estréia do Jackyl. Entretanto, Higher Truth é um álbum predominado por violões, com arranjos repletos de orquestrações, bandolins, bongô, pianos e até uma leve programação em alguns momentos.

Chris Cornell volta mais calmo em seu novo trabalho

Se você está acostumado com aquele Chris Cornell gritando em cima de bases super pesadas, passe longe. Se você curte a voz dele, seu estilo de composição e curte seus primeiros trabalhos solo, vá fundo. Higher Truth é um disco calmo, meio intimista, nos remetendo bastante ao Euphoria Morning (1999). Praticamente, um disco de baladas.

Não precisa se assustar com a palavra programação. Não estão presentes em todas as músicas e quando aparece é de maneira sutil. Depois do fracasso de Scream, que o músico produziu ao lado de Timbaland, parece que aprendeu a lição. Não está tentando soar moderninho, nem temos efeitos cobrindo sua voz. Pelo contrário, o álbum apresenta uma sonoridade meio retro com bastante influência de folk, com um ‘q’ de soul em alguns momentos. Algo que é a cara do vocalista. De certa forma, dá uma espécie de continuação ao álbum Songbook (2011). Está privilegiando mais as melodias e suas linhas vocais estão mais cantadas, menos gritadas.

Higher Truth é um álbum bem produzido, com canções super agradáveis, mas conta com um pé no pop. Aquele disco que é super bacana para ouvir na estrada ou até mesmo de manhãzinha. Disco lindíssimo, mas para admirá-lo, é preciso esquecer que esse cantor é um dos ícones do movimento grunge. Faixas de destaque: “Dead Wishes”, “Muderer of Blue Skies”, “Higher Truth”, “Bend In The Road” e “Before We Disappear”.

Nota: 8,0 / 10,0
Status: Relaxante

Faixas:
      01)   Nearly Forgot My Broken Heart
      02)   Dead Wishes
      03)   Worried Moon
      04)   Before We Disappear
      05)   Through The Window
      06)   Josephine
      07)   Murder of Blue Skies
      08)   Higher Truth
      09)   Let Your Eyes Wander
      10)   Only These Words
      11)   Circling
      12)   Our Time In The Universe
      13)   Bend In The Road
      14)   Wrong Side
      15)   Misery Chain    
      16)   Our Time In The Universe - Remix

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