domingo, 30 de julho de 2017

Royal Blood – How Did We Get So Dark (2017):



Por Davi Pascale

Finalmente, o segundo álbum do duo britânico foi lançado. E a boa notícia é que o trabalho é tão bom quanto o disco de estreia. A dupla continua eficiente, com ótimas canções e arranjos impactantes. Até agora, um dos melhores do ano.

O Royal Blood teve início em 2013, depois que o baixista/guitarrista Mike Kerr retornou de um período sabático na Austrália. Quando retornou à Inglaterra, um de seus velhos amigos, com quem tinha tido uma banda que atendia pelo nome de Flavour Country, Ben Thacher, foi encontrá-lo no aeroporto e os dois decidiram começar um novo grupo. Não demorou muito e os caras assinaram um contrato com a Warner Music e fecharam com o mesmo time que tomava conta do badalado Arctic Monkeys. A partir daí, as coisas começaram a acontecer. Saíram em turnê junto com a banda liderada por Alex Turner, soltaram seu debut já em 2014. Aqui no Brasil, tivemos a oportunidade de conferi-los de perto no Rock in Rio de 2015.

Assim como o cultuado White Stripes, a banda é formada por apenas 2 integrantes, mas, na minha opinião, conseguiram um som mais encorpado e consistente do que o antigo grupo de Jack White. Se conseguirem levar o projeto adiante, acredito que devam crescer ainda mais no mercado nos próximos anos. Principalmente, se conseguirem manter a qualidade dos álbuns, como vem acontecendo.




How Did We Get So Dark mantém o mesmo espírito de seu debut. É um trabalho curto, direto e impactante. Assim como em sua estreia, o CD é formado por 10 faixas que se destacam por ótimos riffs, bateria consistente e um trabalho vocal bem agradável. A linha de voz, em muitos momentos, me remetem ao (ótimo) Queens Of The Stone Age. Algo que notamos de cara já na faixa-título, responsável por abrir o CD. “She´s Creeping” é outro ótimo exemplo. Muitos têm comparado o grupo ao Muse e, por vezes, remete mesmo. Um exemplo claro é a ótima “Lights Out”.

De modo geral, segue a mesma cartilha de seu disco de 2014. As faixas que fogem um pouco à regra seriam músicas como “Look Like You Know” que trazem um arranjo um com uma pegada pouco menos veloz, trazendo até um ‘q’ de Arctic Monkeys (imagine aquele som do AM mais envenenado), além de começarem a explorar o teclado de maneira evidente, o que podemos notar com clareza em “Hole In Your Heart”. Outros grandes destaques ficam por conta de “Where Are You Now?” e “Hook, Line e Sinker”, que só ajudam a comprovar, mais uma vez, a minha tese de que Mike Kerr é realmente bom de riff.

O novo álbum do Royal Blood já chegou às lojas aqui do Brasil, portanto, mesmo se você não for adepto de ouvir as músicas por plataforma digital é fácil conseguir o material. E, de boa, vale a pena. Até agora, pouquíssimos álbuns lançados em 2017 conseguiram me impressionar de fato. Esse foi um deles. Recomendadíssimo!

Nota: 9,0 / 10,0
Status: Impactante e consistente

Faixas:
      01)   How Did We Get So Dark?
      02)   Lights Out  
      03)   In Only Lie When I Love You
      04)   She´s Creeping
      05)   Look Like You Know
      06)   Where Are You Now?
      07)   Don´t Tell
      08)   Hook, Line & Sinker
      09)   Hole In Your Heart 
      10)   Sleep