quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Trick Or Treat (1986):



Por Davi Pascale

Trago hoje uma curiosidade super bacana. Quem viveu os anos 80, irá se lembrar da moda que era o filme de terror entre os adolescentes. O sucesso era tanto que criaram na época um terror para adolescentes – o (bom) Garotos Perdidos – e começaram a mesclar elementos de terror em filmes de comedia e vice-versa. Um filme muito bacana é esse que comento hoje que mistura terror com rock n roll, o Trick Or Treat.

A mistura não era tão inusitada. É comum encontrarmos musicas de rock n roll em filmes do gênero. O grande barato aqui é que o rock é o tema central da historia. Além de contar com a participação especial de dois grandes ícones da cena. Os lendários Ozzy Osbourne e Gene Simmons.

Não precisa se preocupar. Os papéis deles são pequenos e não comprometem. Acaba sendo curioso, nos dias de hoje, relembrar o visual desses caras na época. A história gira em torno de um famoso cantor que morre durante um misterioso incêndio e um fã obcecado. Sami Curr fazia parte da cena shock rock. Ou seja, aqueles caras que fazem shows teatrais com atos, por vezes, chocantes. A ideia do diretor era de que Blackie Lawless (W.A.S.P.) fizesse esse papel, o que tornaria esse filme mais antológico ainda, mas o músico negou o papel.

Pois bem, no dia em que a notícia da morte foi dada, Eddie Weinbauer (Marc Price), um de seus maiores fãs, estava escrevendo uma carta para o músico. Desolado, o garoto busca conforto em “Nuke” (Gene Simmons), um radialista que conhecia o artista pessoalmente. Sabendo da paixão que o menino tinha pelo cantor, entrega um presente ao garoto. Um acetato com o que viria a ser o próximo disco do músico, Songs In The Key of Death. A única copia existente do material. O LP, obviamente, está amaldiçoado pelo espirito do musico. Os dois começam a conversar através do disco. Sami ajuda Eddie a se vingar dos valentões do colégio, ao mesmo tempo em que começa a matar alguns dos colegas. Atitude que faz com que o garoto se arrependa e tente voltar atrás. Como, obviamente, não consegue convencer o espirito à parar ou deixa-lo fora da jogada, o menino terá que encontrar uma maneira  de derrota-lo.

O filme brinca com todos os jargões da época. Com o fato dos roqueiros serem impopulares e tidos como esquisitos, a família que se preocupa com o conteúdo das letras, o disco que roda ao contrário (muita gente acreditava nessas histórias na época). O formato do filme também é dentro dos padrões dos filmes de terror dos anos 80. Brinca com a ideia de sobrenatural, adiciona elementos de comédia, apresenta mortes estranhas, garotas nuas e, é claro, o rock n roll como trilha. Ozzy interpreta um pastor que prega contra o rock. Ironia pura. Ozzy foi bem perseguido nessa época, principalmente por fanáticos religiosos.

A trilha do filme ficou a cargo do sempre competente Fastway (quem nunca ouviu nada deles, recomendo começar pelo álbum de estreia) e, conforme esperado, fez um ótimo trabalho.

Claro que essa película é para ser encarada como entretenimento puro. Não busque nada muito filosófico  aqui. Contudo, o filme prende a atenção e diverte. Embora não tenha saído no Brasil, esse material foi lançado em DVD nos EUA e é bem fácil de encontrar na net. Para quem não gosta de levar tudo tão a sério nessa vida, acaba sendo uma bela distração. Fica a dica...