segunda-feira, 23 de maio de 2016

Zakk Wylde – Book of Shadows II (2016):





Por Davi Pascale

Demorou 20 anos, mas saiu a sequencia. Zakk Wylde acaba de lançar seu segundo álbum solo. Assim como o álbum de 1996, o material apresenta um Zakk mais calmo, mais melódico, longe das guitarras distorcidas que o tornou famoso.

Provavelmente 90% da galera que conhece o Zakk Wylde ouviu seu nome pela primeira vez por seus trabalhos realizados ao lado do Ozzy Osbourne. Foi ele quem gravou o clássico No More Tears, cuja faixa-título você ouve em todos os barzinhos de rock espalhados mundo afora. Além de trabalhar com o madman, conseguiu destaque com seu (ótimo) grupo Black Label Society. Onde, mais uma vez, fazia um som pesado, arrastado, cheio de atitude.

Outro trabalho que muitos fãs admiram é o seu disco com Pride & Glory. Ali, o músico criava um diferencial ao atacar doses de country em seu som. Essa lógica se repete em Book of Shadows II. O lado mais southern vem à tona, só que em uma pegada mais calma, mais melancólica. As guitarras estão mais limpas, violões foram incluídos, pianos foram incluídos, as linhas vocais estão mais melódicas.

Músico aposta em álbum calmo e melancólico

Em entrevista à Billboard norte-americana, o músico explicou seu método de composição: “O instrumento que você está utilizando te dará a tônica. Se você senta em um piano, você escreverá músicas mais reflexivas, no estilo de um Elton John, de um Neil Young ou de um Eagles. Esse é o caminho que ele te dita. Se você pega uma guitarra com distorção, escreverá riffs. As letras vêm sempre por ultimo porque preciso encontrar algo que tenha um significado”. As letras aqui apresentam um diferencial. Estão mais poéticas. Falam sobre a vida, sobre os desafios que encontramos no caminho. 

Bateria e baixo são muito bem tocados, porém com arranjos bem simples, na maior parte do tempo. O grande destaque são realmente os solos de Zakk. Provavelmente, os mais inspirados que escreveu nos últimos anos. Fazia tempo que não via ele se dedicar tanto na criação de solos. Também vale destacar o trabalho vocal, mais harmonioso, mais melódico e muito bem construído.

O CD apresenta uma sonoridade mais acústica com altas influencias de Stephen Stills, Neil Young e afins. Alguns fãs mais ortodoxos vão querer me matar, mas em alguns momentos me remeteu ao Alice In Chains (fase Sap/Jair of Flies). Talvez, por conta de algumas linhas vocais. Trabalho bem bacana. Só não espere por porradaria. Faixas de destaque: “Autumn Changes”, “Lost Prayer”, “Sorrowed Regrets” e “Sleeping Dogs”. 

Nota: 8,0 / 10,0
Status: Melancólico

Faixas:
      01)   Autumn Changes
      02)   Tears of December
      03)   Lay Me Down
      04)   Lost Prayer
      05)   Darkest Hour
      06)   The Levee
      07)   Eyes of Burden
      08)   Forgotten Memory
      09)   Yesterdays Tears
      10)   Harbors of Pity 
      11)   Sorrowed Regrets
      12)   Useless Apologies
      13)   Sleeping Dogs
      14)   The King
      15)   Sleeping Dogs (feat. Corey Taylor)