quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Slipknot – 5: The Gray Chapter (2014):





Por Davi Pascale

Um dos grandes nomes do new metal lança novo álbum e demonstra que ainda tem lenha para queimar. Sem contar com a presença de dois integrantes importantes, os caras saem de cabeça erguida de uma das situações mais delicadas que um artista pode encontrar.

Perder um integrante é sempre complicado para uma banda. Em um grupo, o resultado de sua sonoridade vem da junção das influencias que cada músico traz. Quando uma pessoa sai fora, é comum notarmos algumas diferenças e algumas pessoas dizendo que a banda não soa a mesma. A coisa piora ainda mais quando esse integrante está entre os preferidos de seus admiradores. Para substituí-lo você precisa encontrar alguém que se dê bem com os demais musicos, que esteja disposto a suar a camisa pelo grupo, que consiga reproduzir o que o outro fazia, ter um estilo que se encaixe na sonoridade do conjunto e que seja carismático. É a tal tarefa impossível. Imagine agora perder dois caras importantes de uma só vez. É exatamente isso que o Slipknot está atravessando.

A primeira perda foi o baixista Paul Gray. O rapaz morreu no dia 21 de Junho de 2010, vitima de uma overdose de morfina e fentanil. Foram encontradas varias cápsulas no quarto onde foi encontrado seu corpo. A notícia teve impacto não apenas para sua esposa Brenna, que estava esperando uma criança na época, como para a banda que perdia o cara que era uma das forças criativas dentro do grupo. No final do ano passado, mais uma bomba. Joey Jordison estava abandonando o Slipknot. Não somente sua bateria era um dos pilares da banda, como seus fãs, os famosos maggots, tinham o rapaz como um dos integrantes favoritos ao lado de Corey Taylor e Shawn “Clown” Crahan. Conseguiriam os músicos a  sobreviver à todo esse caos?

The Gray Chpater marca a estreia de dois novos integrantes


Nas entrevistas, os músicos disseram que o novo disco seria uma mistura de Iowa com Subliminal Verses. Seus dois discos mais bem sucedidos. Faz sentido. Quem está atravessando uma barra pesada dessas, a melhor coisa é não inventar modas. Pelo menos, até se estabilizarem novamente. “Sarcastrophe”, “AOV”, “Skeptic”, “Lech”, “Nomadic”, “Custer” e “The Negative One” trazem a porradaria costumeira. Vocal rasgado, bateria agressiva. Outras como “Goodbye”, “Killpop” trazem uma sonoridade mais calma, porém ainda sombria. “The Devil In I” é a famosa faixa pesada, porém comercial que sempre estiveram em seus álbuns, como aconteceu em “Left Behind”, por exemplo. Não me assusta ter sido a escolhida para ganhar um videoclipe. O disco, em essência, traz a agressividade de Iowa com o lado melódico de Subliminal Verses.

Os músicos insistem em não anunciar o nome de seus novos integrantes (honestamente, não sei para que essa frescura), mas os nomes de Jay Weiberg e Alex Venturella já foram confirmados.  E os caras se saíram bem. O baixo está bem evidente e a bateria matadora. O baterista mescla momentos de maior agressividade com levadas mais cadenciadas, assim como Jordison fazia. As letras são bem influenciadas pela morte do baixista, como não poderia deixar de ser. Depois de 6 anos sem lançar um trabalho, os mascarados do Slipknot fizeram valer a espera. Só esperamos que não demorem mais 6 anos para lançar a sequencia.

Status:Pesado e sombrio
Nota: 8,0 / 10,0

Faixas:
      01)   XIX
      02)   Sarcastrophe
      03)   AOV
      04)   The Devil In I
      05)   Killpop
      06)   Skeptic
      07)   Lech
      08)   Goodbye
      09)   Nomadic
      10)   The One That Kills The Least
      11)   Custer
      12)   Be Prepared For Hell
      13)   The Negative One
      14)   If Rain Is What You Want