terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Nickelback – No Fixed Address (2014):





Por Davi Pascale

Mesmo sendo odiados por grande parte dos críticos, o Nickelback consegue arrastar multidões. Depois de 3 anos sem lançar nada, o grupo canadense volta com uma sonoridade mais pop em um disco não mais do que regular.

Não sei o que acontece, mas toda geração tem ao menos um grupo que é massacrado pela mídia sem merecer. Teve o Kiss nos anos 70, o Bon Jovi nos anos 80, o Creed nos anos 90 e o Nickelback nos anos 00. No Brasil, não é diferente. RPM, Jota Quest, Pitty são constantemente massacrados pelos críticos musicais, mesmo sendo competentes. Parece que essa galera tem uma grande dificuldade em lidar com artistas populares, como se fosse um crime fazer sucesso. Parece que existe um preconceito com quem trabalha com uma linguagem mais radiofônica, o que é uma grande bobagem.

Acompanho o Nickelback desde Silver Side Up (2001). Ao mesmo tempo que seus discos tinham faixas extremamente pops como “Photograph” ou “Someday”, também traziam faixas pesadas como “Follow You Home” ou “Flat On The Floor”. E esse é o grande defeito de No Fixed Address. Esse momento com os músicos chutando o balde e metendo guitarra no talo, quase não aparece por aqui. As exceções seriam as duas primeiras músicas, “Million Miles An Hour” e “Edge Of a Revolution”. E mesmo assim, a sonoridade está mais polida. A distorção da guitarra está menor e há alguns efeitos eletrônicos por trás.

Banda lança seu disco mais pop

Esse é certamente o disco mais pop e menos inspirado da carreira do Nickelback. “What Are You Waiting For” e “She Keeps Me Up” nos fazem questionar se estamos ouvindo o disco certo. “She Keeps Me Up” parece ter sido escrita para o Maroon 5. Com guitarras funkeadas e uma bateria dançante à la Franz Ferdinand, seria a última coisa que seus fãs poderiam esperar. "Got Me Runnin´ Round" tem sido bastante criticada pela participação do rapper Flo Rida, mas honestamente não achei ruim. Pelo contrário, achei bacana e gostei da sacada de utilizarem metais por trás. As baladas continuam intactas. “Satellite” e “Miss You” têm de tudo para se tornarem grandes hits.

Em alguns pontos o Nickelback não mudou. O formato continua o mesmo. 11 faixas registradas em aproximadamente 40 minutos. As letras continuam abordando os mesmos temas: relacionamentos, sexo e drogas. A exceção é a já citada “Edge of Revolution” que trata de um protesto político. Uma crítica do músico à guerra na Ucrânia e aos políticos do Wall Street.

No Fixed Adress não traz nenhuma música inaudível, mas há pouquíssimos momentos que podem ser considerados memoráveis. É uma pena, mas a preocupação dos músicos em soar pop fez com que o álbum não tivesse uma audição intrigante. A sensação que deixa é a de que faltou alguma coisa. Gosto da banda, acho que eles têm ótimos álbuns, mas aqui, infelizmente, ficaram devendo...

Nota: 6,0 / 10,0
Status: Razoável

Faixas:
      01)   Million Miles An Hour
      02)   Edge of a Revolution
      03)   What Are You Waiting For?
      04)   She Keeps Me Up
      05)   Make Me Believe Again
      06)   Satellite
      07)   Get Em Up
      08)   The Hammer´s Coming Down
      09)   Miss You
      10)   Got Me Runnin´ Feat. Flo Rida
      11)   Sister Sin