segunda-feira, 25 de julho de 2016

The Distillers – Coral Fang (2003):



Por Davi Pascale

Coral Fang foi o último álbum da banda The Distillers. Grupo apostava em uma sonoridade alternativa e merece ser redescoberto.

A banda durou pouco. Os registros também são poucos. Três álbuns, um EP e nada mais. Mas quem curte um som com uma pegada suja, direta, principalmente aqueles garotos que cresceram com a sonoridade grunge nos ouvidos, vale a pena buscar um pouco mais sobre o grupo.

O The Distillers nasceu em 1998, na cidade de Los Angeles, da cabeça da cantora/guitarrista Brody Dale. Em 2002, uma faixa do álbum Sing Sing Death House entrou na trilha do jogo Tony Hawk´s Pro Skater 4. Não demorou muito e toda a garotada estava ligada no som praticado pelo grupo. Não demorou também para que as grandes gravadoras se ligassem que aquilo poderia ser sua nova galinha dos ovos de ouro.

A banda realmente poderia ter se tornado um dos grandes nomes dos anos 2000. Quando digo grande nome, não me refiro à ter projeção dentro da cena da qual faz parte. Isso, eles conseguiram. Digo, ir além disso. Não demorou muito e a Warner Music comprou a banda para seu catálogo. Coral Fang foi lançado pelo Sire, um selo pertencente à multinacional. Infelizmente, a banda não durou. Mesmo tendo recebido críticas positivas pelo álbum, Brody Dale deu a banda por encerrada em 2006. O nascimento de seu filho e o fato de alguns antigos integrantes terem abandonado o barco foram a causa do encerramento.

Se tivesse que comparar o som praticado por eles, nesse disco, à algum outro grupo, citaria o Hole sem pensar duas vezes. Há diversas similaridades. Brody Dale tem uma voz bem similar à de Courtney Love e escreve linhas vocais bem parecidas. Os arranjos também têm muito a ver com o grupo da viúva de Kurt Cobain. Fazem aquele rock sujo, direto, guiado por guitarra. Algumas faixas são mais velozes, outras mais melódicas. A ideia de mesclar versos pesados com refrãos comerciais, guitarras com microfonias àla Nirvana (“Deathsex”), o álbum tem uma pegada bem 90´s.

Ok, pode não ser algo exatamente original, mas o material chama atenção pela qualidade das composições. É muito comum pegarmos um álbum para escutar e nos depararmos com altos e baixos. Nesse disco, os músicos conseguiram manter a consistência do início ao fim. A qualidade das músicas é extremamente alta.

Sim, os arranjos são simples. Aquela velha lógica grunge. Bateria direta, guitarra com poucos acordes, vocais berrados. Entretanto, é muito bem tocado. Ainda não assisti uma gravação da banda nos palcos, mas é daquelas bandas que promete ter uma energia incrível. Se você cresceu nos anos 90 e sente falta de bandas com uma pegada meia Nirvana, Hole e L7, vá sem medo. Discão!

Nota: 9,0 / 10,0
Status: Excelente

Faixas:
      01)   Drain The Blood
      02)   Dismantle Me
      03)   Die On a Rope
      04)   The Gallow Is God
      05)   Coral Fang
      06)   The Hunger
      07)   Hall of Mirrors
      08)   Beat Your Heart Out
      09)   Love Is Paranoid  
      10)   For Tonight You´re Only Here to Know
      11)   Deathsex