domingo, 18 de fevereiro de 2018

Iron Maiden – The Book of Souls: Live Chapter (2017):



Por Davi Pascale

Ícone do heavy metal lança novo trabalho ao vivo. Mesclando músicas de seu mais recente álbum com clássicos oitentistas, grupo britânico agrada sua legião de fãs. Gravado em diferentes cantos do mundo, álbum apresenta faixas gravadas aqui no Brasil.

Iron Maiden é aquele caso clássico: ame ou odeie. Não há meio termo. Assim como também não há meio termo em suas performances. Mesmo com alguns pontos baixos em sua discografia (algo normal na trajetória de uma banda longínqua), os músicos nunca fraquejaram em cima do palco. Os músicos sempre deram 100% de si em suas performances e isso fica claro durante a audição do novo álbum.

Algo que não podemos deixar de notar. Não apenas a banda apresenta um gás invejável, como seu vocalista, o icônico Bruce Dickinson, continua com a voz incrivelmente forte. Nessas horas que gostaria que o álbum tivesse sido gravado em uma única noite. Assim poderia constatar se ele ainda mantém a força de sua voz do início ao fim da apresentação. As músicas são todas incrivelmente altas e ele não é mais um garotinho... De todo modo, sua performance aqui é irretocável.


Ok. Álbum ao vivo do Iron Maiden não é mais uma novidade já tem um tempo, mas o fato de ter sido gravado durante a divulgação de um trabalho de inéditas ajuda a manter um certo frescor. Afinal, no repertório de 15 sons, 6 vieram de seu novo disco. Dessas, as minhas preferidas são as 2 primeiras, as empolgantes “If Eternity Should Fail” e “Speed of Light”.

Como esse é um registro da ultima gira, sim, você irá ouvir alguns clássicos que já foram gravados inúmeras vezes como “Wratchild”, “Iron Maiden”, “The Number Of The Beast”, “The Trooper”, mas a qualidade das composições faz com que sua audição seja satisfatória. Sejamos francos, canções como “Number” e “The Trooper” são clássicos não apenas da donzela, mas do heavy metal.

Algo muito bacana é que foram resgatados alguns daqueles clássicos que seus fãs amam, mas que o ouvinte de ‘greatest hits’, provavelmente, não manja como “Powerslave” e “Children Of The Damned”. Outra sacada legal foi eles terem alterado o bis. Sim, “The Number of The Beast” continua lá abrindo a parte final, mas não temos mais “Hallowed Be Thy Name”, nem “Running Free” ou “Sancutary”. Essas foram alteradas por “Blood Brothers” e “Wasted Years”. Gostei da ousadia, agora só falta trocar “Number” de lugar. Concordo que ela não pode ficar de fora do show, mas que tal abrir um show com ela? Já pensou a empolgação da galera?


A banda continua impecável. Não importa se você faz parte do grupo que os ama ou do grupo que os odeia, mas é fato que os caras sempre foram extremamente profissionais. Steve Harris continua seguro como sempre, Nicko McBrain está cada vez mais preciso, o trabalho de guitarras continua cativante. Tanto Adrian Smith, quanto Dave Murray são bons de solo.

Os fãs brasileiros foram lembrados, mais uma vez, pelos músicos. “Fear Of The Dark”, uma das musicas favoritas do público brasileiro, foi registrada em Porto Alegre, enquanto “Wasted Years” traz um registro no Rio de Janeiro. Realmente, muito bacana.

Em um primeiro momento, muitos podem ter uma impressão errada de que 15 músicas é pouco. Não vemos nos esquecer que estamos falando de uma banda que adora escrever canções de 7, 10, 13 minutos de duração. O show não é muito curto não...

The Book of Souls: Live Chapter mostra uma banda afiada com um ótimo repertório em mãos. A qualidade de gravação, conforme de se esperar, é impecável. Para quem é fã dos rapazes, o trabalho é imperdível.

Nota: 9,0 / 10,0

Faixas:

CD 1:
      01)   If Eternity Should Fail
      02)   Speed of Light
      03)   Wratchild
      04)   Children Of The Damned
      05)   Death Or Glory
      06)   The Red And The Black
      07)   The Trooper
      08)   Powerslave

CD 2:
      01)   The Great Unknown
      02)   The Book of Souls
      03)   Fear Of The Dark
      04)   Iron Maiden
      05)   The Number Of The Beast
      06)   Blood Brothers
      07)   Wasted Years

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Warrior – Warrior (2017):



Por Davi Pascale

Gravação histórica é lançada oficialmente pela primeira vez. Banda trazia músicos que mais tarde ficariam conhecidos em outros grupos, além de representar a base do que se tornaria o primeiro álbum do Vinnie Vincent Invasion.

Algumas dessas gravações, os fã mais ardorosos do Kiss conhecem há alguns anos por conta dos bootlegs. Contudo, essa é a primeira vez que esse material chega às lojas oficialmente. A qualidade de som é boa para os padrões da gravação, mas obviamente não dá para comparar à uma grande produção. O que importa aqui realmente é o conteúdo. Explico...

Em 1982, os mascarados do Kiss estavam trancafiados em um estúdio de gravação em Los Angeles trabalhando no que viria a ser o, hoje clássico, Creatures Of The Night. Apesar do resultado final do disco ter sido fantástico, o momento que os músicos viviam não eram os melhores. Ace Frehley estava fora da banda, eles não tinham um guitarrista definido e precisavam entregar um disco forte, uma vez que seus trabalhos mais recentes não haviam rendido o esperado. Uma das fitas que eles ouviram foi a de um jovem rapaz chamado Vincent Cusano. O músico já havia participado de algumas bandas – como o Treasure – mas nunca havia conseguido destaque.

Do outro lado do país, mais precisamente em Boston, o New England, um conjunto de relativo sucesso nos EUA havia perdido seu guitarrista e vocalista, John Fannon. O ultimo disco deles não havia vendido o esperado e a Elektra quebrou o contrato com a banda. O músico ficou desiludido e pediu as contas. Começaram então a busca por um novo guitarrista. A banda conhecia os integrantes do Kiss. Ambas trabalhavam com Bill Aucoin, haviam excursionado junto e Paul Stanley havia dado uma força no segundo disco dos rapazes. Com isso, Jimmy Waldo (tecladista do grupo) se sentiu confortável em ligar ao Gene Simmons pedindo uma indicação. Gene indicou Vinnie. Um músico talentoso que estava ajudando eles em seu novo disco, mas quem considerava muito baixinho para integrar o Kiss.

Os músicos ouviram a demo do rapaz, ficaram impressionados com sua habilidade na guitarra e com suas composições e o convidaram para entrar no grupo. Conhecido por seu idealismo e personalidade forte, Vincent teve culhão de dizer que não queria fazer parte do grupo, que queria montar sua própria banda em L.A. e que se quisessem, poderiam ir até lá. Por incrível que pareça, os caras toparam. Assim, morreu o New England e nasceu o Warrior.

A banda durou pouco. Fizeram alguns ensaios, uma demo de seis músicas e isso foi tudo. O disco nunca foi terminado. Nunca fizeram uma foto juntos. Nunca fizeram um show juntos. Nunca fizeram um videoclipe. A razão, obvio, foi a entrada de Vinnie no Kiss. O musico trabalhava com o Warrior ao mesmo tempo em que colaborava com o disco do grupo. Mostrou algumas musicas para a banda, segurou outras com ele (para usar no disco que nunca saiu) e quando menos esperava, o convite irrecusável veio. O baixista Gary Shea e o tecladista Jimmy Waldo montaram na sequencia o Alcatrazz com o vocalista do Rainbow, Graham Bonnett. Banda que ficou famosa por destacar os guitarristas Yngwie Malmsteen e Steve Vai.

O material desse CD é justamente a famosa demo e o registro de alguns ensaios. Uma parte instrumental e outra cantada por Fergie Frederiksen. Na época, foi cogitado ele e Robert Fleischman (que mais tarde gravaria com o Vinnie Vincent Invasion). Os músicos fizeram alguns ensaios com ele, mas a coisa não andou pra frente. Após a saída do grupo, o rapaz entrou em um outro conjunto muito popular nos EUA, o Toto.

A parte da demo conta com os vocais do próprio Vinnie. Embora ele não tenha um alcance alto (essa foi a razão de tentarem buscar um cantor) seu timbre não era ruim e o resultado final acaba sendo interessante. Essa é a parte do CD que possui melhor qualidade de gravação. Grande parte desse material acabou sendo regravado anos mais tarde no debut do Vinnie Vincent Invasion. Minhas favoritas são “Boys Gonna Rock” e “Back On The Street”.

A parte instrumental acaba sendo bacana porque dá para prestar mais atenção nos detalhes da guitarra de Vinnie. O cara realmente era um guitarrista excelente. É possível notar também que os teclados eram trabalhados de maneira bem eficiente. Os ensaios com Fergie é a parte mais crua de todas, com direito à diálogos, músicos parando a canção no meio, a banda começando a faixa em diferentes trechos, como ocorre em “Gypsy In Her Eyes”. Dá para sacar onde queriam chegar com um vocal cantando mais alto. Particularmente, gostei do trabalho do rapaz. Sim, há alguns deslizes, afinal era um ensaio, mas achei que ficou bacana. Inclusive, a “Gypsy In Her Eyes” que ficou com uma pegada bem Journey. Fergie se diferenciava de Fleischman por não ficar cantando alto todo o tempo – o que faz com que o publico se divida em relação aos discos solos de  Vinnie – e tinha um bom timbre.

No encarte, eles trazem a história do grupo bem detalhadinha. Foi daí que fiquei sabendo do tal telefonema ao Gene. A historia que conhecia é que o Warrior ensaiava na sala ao lado da onde o Kiss gravava seu cultuado LP e que os músicos haviam se impressionado com Vinnie e convidado o garoto a integrar o grupo. Parece que não foi beem assim... De todo modo, o disco é curioso, tem alguns registros bem interessantes e quem é fã de algum dos músicos é bom não marcar toca porque esse disco deve ficar raro com o tempo. Saiu por um selo bem pequeno. Não deixem a oportunidade passar em branco.

Nota: 8,0 / 10,0

Faixas:
01)   Boys Gonna Rock – Studio Recordings 1982
      02)   It´s Not Pretty (Being Easy) – Studio Recordings 1982
      03)   Gypsy In Her Eyes – Studio Recordings 1982
      04)   Back On The Street – Studio Recordings 1982
      05)   I Need Love – Studio Recordings 1982
      06)   Baby Oh Why – Studio Recordings 1982
      07)   Betrayed – Instrumental Rehearsals
      08)   Hot Nights – Instrumental Rehearsals
      09)   Baby Oh Why – Instrumental Rehearsals
      10)   Back On The Street – Instrumental Rehearsals
      11)   I Need Love – Instrumental Rehearsals
      12)   Back On The Street – Rehearsals Featuring Fergie Frederiksen
      13)   Gypsy In Her Eyes – Rehearsals Featuring Fergie Frederiksen
      14)   Baby Oh Why – Rehearsals Featuring Fergie Frederiksen
      15)   Hot Nights – Rehearsals Featuring Fergie Frederiksen 
      16)   Betrayed – Rehearsals Featuring Fergie Frederiksen

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

The Doors – The Singles (2017):



Por Davi Pascale:

Com o intuito de celebrar os 50 anos de The Doors, a Rhino (selo pertencente à multinacional Warner Music Group) colocou no mercado, a coletânea de The Singles. Afinal, o que temos aqui? Vale a pena adquirir essa nova coletânea?

A resposta é sim, vale. Ao contrário das coletâneas mais famosas que possuem o áudio extraído dos LPs, essa nova compilação foi criada a partir dos velhos compactos. Aliás, foi lançado um box set genial reproduzindo os compactos da época, em formato vinil mesmo. Para os fãs mais ardorosos, vale a pena correr atrás desse material. Para quem curte a banda sem muito fanatismo, a coletânea dupla que chegou ao mercado brasileiro atende.

Sim, as músicas mais longas estão cortadas. “Light My Fire”, por exemplo, cuja versão original chega à 7 minutos de duração, aqui dura pouco mais de 2 minutos, o solo de teclado foi todo cortado. Claro que para quem não tem nada da banda, acho mais interessante recorrer à alguma outra coletânea antes ou adquirir os álbuns. Os da fase Jim são clássicos. Mas para os completistas é um ítem interessante. Afinal, eram essas versões que tocavam nas rádios. Não deixa de ser curioso.

As músicas foram colocadas cronologicamente. Portanto, é possível notar com clareza as mudanças na sonoridade do grupo. Obviamente, o maior choque ocorre nas canções dos álbuns Other Voices e Full Circle. Os trabalhos finais que não contavam mais com a marcante voz de Jim Morrison. Embora os discos não sejam tão ruins quanto dizem, não dá para deixar de notar que a magia havia se perdido.

Os compactos foram muito populares no passado. Aqueles vinis lançados nos anos 50 (Little Richard, Elvis Presley, etc) muitos deles eram uma espécie de compilação de compactos. Tinha artista que gravava material exclusivo para compacto. Alguns, para o lado B. Para que o fã tivesse alguma novidade além da capa. Os Beatles, por exemplo, lançaram vários compactos com músicas que não estavam no disco. Foi daí que nasceu a famosa coletânea Past Masters. O Doors teve apenas 3 músicas que foram lançados em compacto e não fizeram parte do long-play. E as 3 estão aqui. Mais um motivo para os fãs não abandonarem esse disco na prateleira.

Duas dessas canções já são manjadinhas entre os fãs mais xiitas. “Who Scared You” e “(You Need Meat) Don´t Go No Further” foram lançadas anteriormente na coletânea Weird Scenes Inside The Gold Mine. Lançada originalmente em 1972, o disco foi a primeira coletânea lançada após a morte do lizard king e, obviamente, buscava saciar a vontade dos fãs de ouvirem algo novo após a morte do ídolo. “Who Scared You” é uma sobra de The Soft Parade, onde podemos notar inclusive o naipe de metais que foi explorado pelos músicos no citado álbum. Faixa bem bacaninha. “Don´t Go No Further” é um clássico do bluesman Willie Dixon, cantada aqui por Ray Manzarek, gravada nas sessões de L.A. Woman. Robby Krieger faz um solo bem legal, mas o trabalho vocal de Manzarek é sofrível.

A mais rara é “Treetrunk”, faixa que nunca havia sido incluída em um disco do Doors antes. Essa faz parte da fase final do grupo – já sem Jim – e embora Ray continuasse a dever nos vocais (era um monstro nos teclados, mas nunca gostei de sua voz) estava mais bem resolvido do que no citado blues. Talvez, o fato de cantar em uma região mais baixa tenha deixado sua voz mais agradável.

Do mais, o que temos aqui são os grandes clássicos do Doors. Alguns, na integra. Outros, cortados para obedecer os padrões das rádios. De todo modo, é sempre prazeroso ouvir clássicos como “Break On Through”, “L.A. Woman”, “Roadhouse Blues”, “People Are Strange”. Inclusive os clássicos menores como “End Of The Night”, “Love Street” e “Tell All The People” são tocantes. Recomendado!

Nota: 10,0 / 10,0
Faixas:

CD 01:
     01)   Break On Through
     02)   End Of The Night
     03)   Light My Fire
     04)   The Crystal Ship
     05)   People Are Strange
     06)   Unhappy Girl
     07)   Love Me Two Times
     08)   Moonlight Drive
     09)   The Unknown Soldier
     10)   We Could Be So Good Together
     11)   Hello, I Love You
     12)   Love Street
     13)   Touch Me
     14)   Wild Child
     15)   Wishful Sinful
     16)   Who Scared You
     17)   Tell All The People
     18)   Easy Ride 
     19)   Runnin´ Blue
     20)   Do It
     21)   You Make Me Real
     22)   Roadhouse Blues
     23)   Love Her Madly
     24)   (You Need Meat) Don´t Go No Further
     25)   Riders On The Storm
     26)   Changeling

CD 02:
     01)   Tightrope Ride
     02)   Variety Is The Space of Life
     03)   Ships W/ Sails
     04)   In The Eye Of The Sun
     05)   Get Up And Dance
     06)   Treetrunk
     07)   The Mosquito
     08)   It Slipped My Mind
     09)   The Piano Bird
     10)   Good Rockin´
     11)   Roadhouse Blues (Live)
     12)   Albioni: Adagio
     13)   Gloria (Live)
     14)   Moonlight Drive (Live)
     15)   Hello, I Love You (Mono Radio Version)
     16)   Touch Me (Mono Radio Version)
     17)   Wishful Sinful (Mono Radio Version)
     18)   Tell All The People (Mono Radio Version)

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Pastore – Phoenix Rising (2017):



Por Davi Pascale

Mario Pastore é considerado uma das grandes vozes da cena metálica brasileira. Na verdade, sua carreira é muito mais longínqua do que a galera imagina. O primeiro álbum registrado pelo rapaz foi o Biometric Genesis, da banda Acid Storm, lá por 1991, 1992. De lá para cá, manteve-se na ativa, gravando com diversos grupos e projetos, até que conseguiu finalmente se firmar com o Pastore. Uma espécie de carreira-solo.

O trabalho anterior, The End Of Our Flames, trouxe alguns conflitos internos e o músico precisou se recompor para criar o terceiro capítulo da saga. Phoenix Rising não traz uma banda fixa. Embora o encarte traga em destaque os retratos de Ricardo Baptista, Marcio Eidt e Marcelo de Paiva Berno, as faixas foram gravadas com diferentes formações. Sim, essa rapaziada participou da gravação do álbum, mas há outros nomes envolvidos.

Embora conte com diversos convidados, o trabalho não soa desconexo. Muito pelo contrário, não apenas soa consistente do início ao fim, como é facilmente um dos melhores trabalhos nacionais que ouvi na cena heavy nos últimos anos. Sem brincadeira.

A capa do álbum tem um ‘q’ de Primal Fear. Aliás, o visual de Mário Pastore também. Muitos se referem à ele como o Ralf Scheepers brasileiro e não é atoa. Realmente, o visual é bem similar. A pegada aqui é power metal de primeira qualidade. Som pesado, vocal gritado, gravação acima da média dos padrões brasileiros.

“Phoenix Rising” abre o CD com uma pegada bem Judas Priest. Inclusive, nos trabalhos vocais. Pastore apresenta uns agudos bem na onda do Rob Halford. Se quiserem citar o Primal Fear, já que a galera gosta tanto da comparação, também vale. Vamos ser honestos, os alemães também bebem bastante na fonte do Priest.



Recentemente, o cantor lançou um projeto intitulado Powerfull, onde deixa claro seu amor pelo Iron Maiden. Esse lado aparece aqui, com clareza, na linha vocal do refrão de “Damn Proud” e nos versos de “Salvation Paradise”. Nítida, a influência de (Bruce) Dickinson.

Embora Mario seja notoriamente o cabeça do projeto, vale destacar os ótimos trabalhos de guitarra e de bateria que ajudam a tornar o trabalho empolgante. Os arranjos estão não apenas muito bem executados, mas muito bem construídos, mesclando momentos velozes com momentos cadenciados, mudanças de andamento... Enfim, tudo aquilo que esperamos dentro do gênero e que nem todo mundo tem competência para fazer direito.

“Holy War” e, especialmente, “Fire and Ice” estão entre os grandes destaques do álbum. Entretanto, uma que gostaria de chamar a atenção é a faixa “No More Lies” onde temos o cantor saindo um pouco do seu estilo habitual e apresentando uma linha vocal claramente inspirada em Ronnie James Dio.  

Durante muito tempo, a cena metálica brasileira ficou restrita à uma meia dúzia de nomes que dominavam o circuito. Tudo bem, os caras realmente eram – e continuam sendo – feras, mas quanto mais nomes se destacando tivermos, mais forte a cena será. Realmente, muito bacana vermos tantas bandas crescendo nos últimos anos e apresentando trabalhos de altíssimo nível. Se você está por fora do que anda rolando na cena metálica brasileira, aqui está uma ótima porta de entrada. Nos próximos dias, estarei escrevendo sobre mais alguns trabalhos que me chamaram a atenção. Quem curte metal, fique atento. 

Ah... E aos colecionadores de plantão, vale correr atrás da versão japonesa que conta com uma faixa bônus. Uma versão para “Lightning Strikes Again” do Dokken, com a participação especialíssima de Edu Ardanuy (Dr. Sin), um dos melhores guitarristas do Brasil. Fica a dica!

Nota: 9,0 / 10,0

Faixas:
01)   Phoenix Rising
      02)   Damn Proud
      03)   Symphony of Fear
      04)   March of War
      05)   No More Lies
      06)   Salvation Paradise
      07)   I Need More
      08)   Holy War
      09)   Time Goes By
      10)   Get Outta My Way 
      11)   Fire And Ice