segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Música comentada: Kaiser Chiefs – I Predict A Riot

Por Rafael Menegueti

Kaiser Chiefs
Da leva de bandas de britpop que surgiram nos anos 2000, o Kaiser Chiefs é uma de minhas favoritas. Com um repertorio repleto de faixas cheias de energia que por vezes assumem uma influência punk, ou até new wave, a banda emplacou alguns hits desde seu surgimento com o álbum “Employment”, lançado em 2004. Alguns exemplos são “Everyday I Love You Less and Less”, “The Angry Mob”, “Oh My God” e a excelente “Ruby”. Mas o primeiro grande hit da banda foi “I Predict A Riot”.

A faixa que faz parte do primeiro disco da banda e foi inspirada em uma temática bem própria da juventude britânica. Nela, a banda fala sobre o momento em que os bares e pubs ingleses se fecham e uma multidão bêbada e briguenta sai às ruas tentando ir pra casa (ou não). Segundo o então baterista da banda na época, Nick Hodgson, a ideia da música surgiu da época em que ele voltava pra casa após tocar em uma casa noturna e sempre ver pessoas brigando e policiais na frente de uma outra grande casa noturna no caminho.

Nos versos, a letra escrita por Nick e pelo vocalista Ricky Wilson apresenta vários personagens característicos desse típico momento britânico, como um agressor vestindo agasalho (“a man in a tracksuit attacked me”), um policial e um importante engenheiro de Leeds, cidade natal dos integrantes, John Smeaton (“Would never have happened to Smeaton / And old Leodensian”), entre outros. Leodesian é um nome popular para se referir a um cidadão de Leeds.

“I Predict A Riot” ganhou dois videoclipes completamente diferentes um do outro. A primeira versão mostra a banda tocando em frente a uma audiência que começa uma guerra de travesseiros. Na segunda versão, mais conhecida por aqui, tem a imagem com um efeito sépia mostrando a banda em uma historinha mais elaborada, o que garantiu que esse vídeo ganhasse mais destaque que o original. A canção ainda foi parar no jogo Guitar Hero 3, assim como outro sucesso da banda, “Ruby”.


Watching the people get lairy
Is not very pretty I tell thee
Walking through town is quite scary
And not very sensible either
A friend of a friend he got beaten
He looked the wrong way at a policeman
Would never have happened to Smeaton
And old Leodiensian

I predict a riot, I predict a riot

I tried to get in my taxi
A man in a tracksuit attacked me
He said that he saw it before me
Wants to get things a bit gory
Girls run around with no clothes on
To borrow a pound for a condom
If it wasn't for chip fat, well they'd be frozen
They're not very sensible

And if there's anybody left in here
That doesn't want to be out there

Ver as pessoas ficarem agressivas
Não é muito bonito, eu lhe digo
Andar pela cidade é bem assustador
E também não é muito sensato
Um amigo de um amigo apanhou
Olhou do jeito errado para um policial
Jamais teria acontecido a Smeaton
Um velho Leodiensiano

Eu prevejo uma revolta

Tentei pegar meu taxi
Um homem de agasalho me atacou
Ele disse que o viu primeiro
Quer deixar as coisas um pouco ensanguentadas
Garotas correm por aí sem roupas
Para pedir emprestado uma libra pra camisinhas
Se não fosse por um pouco de gordura elas congelariam
Elas não são muito sensatas

E se tiver mais alguem aqui
Que não queira estar lá fora

domingo, 29 de novembro de 2015

Mark Knopfler – Tracker (2015):



Por Davi Pascale

Ex-guitarrista do Dire Straits chega ao seu oitavo álbum solo. Material conta com temas autobiográficos, sonoridade relaxante e arranjos extremamente bem resolvidos. Quem curte sua carreira-solo, gostará do disco.

Mark Knopfler é um dos grandes músicos em atividade. Mais do que isso, é também um dos grandes compositores. Mesmo no período de maior popularidade, não abriu mão de fazer um trabalho inteligente e elegante. O rapaz sempre teve um bom gosto na timbragem de seus instrumentos, nas construções de suas escalas, nunca colocou sua técnica acima da melodia. Mais do que isso, é um dos poucos músicos em atividade onde conseguimos identifica-lo após pouquíssimos acordes.

Já faz um tempo que ele vem apostando em criar letras contando histórias. Aqui, não é diferente.  E o mais bacana é que algumas dessas histórias dizem respeito à sua própria história ou às suas próprias opiniões. “Skydiver” fala sobre sua infância, sobre os tempos em que vivia em Northumberland (condado situado no norte da Inglaterra). “Basil” é uma homenagem ao poeta modernista Basil Bunting. Mark chegou a trabalhar junto com o rapaz nos tempos de Evening Chronicle (famoso jornal de Newcastle, ainda na ativa). “Beryl” refere-se à escritora de Liverpool Berly Bainbridge. Aqui, o músico critica o fato da garota só ter recebido o famoso prêmio Booker depois de sua morte. “It´s all too late now, it´s all too late now you dabblers” (agora é tarde demais, agora é tarde demais, seus amadores) canta no refrão.

O guitarrista fez recentemente uma série de shows com outro grande compositor, Bob Dylan. Durante as entrevistas realizadas para promover o novo álbum, Knopfler declarou que “Lights of Taormina” e “Silver Eagle” foram compostas nesse período. “Silver Eagle” realmente traz uma forte influência de Dylan, entretanto o arranjo de “Basil” também me remeteu bastante ao compositor norte-americano. Principalmente, naquela fase inicial, mais folk.

Mark Knopfle volta com álbum calmo

Mesmo sendo famoso pelo som de sua guitarra, os violões falam mais alto em várias de suas canções. Os arranjos, na maior parte do tempo, são mais calmos trazendo fortes influências de country, folk e até um pouco de blues. Um disco bacana para ouvir enquanto se lê um livro, em uma viagem com a família... Dentre essas canções mais calmas, destacaria as belíssimas “Laughs And Jokes And Drinks And Smokes”, “River Towns”, “Long Cool Girl” e “Silver Eagle”.

Há, contudo, alguns momentos mais alegres no álbum. São elas, a razoável “Broken Bones”, a boa “Skydiver” e a já citada “Beryl”. Essa é uma das minhas favoritas em todo o disco porque me remeteu bastante aos seus tempos de Dire Straits. E o meu primeiro contato com o músico foi justamente ouvindo um LP do conjunto lá nos anos 80.

O disco não é uma obra-prima. Há alguns fillers como a já citada “Broken Bones” ou ainda “Mighty Man”, mas não dá para torcer o nariz para seu trabalho. A qualidade do álbum é altíssima. Os músicos envolvidos são de primeira. Se você curte o estilo do músico ou curte, às vezes, ouvir um som mais calmo, pode ir sem medo. Trabalho bacana...

Nota: 7,0 / 10,0
Status: Relaxante

Faixas:
      01)   Laughs And Jokes And Drinks And Smokes
      02)   Basil
      03)   River Towns
      04)   Skydiver
      05)   Mighty Man
      06)   Broken Bones
      07)   Long Cool Girl
      08)   Lights of Taormina
      09)   Silver Eagle
      10)   Beryl 
      11)   Wherever I Go (featuring Ruth Moody)

sábado, 28 de novembro de 2015

Phantasma – The Deviant Heats (2015)

Por Rafael Menegueti

Phantasma - The Deviant Hearts
Existem alguns artistas que, quando se juntam, formam uma química impressionante. O projeto Phantasma é resultado de uma união com essa característica. Charlotte Wessels (Delain) e George Neuhauser (Serenity) já haviam trabalhado juntos na canção “Serenade of Flames, do Serenity, e feito diversos duetos juntos ao vivo. Então, quando eles decidiram criar um novo projeto juntos, contando ainda o produtor e multi-instrumentista Oliver Philipps (Everon), que já trabalhou com o Delain, era de se esperar que o resultado fosse bem preciso.

“The Deviant Hearts” foi lançado no último dia 20 e já vem sendo apontado como um dos principais lançamentos do metal sinfônico no ano. O projeto mistura música com um romance criado por Charlotte, algo que os músicos tinham em mente há algum tempo. Como se pode imaginar, o álbum conta com vários convidados nos vocais além da dupla principal. Mas é sem dúvida o excelente entrosamento entre Charlotte e Georg que rouba a cena.

A faixa “Incomplete” abre o disco, uma bela passagem de piano com o dueto fazendo uma delicada introdução ao disco. O disco todo é repleto de belas melodias, arranjos com ênfase nas passagens sinfônicas e nos vocais e uma sonoridade bem teatral. A segunda faixa, “The Deviant Hearts”, já traz a primeira participação especial com Tom Englund (Evergrey) em uma faixa que intercala versos suaves com um refrão e solos intensos e empolgantes. “Runaway Grey” é uma bela e cativante canção que destaca a voz de Charlotte em meio a melodia.

Georg Neuhauser e Charlotte Wessels são as vozes principais do projeto
Já na balada “Try”, temos um outro dueto que não é o principal: Chloe Lowery (Trans-Siberian Orchestra/Chameleon) e Dennis Schunke (Van Canto). Uma ótima faixa que vai da leveza ao caos metálico, como podíamos esperar. Em “Enter Dreamscape” encontramos um pouco mais de agitação, numa faixa mais elaborada com a pegada metal característica do Serenity, uma das minhas favoritas no álbum. Nessa, Georg e Tom Englund se intercalam nos versos enquanto Charlotte comanda o refrão. Quase na mesma linha temos “Miserable Me” na sequencia, só que essa um pouco mais cadenciada e bem na linha power metal.

Da ainda pra destacar a leveza melancólica de “The Lotus and The Willow”, a empolgante e carismática “Crimson Course”, a bem elaborada “Carry Me Home”, trazendo novamente Dennis Schunke, dessa vez em dueto com Charlotte. Mais ao final, um destaque para a voz de Georg Neuhauser na bela “The Sound of Fear”, e mais uma faixa pesada e agitada em “Novaturient”. O encerramento fica com a épica “Let It Die”, uma composição incrivelmente melódica, para finalizar como o disco merecia.

O time de músicos que forma o projeto fez um ótimo trabalho nas melodias e arranjos. Oliver Philipps criou ótimos arranjos nos teclados e fez boa dupla na guitarra com Tom Buchberger (ex-Serenity), que criou excelentes solos para as faixas. Randy George no baixo e Jason Gianni na bateria completaram a formação do grupo. Pra deixar o lançamento ainda mais atrativo, o romance escrito por Charlotte pode ser lido para complementar a experiência. Uma versão limitada ainda conta com mais dois CDs, sendo eles o audiobook da historia, lida pela própria Charlotte.

Tendo sido feito um belo trabalho em todo o projeto, “The Deviant Hearts” deve ser um disco que irá agradar bastante a qualquer fã do trabalho dos músicos envolvidos, e aos inúmeros fãs de metal sinfônico, que se identificarão de cara com a proposta e os elementos apresentados aqui. Um disco na medida pra quem curte esse estilo.



Nota: 9/10
Status: Encantador

Faixas:
01. Incomplete
02. The Deviant Hearts (Give Us A Story)
03. Runaway Grey
04. Try
05. Enter Dreamscape
06. Miserable Me
07. The Lotus And The Willow
08. Crimson Course
09. Carry Me Home
10. The Sound Of Fear
11. Novaturient
12. Let It Die

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

The Doors – Other Voices + Full Circle (2015):



Por Davi Pascale

Álbuns sem Jim Morrison são lançados oficialmente pela primeira vez em compact disc. A reedição traz os discos na íntegra e uma faixa rara. Registro vale pelo valor histórico.

Em 3 de Julho de 1971, o mundo perdia Jim Morrison. Uma das figuras mais emblemáticas do rock. Sua morte sempre foi cercada de mistérios. Os laudos apontam parada cardíaca, mas nenhuma autopsia foi realizada. Há suspeitas que o rapaz tenha tido uma overdose, o que não seria muito difícil de ocorrer...

Para a banda, o baque era enorme. Jim era a voz da banda, era o principal letrista e era o integrante mais popular. Lizard king era, indiscutivelmente, uma figura única. Bom cantor, carismático, polêmico e excelente letrista. Entre todos os músicos que a grande imprensa gosta de se referir como poetas, era um dos poucos que merecia a alcunha. Como se substitui um cara desses? A resposta é não se substitui.

Parece que os integrantes remanescentes se tocaram disso e resolveram que eles mesmos assumiriam os vocais na nova empreitada. O guitarrista Robby Krieger e o tecladista Ray Manzarek assumiram a bronca. Ray já havia cantado no Doors anteriormente. Quando Morrison subia muito louco no palco, era ele quem assumia o microfone para não terem que cancelar o show. O resultado deles soltando o gogó no disco? Aceitável. Não mais do que isso. Não era vexaminoso, mas também não empolgava. Eram mais músicos do que cantores e a interpretação de Jim Morrison tinha todo um ar de mistério que eles não conseguiam reproduzir. Sem dúvidas, a parte vocal foi abalada.

Álbuns sem Jim Morrison, finalmente, são lançados em CD

Other Voices traz uma sonoridade mais similar ao trabalho do grupo. Principalmente, o primeiro lado do LP. A linha vocal de “In The Eye Of The Sun” lembra um pouco o ex-cantor. “Variety Is The Spice of Life” e “Tightrope Ride” apostavam em uma sonoridade mais voltada para o blues, dando sequência ao que haviam feito em L.A. Woman. “Ships w/ Sails” mantinha a tradição de ter uma música contando com longos improvisos. Tem ainda “Hang On To Your Life” no final do disco trazendo uma influência de música latina. O baterista John Densmore havia se inspirado na batida da bossa nova para compor a levada do clássico “Break On Through”. Certamente, havia uma preocupação de tentar manter o espírito do conjunto ali. Obviamente, não dá para compará-lo à discos emblemáticos como The Doors, Strange Days ou Waiting For The Sun, mas é um trabalho agradável.

Por outro lado, Full Circle trazia uma banda perdida. Há quem diga que estavam mais livres. Digo que estavam perdidos mesmo. Os arranjos seguiam direções totalmente opostas e muitas vezes sem nenhuma ligação ao que pregavam artisticamente. “Shut Up and Dance” apontava para um caminho mais r&b, “The Mosquito” era uma canção que Krieger havia escutado em uma de suas viagens ao Mexico, interpretadas por um grupo mariachi. A música traz toda uma alegria e inocência que nitidamente não combinam com o conjunto. Apelaram até para uma regravação de “Good Rockin´ Tonight”, aqui reduzida à “Good Rockin´” em uma versão não mais do que correta. Um disco, no mínimo, confuso. A única faixa realmente boa é “The Peking King And The New York Queen” que resgata um pouco de sua sonoridade clássica.

Além de jogarem para todo lado, o último LP também trazia reforços nas partes vocais. Com músicos de estúdio, dobrando versos e refrões. Algo meio brochante para quem tinha em seu passado um trabalho vocal hipnotizante. Como curiosidade, o CD conta com “Treetrunk”, faixa que havia sido lançada como lado B do compacto “Get Up And Dance”, mas que não tinha entrado no disco. Há quem diga que não existe The Doors sem Jim Morrison e ao ouvir esses discos, infelizmente, tenho que concordar com essas pessoas. Por mais talentosos e geniais que fossem os outros 3 músicos, infelizmente, a magia havia se perdido. Entretanto, vale como registro histórico. Essa é a chance para seus fãs completarem sua coleção sem que ter que desembolsar pequenas fortunas em sites de leilões atrás dos LPs da época. Pegue para não se arrepender, mas não espere discos com cara de clássicos.

Nota: 7,0 / 10,0
Status: Histórico

Faixas:
CD 1:
      01)   In The Eye Of The Sun
      02)   Variety Is The Spice of Life
      03)   Ships W/ Sails
      04)   Tightrope Ride
      05)   Down On The Farm
      06)   I´m Horny, I´m Stoned
      07)   Wandering Musician
      08)   Hang On To Your Life

CD 2:
      01)   Get Up and Dance
      02)   4 Billion Souls
      03)   Verdilac
      04)   Hardwood Floor
      05)   Good Rockin´
      06)   The Mosquito
      07)   The Piano Bird
      08)   It Slipped My Mind
      09)   The Peking King And The New York Queen 
      10)   Treetrunk (bônus)

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Notícias do Rock (pra não ficar por fora)

Por Rafael Menegueti

Delain já prepara novo disco pra 2016

O Delain em sua nova formação
2016 promete ser um ano repleto de grandes lançamentos. Mais uma banda que está em estúdio trabalhando em um novo disco são os holandeses do Delain. O grupo, que recentemente encerrou sua turnê europeia, vem trabalhando aos poucos em seu novo álbum, que será o quinto da carreira da banda, e o primeiro com os membros que entraram no grupo desde então: o baterista Ruben Israel e a guitarrista Merel Bechtold. Na semana passada, foi lançado o álbum do projeto paralelo da vocalista Charlotte Wessels, o Phantasma (fiquem ligados para a resenha em breve aqui no blog).

Pearl Jam doa cachê de show para vítimas de Mariana – MG

O vocalista Eddie Vedder cobrou punição pelo desastre ambiental
Sempre engajados em causas sociais e ambientais, o Pearl Jam, que esteve em turnê pelo Brasil durante essa semana, anunciou que irá doar o cachê do show realizado em Belo Horizonte para as vítimas do desastre na cidade de Mariana, em Minas Gerais. Em discurso realizado durante a apresentação no estádio do Mineirão, na capital mineira, o vocalista Eddie Vedder ainda fez questão de cobrar uma punição severa aos responsáveis pela catástrofe ambiental que atingiu a região.

Lamb of God cancela turnê europeia

Mais uma banda acabou optando por interromper sua turnê europeia por conta da tensão que toma conta do continente desde os atentados terroristas na França, há duas semanas. Agora, o Lamb of God se junta a nomes como Foo Fighters, U2, Motörhead, Papa Roach e In Flames, que também cancelaram apresentações ou a turnê inteira por conta da segurança. Apesar disso, Children of Bodom e Sylosis, que acompanhavam a banda nessa turnê, optaram por continuar na estrada assim mesmo.

Tony Iommi diz que gostaria de gravar novo álbum com Black Sabbath

Tony Iommi tem material pra novo disco
Diferente do que se pode pensar, com a turnê “The End” sendo tratada como uma despedida, pode ser que ainda vejamos alguma coisa nova do Black Sabbath sendo lançada. Pelo menos, se depender da vontade de Tony Iommi, que em entrevista a revista inglesa Q, disse que gostaria de gravar um novo disco com a banda. Ele afirmou ter escrito vários riffs e outras coisas para um novo disco que vinha sendo comentado, mas os outros membros não pareceram muito empolgados com a ideia e acabaram desistindo. Mesmo assim, ele não descarta que alguma coisa possa sair com sobras das gravações do álbum “13” no futuro.

Firewind anuncia Henning Basse como novo vocalista

O vocalista Henning Basse
A banda do guitarrista grego Gus G., conhecido por fazer parte também da banda de Ozzy Osbourne, anunciou o alemão Henning Basse (MaYaN, ex-Sons of Seasons e Metalium) como novo vocalista. Henning já havia feito alguns shows com a banda em 2007 e também cantava com o projeto solo de Gus G. desde o ano passado.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Move Over – Elemento Surpresa (2015):



Por Davi Pascale

Move Over chega ao seu segundo disco. Novo trabalho mostra amadurecimento nas composições e melhor qualidade de gravação. Quem curte pop/rock tem de tudo para gostar do álbum.

O Brasil passou a se ligar no Move Over depois que os meninos participaram da primeira edição do reality Superstar da Rede Globo. O grupo não ganhou o reality, mas a experiência serviu para aumentar sua base de fãs. Assim como Jamz e Suricato, conseguiram um contrato com uma multinacional. No caso, a Universal. E logo, os primeiros problemas vieram à tona.

Não é segredo para ninguém que as gravadoras pedem para que seus contratados se mudem para São Paulo. Às vezes, para o Rio. Isso já foi comentado por diversos artistas ao longo dos anos. Com eles, não foi diferente. Pois bem, o casal Adriane Santana (vocalista) e Leandro Tenorio (baterista) toparam a empreitada. Os demais, não. Ou seja, foram demitidos. Em Janeiro, foi anunciado os novos integrantes: a baixista Fernanda Horvat e o guitarrista Alex Zambrana. Não deu para sacar o que trouxeram de novo porque eles não gravaram o disco. As guitarras e o baixo ficaram a cargo do produtor Brendan Duffey.

Banda entrega trabalho bem resolvido, porém com forte acento pop

Uma coisa, entretanto, deu para notar. As composições amadureceram bastante. Ir Além demonstrava que o grupo tinha potencial, mas pecava na falta de composições fortes. Aqui, temos várias faixas candidatas a hits. Algumas, inclusive com a mão do multi-instrumentista Eric Silver. O rapaz já chegou a excursionar ao lado de grandes estrelas internacionais como Shania Twain, Cindy Lauper e Dixie Chics. E já teve canções suas gravadas por outros grupos brasileiros como Titãs, CPM 22 e NX Zero.

No programa, não era raro transformarem música pop em rock n roll. Uma que ficou na memória foi a versão que fizeram para “Roar” da Katy Perry. Lembro que o Dinho achou estranho a junção de estilos. Na verdade, não é. Isso já foi feito diversas vezes. Embora não tenha essa sacada por aqui, o espírito prevalece. A mixagem conta com uma sonoridade moderna se utilizando de alguns elementos eletrônicos costurando as músicas. Os músicos misturam guitarras pesadas com vocalizações pop. Quem não curte som comercial, pode passar longe. O som da Move Over foi feito para as FM´s. Imagine uma mistura de Luxuria com Lipstick. É mais ou menos por aí...

Quem mais se destaca no disco é a vocalista Adriane. A menina está cantando muito bem. Em relação às composições... Minha preferida é a roqueira “Vem Cá”. Se fossem todas nesse pique teriam feito o disco do ano. As baladas “O Que Eu Quis” e, principalmente, “O Tempo Se Vai” são fortes candidatas à hits. Outros momentos de destaque ficam por conta de “Pra Te Entregar, “Pronta Pra Andar” e “Certo e Errado”. Disco realmente muito bem feito, mas mais uma vez, só é recomendado para quem curte som com um forte acento pop.

Nota: 8,0 / 10,0
Status: Comercial

Faixas:
      01)   Pra Te Entregar
      02)   O Que Eu Quis
      03)   O Fim
      04)   Aqui Estou
      05)   Vem Cá
      06)   O Tempo Se Vai
      07)   A Nossa Música
      08)   Certo e Errado
      09)   Além de Nós Dois
      10)   Aumenta o Som
      11)   Eu Acredito 
      12)   Pronta Pra Andar

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Foo Fighters – Saint Cecilia EP (2015)

Por Rafael Menegueti

Foo Fighters - Saint Cecilia EP
O Foo Fighters havia inserido há algumas semanas no seu site oficial uma contagem regressiva que havia deixado muitos fãs intrigados sobre o que seria. Pois ontem o mistério acabou, e após o fim da contagem foi revelado um novo EP da banda para download gratuito. “Saint Cecilia” foi produzido para “celebrar a vida e a música”, segundo a própria banda, mas após os incidentes de Paris ocorridos no ultimo dia 13, ele passou a ter também outro significado. A banda disponibilizará o EP também em vinil, com as vendas sendo repassadas para as vitimas dos atentados na França.

O lançamento que marca o fim da turnê mundial do álbum “Sonic Highways” possui cinco faixas. Cada uma delas parece ter uma faceta da sonoridade que a banda de Dave Grohl apresentou durante todos esses anos. E isso parece ser facilmente explicado pelo fato de algumas delas já terem sido compostas há algum tempo. Mas mesmo assim, elas tem um frescor de composições tão atuais quanto as mais recentes.

Dave Grohl durante as gravações do EP
O EP é aberto com a faixa-título, com a guitarra e voz de Dave introduzindo uma canção com pegada leve e pop, que nos remete a fase “One By One”. Em seguida vem “Sean”, uma faixa mais agitada e que mantem um ritmo contagiante e uma melodia bem característica de composições da banda. O trabalho de guitarra dessa música é bem interessante. A terceira canção é “Savior Breath”, uma faixa claramente influenciada por uma sonoridade ao estilo Motörhead nos riffs e versos, sendo uma composição bem próxima de algumas faixas mais recentes do grupo.

Capa da versão em vinil
Em “Iron Rooster” aparece mais uma vez a habilidade do grupo de criar canções com melodias leves e agradáveis sem deixar de lado as boas linhas de guitarra que o trio Dave, Chris e Pat conseguem criar quando se entrosam. O EP é encerrado com a faixa “The Neverending Sigh”, cuja introdução servia de fundo para a contagem regressiva no site, e se trata de uma faixa mais aprofundada, com uma ótima pegada e um estilo de rock que é a cara do grupo.

Com esse trabalho surpresa, a banda parece encerrar mais um ciclo, dentre os tantos que a banda já passou. Até pelo tom da carta que Dave Grohl postou ao apresentar esse novo trabalho, dando a entender que a banda irá agora começar uma nova jornada, dá pra ver que esse EP é uma celebração de vários elementos e características que tornam o som do Foo Fighters único. “Saint Cecilia” é uma perfeita amostra da capacidade do Foo Fighters, e sendo para celebrar a música da banda, pode ter certeza que todos os fãs deverão gostar.


Nota: 9/10
Status: Na medida

Faixas:
01. Saint Cecilia
02. Sean
03. Savior Breath
04. Iron Rooster
05. The Neverending Sigh

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Nasi – Egbe (2015):



Por Davi Pascale

Nasi chega ao seu segundo DVD solo. Repertório foca em seu mais recente álbum, Perigoso. DVD conta com convidados especiais e boa produção.

A cena BRock sempre dividiu opiniões. Muitos adoram a cena e a consideram como o período mais forte do rock brasileiro. Outros, dizem que a cena era extremamente pop e que utilizavam o termo rock por um modismo. Mesmo assim, alguns (poucos) grupos conseguem agradar essas duas turmas. Entre esses, está o grupo Ira! E um dos nomes mais adorados entre os fãs do grupo paulista é justamente o carismático Nasi.

A ideia desse projeto surgiu a partir do Canal Brasil. O canal televisivo procurou o cantor perguntando se gostaria de fazer um especial, Nasi resolveu matar dois coelhos de uma vez. Topou fazer o especial e o transformou em seu novo projeto. Nasi contou também com a ajuda de seus fãs. Seus fiéis admiradores puderam comprar o produto em primeira mão através do, cada vez mais popular, crowdfunding e recebe-lo em primeira mão com a assinatura do musico e alguns brindes.

A apresentação foi gravada dentro de um estúdio. Não se trata exatamente de um show. É como se estivéssemos assistindo ao ensaio dos músicos. O cantor explicou que resolveu gravar três takes de cada música e escolher a melhor delas para o projeto, sem overdubs. Se isso for verdade, o grupo estava super bem entrosado. Bom... a maioria desses caras já são velhos parceiros de Nasi.

Musico agrada em novo DVD solo

Quem teve a chance de assistir algum show da turnê de retorno do Ira! reconhece o baterista Evaristo Pádua. Além dele, o velho guerreiro Johnny Boy, também está no grupo. Em um primeiro momento é estranho. Entretanto, conforme o tempo vai passando, tudo vai fazendo mais sentido. A releitura de “Dois Animais na Selva Suja da Rua”, canção que Taiguara compôs para Erasmo Carlos, tem uma linguagem bem rock n roll e poderia ter sido gravada com as guitarras de Edgard Scandurra, mas é a única. Logo, vamos nos distanciando da imagem de seu velho grupo. O trabalho solo de Nasi é mais eclético, explora diferentes territórios.

Quem conhece um pouquinho da história de Nasi, sabe que o rapaz é apaixonado por blues. Canções como “Amuleto”, “Problemas” e “Se Deus Quiser e o Diabo Deixar” são típicas do gênero. E, sim, seu timbre de voz casa bem com o estilo. O cantor também se demonstra à vontade para sair do território comum. Transforma “Monia” em uma espécie de nova “Je T´aime... Moi Non Plus” e adiciona berimbau na releitura de “Sol e Chuva” do pernambucano Alceu Valença.

O músico também passeia pelo bluegrass na nova versão de “Rubro Zorro” e na regravação de “Perigoso”, onde conta com a presença do icônico Renato Teixeira. Casou bem o estilo dele na música. Sacada bacana. Outro convidado que se destaca é Sergio Duarte com um belíssimo solo de gaita na já citada “Problemas”. Os melhores momentos do filme, contudo, ficam por conta do rock “Dois Animais na Selva Suja da Rua” e na balada “Não Vejo Mais Nada de Você”, a nova homenagem de Nasi à cidade de São Paulo.

O DVD conta com uma boa fotografia e traz bastante material extra, onde destaco o faixa-a-faixa com o cantor onde ele explica a ideia dos convidados, das letras e as mudanças de alguns arranjos. Divertido!

Nota: 7,0 / 10,0
Status: Bem gravado

Faixas:
      01)   Dois Animais na Selva Suja da Rua
      02)   Ori
      03)   Alma Noturna
      04)   Feitiço na Rua 23
      05)   Amuleto
      06)   Perigoso
      07)   Não Vejo Mais Nada de Você
      08)   Monia
      09)   Rubro Zorro
      10)   Problemas
      11)   Se Deus Quiser e o Diabo Deixar
      12)   Sol e Chuva 
      13)   Egbe Onire

      Extras:
      Entrevistas
      Faixa a Faixa
      Videoclipes

domingo, 22 de novembro de 2015

Música comentada: Blind Melon – No Rain

Por Rafael Menegueti

Blind Melon
O Blind Melon poderia ter sido uma das maiores bandas do mundo se não fosse a trágica morte de Shannon Hoon, que recentemente completou 20 anos. O grupo de Los Angeles chamou a atenção na cena do rock alternativo em meados dos anos 90 com seu som que misturava elementos de blues, folk, psicodelia e até grunge.

No pouco tempo em que a banda esteve no topo antes da partida de Hoon, uma música da banda foi um hit indubitável, “No Rain”. A faixa que fez parte do primeiro disco da banda tinha uma pegada um pouco diferente, parecia ter nascido mesmo pra ser hit. Composta pelo baixista da banda, Brad Smith, a faixa era inspirada em uma namorada do músico que sofria de depressão e evitava sair de casa. Smith afirmou que escreveu a música pensando na perspectiva de uma pessoa que inventa desculpas para não sair da cama e enfrentar o dia. O nome da música vem do fato de a garota que a inspirou reclamar quando não chovia. Depois de um tempo, Smith acabou percebendo que a música também se aplicava a ele.

“No Rain” é ainda mais lembrada pelo seu videoclipe. Qualquer pessoa que tenha assistido a MTV nos anos 90, e até nos anos 2000, deve ter visto varias vezes o clipe com a menina vestida de abelha que andava pela cidade com cenas da banda tocando sobre um gramado intercaladas. O vídeo fez bastante sucesso, chegando a ser considerado o 22º melhor vídeo já produzido em uma lista feita pela MTV americana em 1999. Diferente do que muitos podem pensar, a garotinha vestida de abelha no vídeo, interpretada por Heather DeLoach, não é a mesma que aparece na capa do disco homônimo da banda. A garota na imagem é a irmã do baterista do grupo em uma foto de 1975.

Shannon Hoon morreu poucas semanas após o lançamento do segundo álbum da banda, “Soup” (1995). Em 1996, um terceiro disco contendo sobras, versões alternativas e covers foi lançado, com o nome “Nico”. O dinheiro arrecadado com as vendas foi usado para pagar os estudos da filha de Shannon, Nico Blue. Uma versão bem diferente de “No Rain” está presente nesse disco, com um arranjo bem mais lento e experimental que a original.


All I can say is that my life is pretty plain
I like watching the puddles gather rain
And all I can do is just pour some tea for two
And speak my point of view
But it's not sane, it's not sane

I just want some one to say to me
I'll always be there when you wake
You know I'd like to keep my cheeks dry today
So stay with me and I'll have it made

And I don't understand why I sleep all day
And I start to complain that there's no rain
And all I can do is read a book to stay awake
And it rips my life away, but it's a great escape
Escape... escape... escape

All I can say is that my life is pretty plain
You don't like my point of view
You think I'm insane
Its not sane... it's not sane

Tudo que posso dizer é que minha vida é bem monótona
Eu gosto de observar as poças formando na chuva
E tudo que posso fazer é servir um pouco de chá para dois
E expressar meu ponto de vista
Mas isso não é sensato, não é sensato

Eu apenas quero alguém que me diga
"Eu sempre estarei lá quando você acordar"
Você sabe, eu gostaria de não chorar hoje
Então fique comigo e conseguirei isso

E eu não entendo por que eu durmo o dia todo
E eu começo a reclamar que não há chuva
E tudo que eu posso fazer é ler um livro para ficar acordado
E isso desperdiça a minha vida, mas é uma ótima saída
Saída... Saída... Saída

Tudo que posso dizer é que minha vida é bem monótona
Você não gosta do meu ponto de vista
Você acha que estou louco
Isto não é sensato... Não é sensato

sábado, 21 de novembro de 2015

Paul McCartney: A Musicares Tribute (2015):



Por Davi Pascale

Chega ao mercado brasileiro, show em homenagem ao eterno beatle Paul McCartney. Apresentação traz artistas de primeiro calibre com excelentes performances. Músicos não se prenderam aos arranjos originais.

Desde 1991, que a instituição Musicares homenageia algum artista em um evento chamado Person Of The Year. A regra é simples. Precisa ser alguém que tenha grande impacto na música e que defenda alguma causa filantrópica. Musicares é uma instituição que ajuda os músicos em relação à drogas, falta de grana, falta de moradia, permite que recebam tratamentos médicos... Uma espécie de retiro dos artistas. Em 2012, o sir Paul McCartney recebeu a honraria. Essa apresentação foi lançada em DVD e Blu-ray. Como não poderia deixar de ser, todo o dinheiro arrecadado com as vendas vai para a instituição. 

Paul toca no evento duas vezes: no início e no fim. Logo após uma pequena apresentação da turma do Cirque du Soleil interpretando um trecho do espetáculo Love, McCartney entra em cena ao som de “Magical Mistery Tour” e “Junior´s Farm”. Como sempre, sua performance é avassaladora. O rapaz demonstra que continua em plena forma e seus músicos são simplesmente impecáveis.

Entre os artistas escolhidos para homenageá-lo estavam gente da velha e da nova geração. O time de estrelas não focava os artistas mais rocks. Poucos deles tinham um passado roqueiro, para dizer a verdade. Se bem que muitos deles, tinham uma ligação com sua história de uma forma ou de outra. James Taylor é um amigo de longa data que fez sua estreia pelo selo da Apple. A jazzista Diana Krall chegou a gravar com o Paul no disco Kisses On The Bottom. O brasileiro Sergio Mendes fez releitura de diversas canções dos Beatles em ritmo bossa nova. Norah Jones é filha de Ravi Shankar. Musico que influenciou os fab four. Como pode ver, tudo meio que em família.

Alicia Keys se destaca no show

Curiosamente, as duas apresentações que mais gostei foram justamente das artistas mais jovens: Alicia Keys e Norah Jones. Aliás, não me surpreenderia se Alicia recebesse essa homenagem daqui alguns anos. Além de ter uma grande popularidade nos EUA, a garota é co-fundadora da Keep a Child Alive. Uma organização sem fins lucrativos que tem como preocupação fazer chegar medicamentos às famílias portadoras do vírus HIV na África. Alicia roubou a cena no show com uma performance lindíssima de “Blackbird”. Sozinha no palco. Um piano, um microfone e nada mais. Outra que roubou a cena foi Norah Jones com uma versão matadora de “Oh, Darling”. Essa, entretanto, veio acompanhada dos músicos do Paul.

Alison Krauss também fez bonito com sua interpretação de “No More Lonely Nights”, enquanto Neil Young trouxe o rock à tona com uma eletrizante versão de “I Saw Her Standing There”. Algo muito bacana dessas performances é que os músicos deram uma cara deles, imprimiram sua marca, mas sempre de maneira extremamente respeitosa. Outra apresentação lindíssima foi a de Diana Krall interpretando “For No One”. A decepção ficou por conta da apresentação sem sal do Sergio Mendes e da não mais do que correta performance do Coldplay.

No final do show, McCartney retorna ao palco para mais 3 sons: “My Valentine”, “Nineteen Hundred and Eighty Five” e a clássica dobradinha de “Golden Slumbers/Carry That Weight/The End”. Nesse último número, sobem ao palco Dave Grohl (Foo Fighters) e Joe Walsh (Eagles) para acompanhá-lo. Simplesmente mortal! O espetáculo, na maior parte do tempo, tem uma pegada mais intimista, com arranjos calmos, mas conta com um profissionalismo fora do comum. Recomendado à todos os fãs da boa música.

Nota: 10,0 / 10,0
Status: Profissionalíssimo

Faixas:
      01)   Get Back/Hello Goodbye/ Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band – Cirque Du Soleil
      02)   Magical Mistery Tour – Paul McCartney
      03)   Junior´s Farm – Paul McCartney
      04)   Blackbird – Alicia Keys
      05)   No More Lonely Nights – Alisson Krauss & Union Station
      06)   And I Love Her – Duane Eddy
      07)   Oh! Darling – Norah Jones
      08)   I Saw Her Standing There – Neil Young And Crazy Horse
      09)   The Fool On The Hill – Sergio Mendes
      10)   We Can Work It Out – Coldplay
      11)   Yesterday – James Taylor & Diana Krall
      12)   For No One – Diana Krall & James Taylor
      13)   My Valentine – Paul McCartney
      14)   Nineteen Hundred And Eighty Five – Paul McCartney
      15)   Golden Slumbers/Carry That Weight/The End – Paul McCartney


Extras: Não Há