sábado, 11 de abril de 2015

Ugly Kid Joe – Stairway to Hell (2012):



Por Davi Pascale

Stairway to Hell marca o retorno do grupo Ugly Kid Joe. Depois de 16 anos longe dos holofotes, os californianos retornaram com trabalho pesado e bem amarrado que deve satisfazer seus velhos fãs.

Ainda lembro quando comprei o primeiro CD dos rapazes, o EP As Ugly As They Wanna Be, no longínquo ano de 1991 lá nas Grandes Galerias. Ou como é mais conhecida, Galeria do Rock. Tudo que tinha escutado até então era o hit “Everything About You”, cujo clipe passava com bastante freqüência na recém inaugurada MTV Brasil. O CD foi uma surpresa para mim. Esperava um trabalho bacaninha e me deparei com um álbum extremamente impactante. Rodou um bom tempo no meu mini-system. A empolgação se manteve com o sucessor, o ótimo America´s Least Wanted (1993), mas tudo a começou a ir para água abaixo com Menace to Sobriety.

1995 foi um ano estranho para o hard rock. Parece que as bandas queriam se desligar do passado a todo custo. Bon Jovi veio com um álbum baladeiro. Warrant mergulhou em uma vibe Alice In Chains Wannabe. Skid Row e Ugly Kid Joe queriam soar mais pesados do que tudo, como se precisasse demonstrar algo para alguém. Às vezes funcionava (Ultraphobic do Warrant é excelente), às vezes falhavam miseravelmente. Embora o trabalho desse período seja o mais pesado de sua carreira, a banda soava descaracterizada. Simplesmente não soavam como Ugly Kid Joe. Perderam a alegria, aquele ar de festa que considerava tão bacana.

Em Stairway to Hell algumas das velhas características estão de volta. Os caras retornaram com o formato EP (mesmo formato de sua estréia), o garotinho que costumava aparecer nas primeiras capas está de volta (embora com um ar mais endiabrado) e Crane também está cantando no seu velho estilo. Noticia que, para quem viveu o auge do grupo, é muito boa. Por incrível que pareça, a formação que retornou não é a original, mas a de seu último álbum: o razoável Motel California. Contando mais uma vez com a presença de Shannon Larkin (Godsmack) nas baterias, o material não apenas convence, como é seu melhor lançamento desde 1993.

Grupo retornou com trabalho curto, mas maduro

São apenas 6 músicas. 4 delas bem pesadas como é o caso da faixa de abertura, a excelente “Devil´s Paradise” cujo trabalho vocal de Craine, em alguns momentos, me remeteu à Ozzy Osbourne. “I´m Alright” e “You Make Me Sick” nos jogam de volta ao inicio do grupo, com pontes e refrões bem pra cima, riffs simples, porém empolgantes. “Another Beer” responsável por fechar o CD, é uma balada country, o que nos remete à “Record Man” de America´s Least Wanted. “No One Survives”, é aquele som que começa lento e depois dá uma crescida, me remeteu um pouco ao último álbum do grupo. Ainda temos a divertida “Love Ain´t True” que conta com a participação de Angelo Moore e Dirty Walt do Fishbone.

Em 2013, o EP retornou às lojas em uma edição de luxo contando com 3 faixas acústicas (entre elas, o velho hit “Cats In The Cradle”) e um DVD com uma apresentação ao vivo no Download Festival de 2012. Teve ainda uma edição em LP com a capa satirizando a clássica imagem de Highway to Hell (AC/DC). Quem curtiu os rapazes na época, pode correr atrás que vale a pena.

Nota: 8,0/10,0
Status: Empolgante

Faixas:
      01)   Devil´s Paradise
      02)   You Make Me Sick
      03)   No One Survives
      04)   I´m Alright
      05)   Love Ain´t True
      06)   Another Beer
      07)   Cats In The Cradle Acustica (Versão CD 2013)
      08)   Would You Like To Be There Acustica (Versão CD 2013)
      09)   No One Survives Acustica (Versão CD 2013)