sábado, 6 de dezembro de 2014

Carro Bomba – Pragas Urbanas (2014):



Por Davi Pascale

Grupo paulista chega à seu quinto álbum. Contando com excelentes músicos, os rapazes entregam um CD pesado e bem produzido. Formado por Rogério Fernandes, Marcello Schevano, Ricardo Schevano e Heitor Schewchenko, atravessam sua melhor fase...

Desde que o vocalista Rogerio Fernandes assumiu o vocal, a sonoridade foi ficando cada vez mais pesada. Hoje, o Carro Bomba tem uma sonoridade bem distinta daquela que praticava em seus anos iniciais. No inicio, praticavam um hard rock setentista. Atualmente, estão mais metal do que nunca. E o mais legal de tudo, permanecem cantando em português. Há quem diga que heavy metal não combina com a nossa língua. Sempre tive dois pés atrás com essa afirmação. Até porque o estilo se iniciou no Brasil com a maioria das bandas cantando em nosso idioma. 

Outro fator importante é que os caras conseguiram atingir uma identidade. Embora tenham suas influencias (como todo artista tem. Alguns mais descarados, outros menos, mas todos possuem), conseguiram criar uma sonoridade própria. Deixar sua marca. Certamente, o primeiro passo para se destacar no mercado. Para quem não está por dentro, não se trata de mais uma banda copiando os passos do Angra, do Sepultura ou do Krisiun (certamente os primeiros nomes que surgem em nossa mente quando são citados os termos 'metal' e 'Brasil'). A pegada aqui é outra. Tem um ‘q’ de Motorhead, de Black Sabbath...

Grupo paulista atravessa seu melhor momento

Muito dessa influência Sabbath aparece por conta dos vocais de Rogerio, altamente influenciados por Ronnie James Dio. Parece que a família toda ouvia o baixinho. Para quem não sabe, além de ser lembrado por sua curta passagem ao lado do lendário Golpe de Estado, o vocal é muito lembrado por ser irmão de outro grande cantor do rock brazuca: Nando Fernandes (Cavalo Vapor, Hangar). Escute o refrão de “Mojo” e tente não se lembrar de Dio. E a influência não para por aí, “Arrastando Correntes” tem um arranjo bem nos moldes do grupo de Tony Iommi.

Contando com a ajuda de Marcello Pompeu e Heros Trench (Korzus) na produção, o CD ganhou uma sonoridade pesada e encorpada. Tenho certeza que a dupla ficou feliz ao notar a influencia do thrash em faixas como “Esporro” e “Pragas Urbanas”. Sem contar com nenhuma baladinha sequer, o álbum apresenta pouco mais de 30 minutos de porradaria, onde minha preferida é a festiva “Let´s Blow”. As letras falam sobre as pragas que infestam a sociedade atualmente: violência desenfreada, impunidade, hipocrisia, manipulação... 

Os caras acertaram em cheio nesse novo trabalho. Melhor disco do grupo e um dos melhores discos brasileiros desse ano. Ouçam!

Nota: 8,5 / 10,0
Status: pra ouvir no último volume!

Faixas:
      01)   Máquina
      02)   Fuga
      03)   Pragas Urbanas
      04)   Esporro
      05)   Arrastando Correntes
      06)   Mojo
      07)   Let´s Blow
      08)   Thrash n´ Roll
      09)   Fantasma