sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Michael Sweet – I´m Not Your Sacrifice (2014):





Por Davi Pascale

Misturando velhos elementos com uma pegada moderna, o vocalista/guitarrista Michael Sweet lança trabalho inspirado. Disco resgata um pouco da sonoridade do Stryper, mas não deixa de lado a liberdade artística que conquistou em sua carreira solo.

Michael Sweet parece empolgado nessa nova fase. Em menos de um ano, já soltou um álbum com o Stryper, lançou um livro, soltou esse disco solo e já está preparando mais um DVD de sua banda e um CD em parceria com o músico George Lynch. E ele nunca foi de ficar lançando disco atrás de disco como faz um Glenn Hughes ou um Joe Bonamassa da vida. Especialmente em sua carreira solo, seus trabalhos sempre tiveram uma distância. Feliz de vê-lo assim nessa retomada.

Ao menos 4 faixas desse novo trabalho poderiam estar em um disco de sua banda principal que seus fãs não reclamariam. “Unsuspecting” poderia estar em um álbum como Soldiers Under Command, enquanto “All That´s Left (For Me To Prove)” poderia facilmente constar em In God We Trust. “Anybody Else” e “Taking On The World” também poderiam fazer parte do repertório do grupo californiano. Aliás, em algumas dessas canções, Michael traz seus famosos agudos de volta. Marco de sua fase inicial.

Seria um erro, contudo, classificar I´m Not Your Sacrifice como um trabalho que segue a linha do Stryper, mesmo que conte com a participação de Robert Sweet e Timothy Gaines na bonita balada “How to Live”. Pelo contrário, Sweet sempre aproveitou essas oportunidades para explorar sonoridades que não conseguiria experimentar com seu grupo principal. Seus discos sempre trazem alguma novidade. “The Cause”, “Miles Away” e a faixa-título apontam para um hard rock mais moderno com vozes e guitarras cheias de efeito.

Disco conta com regravação de Neil Young e participações de músicos do Stryper

Na última terça, Michael postou na sua página oficial do Facebook, que embora ame heavy metal, também ama artistas como Carpenters, Bread, Tony Bennett, John Denver, Keane... Não precisava nem postar. Quem acompanha sua carreira de perto, sempre soube que admirava alguns artistas mais calmos também. Esse seu lado mais soft já apareceu em diversos momentos de sua carreira, mais nitidamente em seus dois primeiros discos solo: Michael Sweet e Real. Aqui, homenageia um dos seus ídolos não-metálicos. Neil Young é lembrado na regravação de "Heart of Gold”. Foram gravadas duas versões dessa faixa. Uma é um dueto com Electa Mustaine, filha de Dave Mustaine, líder do Megadeth.

Outro problema que vários headbangers possuem, e que o cantor nunca teve, é admitir uma aproximação com as baladas. O cara já gravou várias em sua carreira. E aqui, obviamente, não seria diferente. “Coming Home” é aquela balada guiada pelo violão, assim como aconteciam com as faixas do seu disco de 1995. “Strong”, por outro lado, embora tenha uma forte presença de violões, já possui uma outra abordagem com as guitarras crescendo com volume no refrão. Vale destacar ainda a orquestrada “This Time”.

Fora as já citadas aparições de Electra, Timothy e Robert, o disco conta ainda com as participações especiais de Kevin Max (do grupo cristão Talk), Chris Jericho (Fozzy), Doug Aldrich (Whitesnake), além da presença de outro grande cantor de sua geração, Tony Harnell (TNT). Sem dúvidas, um grande trabalho de um grande vocalista.

Nota: 8,0 / 10,0
Status: Excelente

Faixas:
      01)   Taking On The World - featuring Tony Harnell
      02)   All That´s Left (For Me to Prove)
      03)   The Cause
      04)   This Time – featuring Kevin Max
      05)   I´m Not Your Suicide
      06)   Coming Home
      07)   Miles Away
      08)   Strong
      09)   How to Live – featuring Timothy Gaines & Robert Sweet
      10)   Heart of Gold
      11)   Anybody Else – featuring Chris Jericho & Doug Aldrich
      12)   Unsuspecting
      13)   Heart of Gold – featuring Electra Mustaine (Bonus)