quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Randy Rhoads – Immortal Randy Rhoads: The Ultimate Tribute (2015)


Por Davi Pascale

Um dos mais cultuados guitarristas dos anos 80 ganha novo tributo. Com produção de Bob Kulick, álbum conta com cast estelar.

Randy Rhoads era considerado uma das grandes promessas do heavy metal, quando perdeu a vida, vítima de um desastre aéreo aos 25 anos de idade. O músico gravou pouco, mas até hoje seu trabalho de guitarra é devotado e seus solos são objetos de estudo, o que torna essa homenagem mais do que merecida.

Ao contrário de grande parte dos álbuns tributos produzidos por Bob, onde cada música conta com um lineup totalmente diferente, aqui pouco se muda em relação à bateria e vocal e nada se muda em relação ao baixo. Rudy Sarzo ficou responsável por gravar as 4 cordas. A escolha não poderia ser mais acertada, já que ele tocou com os 2 artistas com quem Randy trabalhou: Ozzy Osbourne e Quiet Riot. A bateria ficou por conta de Vinny Appice (Black Sabbath), Frankie Banali (Quiet Riot) e Brett Chassen, um músico de estúdio que já chegou a trabalhar com Dee Snider, Michael Schenker entre outros. A maioria dos vocais foram registrados por Tim Ripper Owens (Judas Priest, Iced Earth). Os outros cantores que participam do projeto são Serj Tankian (System of a Down), Chuck Billy (Testament) e Kelle Roads, irmão de Randy. 

Bob Kulick explicou que optou por esse formato porque não queria que as pessoas prendessem sua atenção ao trabalho vocal e sim aos guitarristas, já que a idéia era homenagear o garoto. A maior parte do repertório veio dos álbuns que gravou ao lado do madman, apenas 2 músicas de seus tempos de Quiet Riot aparecem por aqui. Os arranjos foram interpretados de maneira fiel, mas os solos ganharam uma nova cara.

Álbum foi produzido pelo guitarrista Bob Kulick

O clássico “Crazy Train” abre o disco contando com Serj Tankian e Tom Morello (Rage Against The Machine). Resultado ficou não mais do que razoável. A canção não combina com a voz de Serj e o solo de Morello ficou não mais do que interessante. Outra que ficou razoável foi Mr. Crowley. Não por conta de Alexi Laiho (Children of Bodom) que fez um ótimo trabalho de guitarra, dando uma atualizada no primeiro solo e interpretando o solo final de maneira bem próxima, mas por conta do trabalho vocal de Chuck Billy, essa música não tem nada a ver com ele. Os teclados dessa ficaram por conta de Kelle, assim como o vocal de “Back To The Coast”. Definitivamente, o rapaz é melhor tecladista do que cantor, de todo modo a homenagem é válida por se tratar de um membro da família. Em relação ao vocal, quem se sai melhor realmente é Tim Ripper Owens, responsável por 80% dos vocais aqui. Ainda bem. Desculpe Bob, não tem como não reparar no vocal em um trabalho desses. Tanto Kevin DuBrow quanto Ozzy Osbourne são vocalistas com características bem peculiares, não tem como não comentar.
                                                                                                          
A maior parte dos guitarristas optou por dar uma atualizada nos solos. Ou seja, não recriaram do zero, mas também não tiveram a preocupação de reproduzir nota por nota. Mantiveram as partes marcantes intacta, mas deram uma cara sua. E a maior parte se saiu incrivelmente bem. Também não houve a preocupação de recriar o timbre de guitarra de Randy. Sendo assim, temos vários músicos que reconhecemos assim que entra tocando, sem ter a obrigação de recorrer ao encarte para saber quem tocou ali. Um com essa característica é George Lynch (“I Don´t Know”), que sempre teve um som próprio, assim como Dweezil Zappa (“S.A.T.O.) Doug Aldrich roubou a cena em “Believer”, Brad Gillis (que substituiu Randy, logo após sua morte, na banda de Ozzy) fez bonito em “Suicide Solution”. Bruce Kulick também se destaca em “Back To The Coast”. A grande decepção fica por conta de Gus G que fez um solo rápido e técnico demais para a balada “Goodbye to Romance”. Tudo bem que o solo original tinha algumas passagens rápidas, mas nem tanto. Parece que estava com a síndrome de Malmsteen. Adoro Yngwie Malmsteen, mas um solo nesse estilo em uma balada é algo que realmente não funciona.

Apesar de uma ou outra bola fora, o resultado do tributo é bem legal. Não está no mesmo nível de Bat Head Soup (álbum tributo ao Ozzy que também foi produzido por Bob Kulick), mas certamente agradará aos fãs.

Nota: 7,5 / 10,0
Status: Divertido

Faixas
      01.  Crazy Train (Serj Tankian, Tom Morello, Rudy Sarzo, Vinny Appice)
      02.  Over The Mountain (Tim "Ripper" Owens, Jon Donais, Rudy Sarzo, Frankie Banali)
      03.  Mr. Crowley (Chuck Billy, Alexi Laiho, Kelle Rhoads, Rudy Sarzo, Vinny Appice)
      04.  Believer (Tim "Ripper" Owens, Doug Aldrich, Rudy Sarzo, Vinny Appice)
      05.  Back To The Coast (Kelle Rhoads, Bruce Kulick, Rudy Sarzo, Frankie Banali)
      06.  I Don´t Know (Tim "Ripper" Owens, George Lynch, Rudy Sarzo, Brett Chassen)
      07.  S.A.T.O. (Tim "Ripper" Owens, Bob Kulick, Dweezil Zappa, Rudy Sarzo, Vinny Appice)
      08.  Killer Girls (Tim "Ripper" Owens, Joel Hoekstra, Rudy Sarzo, Brett Chassen)
      09.  Goodbye To Romance (Tim "Ripper" Owens, Gus G, Rudy Sarzo, Brett Chassen)
      10.  Suicide Solution (Tim "Ripper" Owens, Brad Gillis, Rudy Sarzo, Brett Chassen) 
      11.  Flying High Again (Tim "Ripper" Owens, Bernie Torme, Rudy Sarzo, Brett Chassen)