sábado, 24 de março de 2018

Linkin Park – One More Light Live (2017):




Por Davi Pascale

Linkin Park solta novo trabalho ao vivo como forma de homenagear Chester Bennington. Novo disco comprova mudança de sonoridade, além de deixar nítida a diferença que o cantor fazia no grupo.

No inicio dos anos 2000, tivemos o que talvez tenha sido o ultimo suspiro do rock n roll invadindo o circuito mainstream. O sucesso de grupos como Linkin Park, Evanescence e Slipknot ajudaram a manter a garotada dentro do rock. Hybrid Theory e Meteora foram trabalhos marcantes para quem viveu aquele período. Esses trabalhos embalaram diversas canções nas FM´s e se tornaram trilha sonora dos adolescentes daquele período.

Depois de terem sido acusados de estarem se repetindo (após o sucesso de Meteora, os garotos lançaram disco ao vivo, disco de remixes e um disco ao lado do Jay-z, todos repetindo boa parte do repertório), os caras resolveram chutar o balde e mudar a direção de sua música. A partir daí, seu publico se dividiu. Há quem diga que tenham amadurecido enquanto compositores, há quem diga que perderam a graça.

Seu trabalho mais polêmico foi justamente o mais recente, One More Light, onde os músicos abraçaram de vez a sonoridade pop. Para quem curte a fase mais recente dos caras, o novo ao vivo irá cativá-los. Quem deixou de acompanhar os meninos e decidiu comprar o CD embalado pelo baque da morte de Bennington, irá estranhar.


Digo isso por 2 razões. A primeira é que o Linkin Park decidiu explorar seu mais novo disco no repertório. Embora não o considere um destaque em sua discografia, acho a jogada interessante. Gosto quando o artista resolve explorar o disco que está lançando. É um modo de nos fazer perceber a força de algumas composições que não notamos em uma primeira audição, além de ajudar a modificar o show de uma turnê para a outra. Esse é outro motivo que me agrada. A banda já lançou outros trabalhos ao vivo. É uma forma de sair do mais do mesmo. A outra razão que disse que irão estranhar é porque o som das guitarras ficaram mais magras e essa logica se segue mesmo na execução das músicas antigas.

Embora ainda prefira o grupo fazendo um trabalho mais pesado, não dá para massacrar o disco. Os caras sempre foram bons de palco e a logica se mantém. O repertório está muito bem executado. E as faixas escolhidas servem para comprovar, mais uma vez, que Chester era um diferencial dentro do grupo. Em relação à interpretação vocal, praticamente leva o show nas costas. Tinha um bom alcance e era bem versátil. Honestamente, não consigo imaginar a banda sobrevivendo sem ele.

No setlist, além de 7 faixas de seu mais novo disco, temos alguns dos principais hits sendo relembrados. “In The End”, “Numb” e “Bleed It Out” estão entre eles, mas para quem quer matar a saudade de Chester Bennington mesmo, os números mais cativantes acabam sendo “Crawling” (apenas com piano e voz) e a acústica “Sharp Edges”.

O disco não é o registro de uma única apresentação. Foram utilizados áudios de diferentes concertos. E também não se trata de um show na integra. Portanto, para quem está dizendo que faltou muito som (e faltou mesmo), lembre-se que provavelmente foram executadas, mas não entraram no disco. De todo modo, trata-se de uma bonita homenagem e merece ser conferida entre seus admiradores.

Nota: 7,5 / 10,0

Faixas:
      01)   Talking To Myself
      02)   Bur It Down
      03)   Battle Symphony
      04)   New Divide
      05)   Invisible
      06)   Nobody Can Save Me
      07)   On More Light
      08)   Crawling
      09)   Leave Out All The Rest
      10)   Good Goodbye feat Stormzy
      11)   What I´ve Done  
      12)   In The End
      13)   Sharp Edges
      14)   Numb
      15)   Heavy
      16)   Bleed It Out