sábado, 10 de outubro de 2015

Motorocker – Rock Brasil (2014):



Por Davi Pascale

Banda curitibana chega ao seu terceiro disco. Sem fazer concessões, a rapaziada entrega mais um álbum com rock n roll direto e contagiante. Para ouvir no talo!

Venho recebendo pedidos para mostrar um pouco mais da cena brasileira que não chega aos ouvidos da grande massa. Já fiz isso por aqui algumas vezes comentando de algumas bandas que gosto muito e que acho que nunca receberam o prestigio que mereceriam. Resenhei por aqui discos de artistas como Carro Bomba, Dr. Sin, Acústicos & Valvulados, Velhas Virgens... Mas como os pedidos estão acontecendo e realmente temos bastante coisa boa rolando por aí, resolvi trazer mais uma banda que considero um dos grandes destaques da cena nacional e que uma boa parte da molecada ainda não se ligou: a rapaziada do Motorocker.

Esse é o terceiro disco dos caras, mas a banda já está na estrada há um bom tempo. O grupo existe desde 1992 e demorou 14 anos para lançar seu primeiro álbum: Igreja Universal do Reino do Rock (2006). Foi através desse disco que descobri a banda. Tinha lido algumas resenhas associando os caras ao AC/DC e resolvi arriscar. Exatamente, comprei no escuro sem ter escutado nenhuma canção antes. Entretanto, foi com o segundo disco – Rock Na Veia (2010) - que realmente me chamaram a atenção.

Rock Brasil mantém o nível do trabalho anterior e mantém o espírito da banda. Os músicos apostam em um rock n roll de raiz, sem se render à modismos, sem preocuparem em soarem radiofônicos. As letras falam sobre assuntos que são mais do que manjados entre os grupos do meio, mas que sempre cativam e divertem o ouvinte. Os temas que todo fã de rock que se preze curte: bebida, mulher, rock n roll, vida na estrada. O grupo não prega política de esquerda, política de direita, não traz conselhos.Sua mensagem é uma só: diversão!

Grupo mantém sua sonoridade em seu terceiro álbum

Realmente a influência AC/DC é facilmente perceptível e constante em todo o disco (os anteriores não eram diferentes, não). Seja na levada de bateria reta com sonoridade seca, com os riffs de guitarra ou com o trabalho vocal de Marcelus dos Santos. O cara canta 80% do tempo com o vocal gritado. E sua voz lembra bastante o Brian Johnson. Se você é fã de AC/DC e não conhece a banda, corra atrás!

Entretanto, há uma diferença entre eles e o grupo australiano: aqui há a presença de baladas. “Macho e Fêmea” e “Estação das Almas” são duas canções que devem mexer com o coração das garotas. Entretanto, é realmente nos momentos mais rock n roll onde o grupo se destaca. Faixas como “Rockeiro Brasileiro” e “Para-Raio de Encrenca” arrancam um sorrisinho do ouvinte com suas letras bem-humoradas. Os grandes destaques mesmo, contudo, ficam com “TCO”, “Louco de Gole” e a faixa-título “Rock Brasil”. No final do disco foi incluído o single “Estação das Almas” que havia sido lançado pouco tempo antes desse disco ir para as lojas. Tanto “Pegada Seca” quanto “Sodoma ou Gomorra?” são excelentes e figuram entre os pontos altos do CD.

Está aí uma banda brasileira que gostaria muito de assistir ao vivo e ainda não tive a oportunidade. Enquanto não pinta a chance, me divirto com os álbuns dos caras. Garanto que quem arriscar, irá se divertir também. Ouça e depois comente por aqui o que acharam da banda.

Nota: 8,0 / 10,0
Status: Hard rock de responsa

Faixas:
      01)   Rock Brasil
      02)   TCO
      03)   Curva de Rio
      04)   Louco de Gole
      05)   Periplaneta
      06)   Macho e Fêmea
      07)   Rockeiro Brasileiro
      08)   Para-Raio de Encrenca
      09)   Motorocker
      10)   Pegada Seca (Bônus)
      11)   Sodoma Ou Gomorra (Bônus) 
      12)   Estação das Almas (Bônus)