sexta-feira, 22 de julho de 2016

Vímana – Zebra (2016):



Por Davi Pascale

Raro compacto retorna ao mercado. Grupo trazia 3 músicos renomados em início de carreira apostando em uma sonoridade bem distinta da que fazem hoje. Essencial!

Para quem curte rock brasileiro, o relançamento desse compacto é motivo de celebração. O grupo não teve sucesso comercial, mas a história deles ficou extremamente famosa. Afinal, lançaram três grandes nomes da safra oitentista brasileira. Além de terem chamado a atenção de Patrick Moraz, ex-tecladista do Yes. O rapaz chegou, inclusive, a integrar o ultimo lineup.

O fato de terem tido um músico do Yes em seu time fez com que a história da banda fosse relatada em tudo quanto é canto, mas não será aqui que você terá uma noção da parceria. O Vímana teve, se não me engano, 4 formações diferentes. A que gravou esse registro foi a segunda. Ou seja; Luiz Paulo Simas (do cultuado Modulo 1000) nos teclados, Fernando Gama (Veludo Elétrico) no baixo, além de Ritchie (flauta, voz), Lobão (bateria) e Lulu Santos (voz/guitarra). Um verdadeiro dream team.

Esse foi o único lançamento oficial do grupo e foi lançado originalmente em 1977. Nessa mesma época, os músicos gravaram um LP que está até hoje engavetado. A gravadora optou por não lançar o disco por acreditar que não havia publico para aquele tipo de som no Brasil. Os colecionadores de plantão já se ligaram em um CD-R que corre no Mercado Livre com o nome de On The Rocks. Ali, o idealizador tentou compilar as musicas que fariam parte do LP, através de gravações piratas de shows. Não se trata do disco perdido. Espero que o LP original seja lançado um dia.

Quem coleciona discos há algum tempo, já tinha tido acesso à essas músicas. Embora o compacto esteja fora de catálogo há décadas, essas músicas haviam sido lançadas em uma coletânea do Lulu Santos que atendia pelo nome de E-Collection: Sucessos + Raridades. Muito bacana, contudo, termos a oportunidade de termos em mãos o disco como foi lançado originalmente com a arte original, inclusive. O compacto de época é vendido em sebos de discos com o preço variando entre 100 e 300 reais, dependendo do estado de conservação. Portanto, se você é fã de algum dos músicos envolvidos, aproveita agora.

São apenas 2 músicas: “Zebra” no lado A e “Masquerade” no lado B. A ideia era fazer um rock progressivo. Algo que havia tomado de assalto os artistas brasileiros da época. “Zebra” pode causar uma certa estranheza aos puristas em um primeiro momento. Aqui, os músicos inovavam ao acrescentar uma percussão meia afro por trás. Contudo, a linha de baixo swingada e os vocais à la 14 Bis são o grande destaque da faixa. “Masquerade” já aposta em uma sonoridade mais clássica, com uma linha vocal bem influenciada por Yes, mas quem chama mesmo a atenção aqui é o teclado extremamente rico de Luiz Paulo Simas e a flauta de Ritchie. Acho as duas composições boas, mas minha preferida é a que dá nome ao disco.

Quem quiser ter uma noção de como a coisa funcionava nos palcos, vale correr atrás do filme Ritmo Alucinante, que traz um registro do Hollywood Rock 1975 e conta com algumas imagens do grupo. Fora isso, tudo que podemos fazer é cruzar os dedos e torcer para que um dia o LP chegue às lojas. Fica a dica ao pessoal da Polysom.

Nota: 10,0 / 10,0
Status: Histórico

Faixas:
      01)   Zebra
      02)   Masquerade