quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Bryan Adams – Get Up (2015):



Por Davi Pascale

Bryan Adams chega ao seu décimo-terceiro álbum. Com produção de Jeff Lynne (Electric Light Orchestra), artista entrega álbum retrô misturando a sonoridade que fazia nos anos 80 com uma pegada anos 50/60. Seu melhor disco nos últimos anos.

Durante os anos 80 e início dos anos 90, o artista canadense era tido como um hitmaker. Cada vez que lançava um disco, era certeza que pelo menos umas 3 faixas iriam para as rádios. Infelizmente, o mundo foi mudando, a sonoridade das rádios foi mudando e muitos artistas extremamente talentosos – como Prince, Billy Idol e o próprio Bryan, somente para citar alguns – acabaram perdendo seu espaço na grande mídia.

Durante os anos, aventurou-se em todos os universos que seu som permite. Gravou álbuns acústicos, fez experimentações com eletrônico. Aparentemente, o rapaz quer reconquistar aquela moçada que o seguia nos anos 80 e 90. Embora seja um trabalho de composições inéditas, o CD tem um ‘q’ de nostalgia.

O cantor/compositor segue sua velha fórmula de misturar rocks suaves com baladas. A festiva “Do What You Gotta Do” e o rock “Go Down Rockin´” nos dá a sensação de entrarmos no velho De Lorean de Marty McFly e cairmos no ano de 1984, quando o músico lançou seu clássico LP Reckless. Suas marcas principais estão aqui. Seus riffs simples e marcantes, seus refrões grudentos.

Musico canadense aposta em álbum retrô

Entretanto, as mãos de Jeff Lynne trouxe algumas peculiaridades ao seu som. O lendário músico, responsável pela produção do novo álbum, trouxe elementos dos anos 50 e 60 e os colocou em bastante evidência nas canções do rapaz. O rock “You Belong To Me” aponta para uma pegada mais rockabilly. “That´s Rock n´ Roll” traz o refrão marcado por palmas, como os Beatles faziam em seus primeiros anos. A balada “Don´t Even Try” poderia ter sido gravada por Roy Orbison, caso esse estivesse vivo.

Aliás, o rapaz parece continuar não se incomodando com a presença de baladas e entrega mais duas aqui: “We Did It All” e “Yesterday Was Just a Dream”. A influência de Lynne é sentida nos violões e nas slide guitar. Sem problemas, ambos são feras nesse universo. No final do álbum, temos Bryan interpretando 4 músicas somente com violão e voz. Bacana, mas sem o brilho das versões anteriores.

As composições são excelentes, o disco é muito bem feito. Se você curtiu nas suas fitinhas cassetes sons como “It´s Only Love”, “Somebody” e “Summer of ´69” ou curtiu em bailinhos sons como “Heaven”, “Please, Forgive Me” e “Everything I Do (I Do It For You)”, tem de tudo para gostar desse CD. Seu melhor disco desde 18 Til I Die (1996).

Nota: 8,0 / 10,0
Status: Nostalgico

Faixas:
      01)   You Belong To Me
      02)   Go Down Rockin´
      03)   We Did It All  
      04)   That´s Rock n´ Roll
      05)   Don´t Even Try
      06)   Do What You Gotta Do
      07)   Thunderbolt
      08)   Yesterday Was Just a Dream
      09)   Brand New Day
      10)   Don´t Even Try (Acústico)
      11)   We Did It All (Acústico)
      12)   You Belong To Me (Acústico) 
      13)   Brand New Day (Acústico)